A propósito de um famoso estudo de impacto ambiental
Anuncia-se que o Governo pretende apresentar brevemente um estudo de impacto ambiental relativo à construção de umas torres de 35 andares na zona da Taipa Pequena.
Trata-se de um local onde ainda se respira algum ar puro, onde ainda se consegue escapar ao rebuliço, à confusão, ao caos da cidade.
Sei-o bem.
Vivo lá já há alguns anos.
Aqui fica o meu modesto contributo.
Deixar construir ali torres de 35 andares, mais a mais quando, logo à frente, se encontra aquele monstro com mais de 500 metros de frente e uma altura que ainda não se percebeu muito bem, é um péssima ideia.
Esteticamente horrível, a criar um efeito-estufa e uma zona de biombos que não existe, a tapar a luz natural, a aumentar o trânsito de veículos e pessoas numa zona com vias muito estreitas e sem espaço para as alargar, não há qualquer justificação para cometer tamanho atentado ambiental e liquidar o bem estar das pessoas.
Das que ali vivem, mas também das muitas que procuram os trilhos ali existentes para passear, para disfrutarem de um pedaço de verde e de paisagem natural como já há poucos na RAEM.
Está apresentado o meu estudo de impacto ambiental.
E não cobro nada por ele.
Caro confrade Pedro Coimbra!
ResponderEliminarEste é o mal da contemporaneidade, que nos aflige sobremaneira, justificado em nome do progresso ou melhor dizendo do mercantilismo.
Aqui nos meus domínios, mais precisamente na cidade vizinha de São Bernardo do Campo-SP, estão em adiantado processo de construção edifícios (mais de 10) com mais de 30 andares, num local que funcionava anteriormente uma conceituada indústria de cobertores de nome Tognato (que foi a falência). O trânsito na Avenida Pereira Barreto já é moroso, imagino o caos que será quando todos estes edifícios de moradia e escritórios estiveram habitados. Cada vez o mercantilismo mantém o monopólio em detrimento do meio ambiente e da qualidade de vida.
Caloroso abraço! Saudações ambientais!
Até breve...
João Paulo de Oliveira
Diadema-SP
Caro Pedro,
ResponderEliminareis algo que eu não entendo nos políticos, com visão de futuro ou falta dela, é o desdém com que tratam estas matérias de ambiente.
De momento, exerço funções jurídico-governativas, na área de ambiente, e estou muito ligado a esta temática das AIA, se puder ser-lhe útil será um prazer.
Grande abraço!
Caro Prof. João Paulo Oliveira,
ResponderEliminarMacau é, cada vez mais, uma cidade de betão.
Feia, onde o ar se torna irrespirável, onde tudo se permite ao lóbi do betão.
Este caso é paradigmático.
Um estudo de impacto ambiental para quê?
Para entregar uma milhões a uma empresa, presumivelmente especialista na área ambiental.
Que irá concluir o que a minha filha de 7 anos pode dizer - construir ali uma torre de 35 andares é criminoso.
A menos que a empresa que faz o estudo pertença ao universo de empresas que tem interesses no betão.
It's possible.....
Um abraço
Ricardo,
Estes "estudos" são uma forma patética de tentar empurrar um problema.
Não é resolvê-lo, é apenas adiá-lo.
Por isso é que gozo com a situação.
É inadmissível o que ali querem fazer.
Hong Kong acordou para o problema do efeito estufa e biombo há já alguns anos.
E está a tentar recuar e corrigir os erros cometidos.
Macau está a fazer o caminho contrário.
Indamissível!!
Um grande abraço também
É exactamente isso que me tem afastado a possibilidade de regressar à minha terra: falta de ar puro e a poluição, que reduzem a qualidade de vida.
ResponderEliminarFireHead,
ResponderEliminarE é uma pena que assim seja.
Adoro Macau.
A cidade que mudou a minha vida, que me prporcionou tudo o que não me tinha sido proporcionado antes.
E é com imensa mágoa, e revolta, que vejo serem cometidos estes e outros atentados.
A minha mulher é macaense, as minhas filhas também, a minha família é, em grande parte, de ascendência macaense e chinesa.
Como tal, esta que é a sua terra, é também já um bom bocado a minha.
E fico muito triste por a ver maltratada.
Um abraço