Carta aberta a Pedro Passos Coelho
Meu caro Dr. Pedro Passos Coelho,
Senhor primeiro-ministro indigitado,
Acompanhei com particular atenção, em directo até, a sua saída triunfal do Palácio de Belém após a reunião que manteve com Sua Excelência o Presidente da República.
Esperavam-no, ansiosos, umas dezenas de jornalistas, ligados aos mais variados órgãos de comunicação social.
Todos ávidos de novidades sumarentas, de nomes bombásticos de ministros ou ministeriáveis.
E o que aconteceu?
Com um ar grave, e um tom de voz dramático (a tão famosa voz de barítono, não é?), V. Exa. começou por informar os presentes que iria responder somente a três perguntas.
Três perguntas seriam suficientes?
Se fossem bem feitas....
Afinal, nem as perguntas nem as respostas foram brilhantes.
Enredado em formalismos, e em respeito institucional, V. Exa. remeteu para um comunicado da presidência da República (já são mais amiguinhos, já?), para uma assinatura formal do acordo político com o CDS/PP, para uma conferência de imprensa que se seguirá a essa cerimónia.
Assim sendo, sobrou uma novidade - V. Exa. mantém o nome de Fernando Nobre como candidato do PSD à presidência da Assembleia da República, o segundo lugar na hierarquia do Estado.
Apesar de, sabe-o V. Exa. muito bem, Fernando Nobre ser um factor de divisão.
Porque não tem experiência parlamentar (algo de semelhante a colocar um caloiro como regente da cadeira, entende?), porque é uma pessoa que demonstra um jogo de cintura que não cai bem a quem assiste, porque diz que não ambiciona cargos políticos e depois se agarra como uma lapa a uma promessa pré-eleitoral quando toda a gente percebe que é alguém indesejado.
V. Exa. argumenta que tem de se manter fiel à palavra dada.
Permita-me a ousadia de lhe dizer que há palavras que nunca deviam ser ditas, muito menos dadas.
E que, não reconhecer um erro, e insistir no mesmo, não é demonstração de carácter, é apenas teimosia.
V. Exa. não sabe, mas eu resido em Macau.
Estando longe, sinto todos os problemas que o meu País vive muito perto.
E preocupo-me com este tipo de atitudes.
Gosto de pessoas que se mantêm fiéis à palavra dada.
Mas, simultaneamente, espero que as pessoas sejam capazes de reconhecer os erros que cometem.
E que os emendem por iniciativa própria e a tempo de evitarem mais problemas.
Porque, como V. Exa. bem sabe, problemas já temos de sobra.
Remeter o odioso de rejeitar o nome de Fernando Nobre para a Assembleia da República é uma atitude muito feia, baixa política e politiquice, que não têm sentido nem cabimento numa época em que se enfrentam tantas e tão graves dificuldades.
Assim sendo, as suas declarações aos órgãos de comunicação social pareceram-me uma pura perda de tempo.
Julgo que, se era para dizer que insistia no nome de Fernando Nobre, não era preciso aquele espectáculo todo.
Felicito-o pela indigitação para o cargo de primeiro ministro, confirmada ainda o directo das televisões não tinha terminado nem V. Exa. tinha descido a escadaria do Palácio de Belém, mas não deixo de lhe manifestar a minha profunda preocupação com este traço de personalidade que lhe começo a detectar.
Permita-me que lhe recorde, com todo o respeito, que, para teimoso e arrogante, chegou-nos o seu antecessor.
Apresento-lhe os meus melhores cumprimentos e subscrevo-me com protestos da mais elevada consideração e respeito,
Pedro Coimbra
A procissão ainda nem começou e as divergências já andam por aí numa azafama para lhe fazer frente.
ResponderEliminarPenso que aquele lugar não é assim tão importante. O mais importante é pôr em ordem muitas coisas que ficaram desarrumadas e saber liquidar a dívida e ainda dar aos portugueses um pouco de trabalho e esperança.
Chega de tachos e parcerias P/Privadas onde nunca se sabe dos ganhos e as perdas são cada vez maiores.
Chega de tantas mentiras refinadas para nos sacar dinheiro em impostos.......
Chega....
Caro Pedro
ResponderEliminarSei que não é um abaixo asssinado, mas se me permite assino por baixo.
De facto ainda não é... e já tem atitudes muito pouco "nobres".
Abraço
Estimado Amigo Pedro Coimbra,
ResponderEliminarEstou totalmente solidário com sua belas e profundas palavras.
Como sabe, e p[rovavelmente, melhor do que eu, a política é assim, uns aldrabões de primeira, que se aproveitam dos dinheiros dos contribuintes para se enriquecerem, nada mais.
Eu terei a dizer imensas coisas, mas a guardo, porque os portugueses, tal como eu, rtadicados em Macau à bastanta ntes anos, foram sempre considerados portugueses de 2a. classe.
Um abraço amigo
Luís,
ResponderEliminarPPC está a ser teimoso.
E Fernando Nobre oportunista.
Já se percebeu que foi um erro tremendo convidar Fernando Nobre para um lugar que não se atribui, é sujeito a eleição.
E, apresentar alguém sem curriculo e com má imagem a essa eleição, é dividir o partido, a coligação.
Criar confusão por causa de um tacho.
Fica mal a PPC esta teimosia e fica mal a Fernando Nobre não se afastar voluntariamente.
Há tanta coisa importante em que penasr e PPC, ontem, preocupou-se apenas em reforçar esta sua teimosia cega?
Começa mal.
Rodrgigo,
Ontem, a brincar com um amigo que é miltante do PSD, dizia-lhe o que lhe digo agora - "apetece comentar que 'nobres fora nada'"!! :))
Abraço
Amigo Cambeta,
ResponderEliminarNeste caso, mais do que aldrabice, há teimosia da parte de um e apego ao tacho da parte do outro.
Que atitudes feias!!
Abraço
O Pedro diz-nos, a determinada altura, isto:
ResponderEliminar"...não deixo de lhe manifestar a minha profunda preocupação com este traço de personalidade que lhe começo a detectar."
Estou em vantagem sobre si, Amigo. Porque o traço de personalidade de Pedro Passos Coelho foi coisa que descobri há algum tempo.
Irei dar-lhe, ao primeiro ministro indigitado, o benefício da dúvida mas, permita-me que lhe diga, sem o menor sentido de fé.
O exemplo de Fernando Nobre cai como sopa no mel.
Espero que, como por aí consta, Fernando Nobre não vá ocupar o Ministério da Saúde.
A "voz de barítono" prepara-se para nos dizer, do alto da sua altivez por vezes arrogante, quem são os ministros e secretários e sub-secretários, porteiros, motoristas e a marca das canetas que cada um vai usar.
Passe a publicidade, fala-se na velha BIC.
Uma dúvida: BIC Laranja para escrita fina ou BIC Cristal para escrita normal?
E lá vão andar, todos - noblesse e "troika" oblige - andar de Fiat 600.
Saudações
Observador,
ResponderEliminarFernando Nobre não vai ser ministro.
Isso já se percebeu.
PPC insiste em apresentá-lo como candidato a presidente da AR e será a AR a chumbar o nome dele.
A começar por muitos deputados do PSD.
PPC sairá chamuscado, mas fiel à palavra dada que é a única preocupação no momento.
Curioso que fale no Fiat 600, o meu primeiro e inesquecível carro (custou na altura 9 contos).
Vamos ver o que aí vem.
Esta teimosia dele está-me a chatear um bocado, confesso.
Um abraço
Coimbramigo
ResponderEliminarPermita-me Vossa Insolência que tome a liberdade de discordar aberta, frontal, coerente e dignamente de tu. Ops, de Vossinsolência.
O PC está acima de qualquer suspeita, não lhe admito, portantos (sem s) que trate desta maneira descortês ou seja do Corte Inglez, o nosso amado pescado.
Perdão, que disse Vossa Insolência? Que objectou? Ah, sim, compreendo-o: foi um lapsus scritae; eu queria dizer pescada, palavra que sim.
Tal como o vestido, também esse insigne teleosteo, da ordem perciforme e da família merlucciidae, antes de o ser, já o era.
Curiosa situação esta: Sua Insolência o Senhor Primeiro-Ministro indigitado, ex-Doce e actual noivo à espera de bênção matrimonial, não merece as suas ínvias e sórdidas afirmações epistolares.
Há maneiras, Senhor Dótour. O facto de Vossa Insolência residir na 中華人民共和國澳門特別行政區 não lhe confere o direito de ser insidiosamente torpe.
Vivó o PC!; e já agora, vivó PP!. Que sejam muito felizes e que o Cristo os cubra... de bênçãos.
Apesar do pesar, abç
Pedro
ResponderEliminarEstou solidária com as suas palavras meu amigo. Lamento não servir de abaixo assinado.
Sinto uma tristeza enorme ao ver o meu País a ser governado por pessoas sem escrúpulos não olham a meios para atingirem fins neste caso tachos, não foi com este mundo que sonhei e lutei. Entristece-me a memória curta dos Portugueses, assim como os valores que se estão a perder pela maldita ambição,vão ser assim criados os nossos homens do amanhã.
Abraço
Ao pessoal que agora critica o Pedro Passos Coelho gostaria de colocar uma pergunta pertinente: acaso foram votar?
ResponderEliminarComo muito bem diz, mais importante do que ser fiel à palavra dada é não pronunciar certas palavras.
ResponderEliminarAssino por baixo
CBO
Ferreiramigo,
ResponderEliminarGanda malha!!!
Associo-me ao seu grito(mas vou mais directo ao assunto) - que nosso senhor os cubra que é uma f*&^%$ santa!! :)))
Abraço
Adélia,
Estão os dois a fazer figura de urso.
O PPC porque teima em seguir por um beco sem saída e em fazer joguinhos políticos (a AR que chumbe o nome do gajo).
O Fernando Nobre porque devia, voluntariamente, desobrigar o PPC e afastar-se deste corrida.
Enfim...
Abraço
FireHead,
Você segue a filosofia cavaquista?
Quem se abstém na votação não pode criticar?
Que disparate!!
Carlos,
PPC faz finca-pé, com o mesmo pé em que deu o tiro, numa asneira demasiado óbvia.
Fernando Nobre não vai ser presidente da AR.
Nem tem categoria e capacidade para isso.
Um e outro deviam ter a lucidez de perceber isso e evitar discussões estéreis.
Um abraço
Pedro,
ResponderEliminarescrevi aqui, ontem, um "tratado" sobre esta matéria infelizmente, por razões que julgo serem técnicas, não se encontra publicado.
Muito sucintamente queria dizer duas coisas:
1- O Fernando Nobre tem o carácter do tamanho de um piolho.
2- Espero que Pedro Passos Coelho tenha a presença de espírito de não teimar na sua eleição para a Presidência da Assembleia da República.
Por fim, dizer que ao 1º Ministro indigitado desejo sorte para a sua governação porque tal será sinónimo de sorte para Portugal.
E depois dizer que sinto ainda uma certa "azia" com o resultado das Legislativas, mas a verdade é que quem é derrotado nunca gosta de o ser, pelo menos por mim falo.
Abraço e bom fim de semana!
Não é filosofia cavaquista, pois eu sempre pensei assim ainda antes dele ter dito isso. E será que não é verdade? Porquê criticar se não votou? Onde está a moral? Ou é criticar só porque sim? Não admira porque é que o país está como está. Continuem a não votar que há sempre quem vote por vocês. :)
ResponderEliminarFireHead,
ResponderEliminarEu não perdi os meus direitos de cidadania por me ter abstido nesta e noutras eleições.
E repare que eu estou a criticar um aspecto muito concreto da actuação de PPC.
O finca-pé na opção tonta Fernando Nobre.
Que pode dar problemas sérios logo no início da governação.
Porquê e para quê?
Porque PPC está a ser teimoso e Fernando Nobre afinal não passa de um politiqueiro à procura de tacho?
Não é tempo para discussões bizantinas.
E temos o dever de o dizer.
Tendo, ou não, votado.
Belíssima posta! Não só na substância mas também na forma(e não me refiro só ao texto justificado!)
ResponderEliminarMuito bom
Bom, a minha opinião é que o voto devia ser obrigatório como nos EUA. Você que está em Macau sabe perfeitamente que na China ainda hoje em dia o povo suspira pelo direito de votar. As pessoas só sabem dar valor às coisas quando têm de as conquistar - se já nasceram com elas como dados adquiridos, a história é outra: a que se vê.
ResponderEliminarMas é a minha opinião e ela vale o que vale. Não estava a criticar ninguém, apenas o meu ponto de vista defende que se o povo quer protestar contra o governo, seja ele qual for e por que motivo for, é nas urnas que tem de o fazer.
Abraço.
Anónimo,
ResponderEliminarO texto justificado fica melhor sim senhor.
Todas as sugestões são bem vindas.
FireaHead,
Se, e quando for obrigatório, eu voto, claro.
Mas gostava que isso não acontecesse em Portugal.
As pessoas devem ter possibilidade e liberdade de optar.
Até optar por não votar.
Um abraço