In Trump We Trust Inc.

Trump é mesmo a cobra venenosa dentro do Partido Republicano.

O réptil que se alimenta do próprio veneno.

Depois de tanto cambalacho, de tanta vigarice, de uma colecção invejável de processos de natureza cível e criminal, Trump vence as primárias no Iowa.

E vence destacado – 51.1% dos votos; contra os 21.2% de Ron De Santis; os 19.1% de Nikki Halley; e os 7.1% de Vivek Ramaswamy.

Este último, desbocado, insolente, malcriado, já anunciou a sua desistência e o seu apoio a Trump (fazem um lindo par de jarras!).

Goste-se ou não, Trump é um fenómeno, o produto acabado do efémero televisivo, da cultura do exibicionismo, da mentira.

E uma grande fatia do eleitorado americano gosta disso mesmo.

Nunca percebi se Trump é realmente o cretino, imbecil, arrogante, que projecta, ou se essa é só a imagem pública que vende.

Trump é um especialista na detecção precoce do gosto do consumidor americano.

E é isso mesmo que vende.

Em concursos televisivos ou na candidatura à presidência, o povo gosta.

O homem que só ganha o voto popular dentro do seu Partido, vai sobrevivendo a todas as vicissitudes, espalhando mentiras, recusando debates, mas mantendo fiel um rebanho que o segue até ao mais fundo abismo.

Segue-se o New Hampshire.

Já só a três.