Kursk poderá representar um ponto de viragem
Um Mundo a olhar para o Médio Oriente na política, e para Paris no desporto (o sonho de Putin), esqueceu por momentos a guerra no Leste da Europa.
Momento ideal para Putin consolidar os seus avanços em território ucraniano poderia pensar-se.
Erro crasso.
Putin há muito aposta todas as fichas na região do Donetsk.
Atenta a essa realidade, a liderança política e militar ucraniana ousou fazer o que ninguém tinha feito desde 1941, invadir território russo.
O factor surpresa foi essencial e em 48 horas o forte exército ucraniano (Putin já terá percebido que subestimou imenso a capacidade militar ucraniana) conquistou 400 quilómetros quadrados dentro de território russo na região de Kursk.
Se pensarmos que, em mais de dois anos de guerra, o exército russo terá conquistado 700 quilómetros quadrados de território ucraniano, perceberemos o desastre russo nesta frente de batalha.
Pior ainda, a propaganda russa não conseguiu controlar a fuga de informação e a fuga das populações, o pânico.
E a guerra a Leste conhece um novo desenvolvimento, uma nova faceta que se poderá tornar essencial se alguma vez se chegar à mesa de negociações.
Depois de Kursk, a Ucrânia passou a ter o que até agora não tinha - poder negocial, moeda de troca, na forma de território russo ocupado.
Ainda para mais um território simbólico, Kursk, o local onde os russos começaram a rechaçar os nazis em 1943.
O local essencial para o reabastecimento da frente de batalha (caminho de ferro) e onde se encontram instalações nucleares.
O local que doravante ficará na memória como o símbolo da capacidade ucraniana para atacar e anexar território russo.
No jogo das percepções esta anexação, por muito pouco tempo que possa durar, pode representar mesmo um ponto de viragem na guerra a Leste.
Oxalá que termine a chacina do doido Putin. Já dizia a minha avó cá se fazem cá se paga.
ResponderEliminarBeijos e um bom dia
Ainda vai demorar muito, Fatyly.
EliminarInfelizmente ainda vai demorar muito.
Beijos
Quem diria que um dia haveria este volte-face, este arrojo e coragem por parte de Zelensky? Será que é agora que Putin vai provar do próprio veneno?
ResponderEliminarNão pude deixar de pensar naquele ditado chinês: "Eu cá não sou de vinganças, mas quem mas faz, paga...mas(?)" :)
Só lamento sinceramente que sejam sempre os civis a pagar as favas.
Beijinhos
Uma demonstração de força conseguida à custa do factor surpresa, Janita.
EliminarAfinal a impenetrável Rússia tem pés de barro.
Beijinhos
No meio de tudo isto, o que lamento seriamente são as vítimas de parte a parte.
ResponderEliminarAbraço.
Que continuarão por mais algum tempo, São.
EliminarEssa é uma certeza.
Abraço
Pedramigo
ResponderEliminarKursk tem de ser analisado no contexto do dominó politico-militar que se vie na guerra Rússia Ucrânia. O avanço das tropas de Kiev é uma moeda de troca perante a forte presença russa na frente de batalha como por exemplo Chernihiv, Mykolaiv, Luhansk, Lviv, Vinnytsia, Kirovohrad, Kiev, Zaporíjia, Sumy, Kherson, Dnipropetrovsk, Kharkiv e Donetsk.
Ora este «equilíbrio» agora «desequilibrado» com a entrada em acção dos primeiros F16 pode ser temporário. O próprio Zelensky já admitiu que a Ucrânia não quer ficar com território russo, mas Kursk pode servir - e bem - para futuras (????) negociações. Com ou sem o filho da Putina?
擁抱
亨利
Espero que sem, FerreirAmigo.
EliminarA minha opinião é pública e notória - não acredito em negociação com Putin.
O urso russo não é minimamente confiável.
Uma possível negociação não poderá passar por Putin.
Enquanto não me provarem que estou errado...
Abração
Ninguém se atreve a apostar numa vitória, quer dos russos quer dos ucranianos.
ResponderEliminarEsta guerra vai durar algum tempo, quanto mais quanto for a intervenção de outras potências, principalmente daquelas que na guerra têm interesse e com ela ganham milhões.
Um abraço, Pedro.
Mas a guerra também não acaba sem a intervenção dessas potências, António.
EliminarQualquer veleidade negocial terá de passar por Pequim e Washington.
Um abraço
Teresa Palmira Hoffbauer
ResponderEliminarA Ucrânia não poderá ocupar permanentemente o território russo.
Mas ela tem uma mensagem clara para Putin.
O valor é mais simbólico que outra coisa, Teresa.
EliminarAfinal a Rússia não é inexpugnável...
Receio pela Ucrânia desde o início. Porque gosto de todos os David que ataquem Golias. Talvez os ucranianos tenham moeda de troca nas negociações. Isso, Pedro, ainda não sabemos. Que é um ponto a favor caso consigam manter a situação, é.
ResponderEliminarFicou o recado, bea.
EliminarAgora passámos à fase do contra-ataque.
Onde e quando menos esperam.