Fuga para a frente

O Mundo enfrenta uma nova convulsão política com os actos terroristas dos Huthis no Mar Vermelho.

Apoiados pelo Irão, estes terroristas atacam os navios mercantes na rota essencial a todo o comércio internacional.

A questão que se coloca é porquê.

A resposta mais imediata, o fanatismo religioso, será só uma dimensão.

Quiçá a menor.

O ódio ao Ocidente e aos seus valores não surgiu agora.

Então porque é que agora se manifesta desta forma, através de terrorismo selectivo?

E a resposta passará muito por um caldo de cultura que tem origem na invasão russa na Ucrânia e passa pela decrepitude do regime iraniano.

Desde logo, ao invadir a Ucrânia, Putin deu uma justificação a todos os terroristas que estavam contidos nas suas acções para fazerem o que lhes desse mais prazer.

O equilíbrio mundial, conquistado nas últimas décadas, desaparecia com os primeiros bombardeamentos russos na Ucrânia.

Já abalado pelo comportamento de um tresloucado nos Estados Unidos, esboroava-se com o ataque russo ao seu vizinho e outrora parceiro.

Atento a estes movimentos, o regime iraniano, a pérfida teocracia iraniana, ensaiou uma óbvia fuga para a frente, instrumentalizando estes movimentos terroristas a seu favor e desviando a atenção dos enormes problemas internos que há muito enfrenta.

Velhos, à espera de uma morte que inevitavelmente se anuncia, os líderes iranianos, incapazes de conter os movimentos de descontentamento interno, provocam o caos onde podem.

Contando para esse fim com a fácil adesão destes movimentos inorgânicos e não olhando a meios nem consequências.

George W. Bush falava inopinadamente no eixo do mal.

Essa realidade está bem presente na actualidade e passa muito por Moscovo e Teerão.