Um tempo novo, novos ciclos e a aposta na continuidade
Tomou ontem posse o novo governo em Portugal.
A equipa liderada por Pedro Passos Coelho representa uma mudança geracional e uma mudança de paradigma.
A geração tecnicamente mais bem preparada de que há memória em Portugal chega finalmente ao poder.
Um governo que, como já foi referido tantas vezes, apresenta pouco peso político e aposta sobretudo na competência técnica.
E na juventude, energia, dinâmica e "mundo" dos elementos que o compõem.
Sinais de um tempo novo.
Também sinal de um tempo novo, a eleição da primeira mulher para a presidência da Assembleia da República.
Depois da borrada Fernando Nobre, Pedro Passos Coelho surpreendeu novamente.
Mas agora pela positiva.
Assunção Esteves, 54 anos, torna-se a primeira mulher a presidir à Assembleia da República, o segundo cargo mais importante do Estado português.
A ex-juíza do Tribunal Constitucional e também ex-eurodeputada foi eleita à primeira volta com 186 votos entre 230 possíveis. Ao contrário de Fernando Nobre, Assunção Esteves é um nome consensual, com peso político, com experiência política e parlamentar.
Esta sim, uma excelente escolha.
E que se insere perfeitamente na lógica de um tempo novo.
Da política para o futebol.
No Porto também se entra num tempo novo, num novo ciclo.
Mas, ao contrário do que acontece na política, no Porto assiste-se a uma clara aposta na continuidade.
Villas - Boas, depois das juras de amor eterno e do discurso da cadeira de sonho, da qual não abdicava por dinheiro nenhum, sai abruptamente no que seria o primeiro dia de trabalhos da sua equipa técnica no Olival.
A caminho do Chelsea, a troco de 15 milhões de euros (a transferência mais cara de sempre de um treinador de futebol) e de um salário anual principesco.
Esta opção, pessoal e profissional, compreende-se.
A maneira como André Villas - Boas se comportou em todo o processo, nem por isso.
André Villas - Boas que foi sublinhando, até com algum enfado, que não abandonaria o Porto.
Acabou por fazê-lo num momento em que deixou pouca margem de manobra ao clube para reagir à sua saída intempestiva.
E é possível que alguns jogadores o sigam (fala-se nos nomes de Falcao e Moutinho).
Posso estar enganado, mas julgo que Villas-Boas cometeu um grande erro quando disse sim ao Chelsea.
Segunda escolha (o preferido sempre foi Guus Hiddink), André Villas-Boas vai treinar um clube muito complicado, vai enfrentar um conjunto brutal de egos (o presidente Abramovich e as vedetas em final de carreira Terry, Cole, Lampard, Anelka, Malouda, Drogba,...) e um péssimo ambiente de balneário.
O contrário do que encontrou no Porto.
E com Abramovich, que já gastou mais de 900 milhões de euros no Chelsea, a querer tudo.
A começar pela Liga dos Campeões.
Veremos se Villas-Boas não será rapidamente vítima de uma ambição desmedida.
O Porto, com Pinto da Costa avesso a revoluções, aposta na continuidade.
E promove Vítor Pereira a treinador principal.
Ele que era até aqui adjunto de Villas-Boas e que conhece bem a casa, o plantel, o sistema de jogo adoptado.
Um risco, sem dúvida, mas um risco calculado.
Num tempo novo, num novo ciclo, mas em clara continuidade do que agora termina.
Já deixei de chorar o José Sócrates, e estou de acordo com tudo o que o Pedro diz acerca do novo governo, e que a Maria Assunção Andrade Esteves fosse eleita a presidir a Assembleia da República é um óptimo início, pois ela, ao contrário do Nobre, é alguém que realmente sabe sobre a constituição.
ResponderEliminarSobre o André Villas-Boas comento mais tarde.
PS: Tenho de escrever o meu comentário mil vezes até conseguir que seja publicado!!!
Teresa,
ResponderEliminarUm governo jovem, enérgico, tecnicamente bem preparado.
O contrário do baço Fernando Nobre.
A mesma linha da excelente Assunção Esteves.
Ainda não consegui perceber a teimosia de PPC com Fernando Nobre.
Sem querer ser condescente, paternalista, muito menos machista, é refrescante ver uma senhora num alto cargo do Estado.
A juntar-se a outra Assunção (Cristas) que também é uma craque.
Uma boa supresa.
O Blogger anda outra vez maluco, Teresa.
Também me acontece a mim.
Sumariamente:
ResponderEliminar1 - Novo ciclo político? Talvez. É preciso prová-lo ... em campo;
2 - Assunção Esteves: Incondicionalmente sim;
3 - Villas-Boas provou que é oportunista. Desta vez, cuspiu no prato de quem lhe tinha dado o comer;
4 - Falcão e Moutinho? Uma questão de verba;
5 - Vítor Pereira? Definitivamente não. Cá estaremos para ver.
Para já é barato. Manifestamente insuficiente.
Observador,
ResponderEliminarConcordo com 1,2,3 e 4.
Com 5, não sei.
Vítor Pereira esteve sempre na sombra.
O risco que Pinto da Costa corre não é maior que o que correu quando contratou Mourinho ou Villas-Boas.
Se der errado, o que é que se perde?
Um campeonato?
Paciência.
Percebo a ideia de Pinto de Costa.
Mais do que uma questão de dinheiro, é tentar dar continuidade ao trabalho que o Villas-Boas começou e não trazer para dentro do grupo alguém que não conhece os jogadores e o clube.
Faz sentido.
Pedro
ResponderEliminarQue mais nos irá acontecer!!!! Hoje tenho o blog tolinho de todo não consegui entrar durante o dia.
Passei para deixar o meu abraço.
Tenho legítimas esperanças neste novo governo de direita composto por 4 independentes. Espero, acima de tudo, que o governo adopte os cavalos de batalha do CDS-PP e trate de controlar a imigração, reforçar a autoridade com mais meios e pessoal, bem como dotar a Justiça com uma mão mais pesada para acabar definitivamente com toda a palhaçada e impunidade que temos vindo a assistir nos últimos tempos nesta área. A nível da educação, tenho curiosidade em ver o que é que o competente Nuno Crato vai fazer. O ideal seria romper com o (des)Acordo Ortográfico e acabar com todo o facilitismo que existe no ensino. Os putos vão barafustar, mas que se lixe - é para o bem deles, logo é para o bem da nação.
ResponderEliminarEm relação ao FC Porto, eu sou benfiquista, pelo que é-me indiferente o que se passa nas bandas do Freixo. Vítor Pereira tanto pode surpreender como desiludir. E o Villas-Boas limitou-se a seguir o princípio que reina nesse mundo, que é o do profissionalismo. O Coentrão também não disse que por ele assinaria um contrato vitalício com o Benfica e agora já só quer ir para o Real Madrid? Villas-Boas vai ganhar 5 milhões por cada um dos cinco anos de contrato que rubricou o Chelsea. É mau? O Chelsea é melhor que o FC Porto (refiro-me em termos de qualidade do plantel e de estrutura, não em termos de títulos) e pertence apenas a uma das melhores ligas de futebol do mundo (a par da Liga Espanhola). Confesso que tenho curiosidade em ver o que é que o "miúdo" vai agora fazer no clube londrino. Conseguirá aquilo que o Mourinho bem tentou e nunca conseguiu? Seria lindo o Villas-Boas conseguir superar o Special One.
Adélia,
ResponderEliminarO Blogger anda mesmo doidinho.
Todos temos problemas com esta treta.
Abraço
FireHead,
Não acredito que o governo vá adoptar a agenda do CDS.
Lembre-se que, apesar de estarmos perante uma coligação, quem ganhou as elições foi o PSD.
Nalguns temas (especialemente na área da agricultura, pescas e segurança) é provável que haja coincidência de pontos de vista.
Noutros, manifestamente não.
Villas-Boas.
Repare que eu não critico a opção profissional.
Qualquer um de nós faria o mesmo que ele fez.
O que critico é a maneira como ele conduziu todo o processo.
Arrastar esta situação até ao primeiro dia de trabalho no Olival passa uma péssima imagem.
De garoto.
Vai ter sucesso em Stamford Bridge?
Não sei.
Sei que se foi meter num saco de gatos (seria bem diferente a hipótese Inter).
E pode sair de lá muito arranhado.
Para superar Mourinho vai ter que refazer aquela equipa toda.
E, pergunto eu, quem é que quer jogadores pagos a peso de ouro, em fim de carreira, com rendimento cada vez mais baixo?
É grande a tormenta....
Eu fico, uma vez mais espectante.
ResponderEliminarMulheres a contorlarem o Parlamento nunca deram bom resultado, independentemente das qualificações.
Se foi uma óptima juíza, podemos tirar vas nossas ilasões sobre como se encontra a justiça em Portugal.
Sobre as vilhetes dos médicos, Portugal terá muito que aprender com Macau, só assim poderão cobro aos gamansos.
Abraço amigo
Saudações cléricas.
Amigo Cambeta,
ResponderEliminarAssunção Esteves foi a primeira mulher a chegar a juíz do Tribunal Constitucional.
Não é para qualquer um.
Ela, e o meu colega de curso em Coimbra, Paulo Mota Pinto, chegaram ao Tribunal Constitucional com uma idade invulgar.
Porque são excepcionais.
Craques mesmo!!
Abraço
Não foi o sr. Pinto da Costa que disse que o sr. Vilas Boas ia ficar muitos anos no fcp?!?!???
ResponderEliminarFoi, Carlota.
ResponderEliminarEle e o Villas-Boas.
Essa atitude é que é criticável.
Assinar por outro clube, que lhe paga um salário principesco e lhe oferece condições de sonho, é algo de muito normal.
Que qualquer um de nós faria o mesmo.
Ele não devia era ter repetido à exaustão que não queria, que não havia dinheiro que o fizesse mudar de ideias, para, no primeiro dia de trabalho após férias, dizer que se ia embora.
Foi garoto.
Como já tinha sido quando alimentou esperanças ao Sporting na época passada e acabou a assinar pelo Porto.