Fraude, disseram eles




Depois de mais uma onda de protestos, na Venezuela e um pouco por todo o Mundo, convém explicar como é possível afirmar tão convictamente que se está perante uma mega fraude eleitoral no país.
O processo eleitoral venezuelano está muito bem imaginado e muito bem organizado.
Um processo que se concretiza num voto presencial electrónico que se converte em voto em urna.
O votante exprime a sua vontade electronicamente e esse voto é depois impresso e depositado em urna.
Mais importante, a própria máquina emite automaticamente uma acta do processo eleitoral ao final do dia.
As actas e os votos, electrónicos e depositados em urna, são depois verificados pela Comissão Eleitoral e certificados pelo Supremo Tribunal.
Um sistema virtualmente à prova de fraude.
Para que esta ocorra, terá que haver um controlo de todas as estruturas estatais por parte daqueles que querem levar a cabo a façanha.
Nicolás Maduro, o autocrata que agora vê o chão a fugir-lhe debaixo dos pés.
Porque deixou pontas soltas.
Apesar do assalto promovido às estruturas da oposição, algumas actas em poder dos oposicionistas não foram recuperadas.
E foram divulgadas.
Os números são de tal forma avassaladores que não deixam lugar a qualquer dúvida.
Em posse destes, pediu-se a divulgação de todas as actas.
E o regime venezuelano veio invocar um suposto ataque informático para não as disponibilizar.
Vamos então proceder à contagem de votos em urna, retorquiram os opositores e observadores externos.
E a contagem foi feita apenas por apoiantes de Maduro, longe de olhares indiscretos de representantes da oposição ou observadores internacionais.
Para terminar a ópera bufa, uma certificação à pressa feita pelo Supremo Tribunal, em sessão fechada e com imediata declaração de irrecorribilidade da decisão.
Reconheça-se que vigarice mais transparente seria difícil imaginar. 

Comentários

  1. Protesto e mais protesto num mundo cada vez mais em guerra. Infelizmente a humanidade não se entende.
    Isabel Sá
    Brilhos da Moda

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    1. Se os protestos na Venezuela derem para correr Maduro vale a pena.

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  2. Um louco agarrado ao poder e o povo que se amanhe!
    Beijos e um bom dia

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    1. Ele e quem está à volta, Fatyly.
      O petróleo e o tráfico de droga dão muito dinheiro.
      Beijos

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  3. Enfim, Maduro falsifica os resultados das eleições, Zelensky nem eleições faz, Nethanyu massacra os palestinianos para se manter no Poder, Trump está ilibado de tudo pelo Supremo Tribunal que escolheu a dedo ...

    Realmente, a Humanidade não aprende !

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    1. Zelensky? Num país em guerra? Como é que se organiza uma eleição num país em guerra?

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    2. Essa não me convence, Pedro. Porque Israel tem feito eleições sempre e , gostemos ou não, não se pode dizer que tenha vivido em paz. Inclusivamente, mesmo com a situação actual há quem peça eleições.

      Porém, esperemos, para ver o que acontece depois...

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    3. Exactamente, esperemos para ver o que acontece quando houver paz.
      Agora o foco é outro.

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  4. Pedramigo
    A experiência de muitos e muitos anos vem de novo à superfície. Estive très vezes na Venezuela: A) no tempo do ditador general Péres Gimenez , em 1957, tinha então 17 anos acabados de fazer, integrando uma excursão promovida pelos finalistas do Lyceu (está assim escrito no frontespício do edifício). Nessa altura o país, apesar da ditadura, atravessava um período de grande desenvolvimento. O Clube Português de Caracas, onde tivemos um beberete deixou a malta regalada. De política, apenas alguns de nós (entre os quais eu) nos apercebemos de que o regime político estrebuchava - o que aconteceria no ano seguinte - 1958.
    B) No tempo da democracia (???) com Carlos Andrés Pérez corria o ano de 1978, a quem entrevistei; já o havia conhecido em Lisboa numa reunião da Internacional Socialista, ainda não era presidente. Um homem culto, ambicioso, sedento do poder (presidiu aos destinos do apaís por... duas vezes. O principal tema da conversa, aliás muito interessante foi a falência do Banco de los Trabajadores que originou grandes movimentações por todo o país. Mas, claro, o petróleo veio igualmente à baila.
    C) Já com outro ditador, o general Hugo Chávez por por dos computadores portugueses Magalhães, um negócio que do lado lusitano teve como protagonista o primeiro-ministro José Sócrates.
    Tratou-se de um negócio que Chávez me disse ter sido excelente, tanto mais que naquele país os computadores tinham sido baptizados: Canaima. Quanto ao regime, o autor do chavismo informou-me que na Venezuela não podia haver democracia porque o povo não estava preparado para isso. Respondi-lhe que já ouvira isso nos tempos do salazarismo. E ele, franzindo o cenho: «O que é isso?»
    É deste tito que Nicolás Maduro recebeu o estilo e o método políticos, ou seja, a democracia só pode ser a popular. Para tanto o controlo total dos órgãos do Estado, a submissão da manu militare são imprescindíveis. E o petróleo cujas torneiras parece estarem fechadas (o que é mais uma mentira dum aparelho corrupto, criminoso, esmagador das liberdades políticas - saberá o povo o que isso é???? - leva ao descalabro que hoje ali se vive.
    E não falem (ME falem) da Oposição... Onde está Juan Gaidó (que Lisboa reconheceu como presidente...)?
    擁抱
    亨利

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    1. O petróleo e a droga, FerreirAmigo.
      Que alimenta a clique de governantes e generais que controla a Venezuela enquanto o povo passa fome.
      Curioso que todos os ditadores, em toda a parte, têm o mesmo argumento - o povo não está preparado para escolher.
      Pulhas!
      Abração

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  5. Mais outro que desapareceu? (comentário)
    Não há direito!

    Janita.

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  6. E estamos a quase 4 meses do final de 2024 e nada de bom se vislumbra em lado nenhum.
    Boa semana.

    As férias?

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  7. I feel agree after reading this story that fraud was carried out transparently

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  8. Amigo Pedro, mais uma eleição para dar uma cara de legalidade a ditadura. Abraço!

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