A cigarra, com raiva da formiga, votou no insecticida

 




Começa o ano e preparamo-nos para ir a votos.
Em Março, com a Primavera à porta, os portugueses vão escolher outra Assembleia da República.
Da qual resultará outro Governo.
Essa será a única quase certeza neste momento.
Muito dificilmente os portugueses irão dar a maioria parlamentar a um só partido político nestas eleições.
E que propostas lhes são apresentadas pelos principais partidos políticos neste momento?
O PS, ao eleger Pedro Nuno Santos como líder, parece indicar uma clara preferência - uma nova geringonça será a mais que provável solução governativa, ou de política de alianças parlamentares.
O PSD tenta reavivar o espaço da Direita com uma aliança com o CDS.
A ideia é muito clara também - aritemeticamente evita-se o desperdício de milhares de votos que o CDS recebeu e de nada serviram; politicamente tenta-se dar um novo impulso, uma nova alternativa, no espaço à direita do PS.
Espaço à direita do PS onde se situa o Chega.
O Partido que todos criticam, que poucos entendem, o papão destas eleições, a força política que faz a campanha Tiririca em Portugal (pior que tá num fica).
Um espaço onde se situa também a Iniciativa Liberal.
Uma força política em ebulição, liberal na economia mas não tanto nos costumes, um híbrido ainda mal compreendido em Portugal.
Muito como o PAN.
Defensor dos pardais e dos periquitos, dos caracóis mas também das plantas que os bichinhos comem, do PAN sabe-se sobretudo que não gosta de touradas.
Finalmente, o espaço à esquerda do PS.
O Livre, o Partido que é sobretudo um homem zangado com o Bloco de Esquerda.
E o Bloco de Esquerda, o Partido das causas fracturantes, os modernaços da Assembleia.
E o PCP, o same same but different desde 1974.
Agora escolham.
Mas por favor não sejam como a cigarra, não votem no insecticida só por terem raiva da formiga.


Feliz 2024!

Comentários

  1. Teresa Palmira Hoffbauer

    Uma fábula muitíssimo interessante e bem escrita.
    Até ao dia 10 de Março 2024 tenho de acalmar e regressar ao meu habitual pragmatismo, senão faço como a cigarra e voto no insecticida só por ter raiva à formiga 🐜

    Há cerca de dez minutos saíram de minha casa dois socialistas portuenses a caminho do aeroporto. Ele tenciona votar em branco, porque não gosta do Pedro Nuno Santos. Ela adora o PNS e defendeu-o com unhas e dentes. Até os socialistas estão divididos.

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    1. De onde acha que vieram as denúncias, Teresa?
      Apostava, eu que nem gosto de apostas, que foi de dentro do dividido PS.

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  2. Votar este ano requer um maior entendimento do que se passa. Uma política demasiado complicada, representantes com diferentes agendas, agendas duvidosas, falta de ética, falta de honestidade...

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    1. Ainda há bocado disse isso a um amigo, Catarina.
      Ainda não decidi se vou votar.
      Muito menos o sentido do meu voto.
      A minha geração, na política, é uma completa desilusão.

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  3. Brilhante análise 👏
    Feliz Ano Novo 🍾 🎊 que venha recheado apenas de coisas boas.
    Beijinhos

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  4. Uma magnífica análise e como já disse que sei em quem irei votar.
    Beijocas e um bom dia

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    1. Eu ainda não sei, Fatyly.
      Espero que a campanha eleitoral deixe de lado a maledicência e seja esclarecedora.
      Beijocas

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  5. O mais marcante nestas eleições será a falta de carisma e o ar irónico-sarcásmico do Montenegro. Que irá desta para a melhor talvez mesmo antes das eleições europeias.
    O Pedro Nuno Santos, se não responder aos ataques, arrisca-se a ganhar com maioria absoluta, para grande alívio de Marcelo, que viu que a demissão do primeiro-ministro não apagou a cunha das gémeas luso-brasileiras.
    Boa semana e Feliz Ano Novo, caro amigo Pedro.
    Um abraço.

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    1. Não acredito em maioria absoluta de nenhum partido ou coligação, Jaime Portela.
      O que me adensa as dúvidas acerca de uma possível solução governativa.
      Um abraço

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  6. Bom dia
    Vou com certeza votar , pois nunca o deixei de fazer , mas sinceramente estou muito indeciso.
    Vamos ver como corre a descampanha .

    JR

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    1. Espero que seja verdadeiramente uma campanha e que seja esclarecedora.
      De insultos já estamos todos fartos.

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  7. A fábula é conhecida e está muito bem adaptada.
    Temos que nos encher de paciência durante 2 meses e dez dias para talvez ficarmos num beco que terá de ter uma saída.

    Abraço

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    1. Ainda estou muito indeciso.
      Conquistem-me por favor.
      Abraço

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  8. Pela primeira vez, irei votar em branco, ninguém me inspira confiança.
    Gostei desta fábula :)
    Beijos

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    1. Ainda não decidi o que vou fazer, Manu.
      Espero pela campanha eleitoral.
      Beijos

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  9. A minha intenção de voto está formada e sem quaisquer dúvidas.
    Não quero o meu país à deriva e/ou entregue a sanguessugas desmioladas.
    Um abraço, Pedro.

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    1. Eu ainda não decidi o meu sentido de voto, António.
      Espero pela campanha.
      Um abraço

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  10. Dos tempos da gerigonça, curiosamente não terão os portugueses muito más memórias... só o nosso Marcelito que por essa altura já evocava o uso da "Bomba Antónia" para aplicar ao António, para este ir à sua vida, para outras paragens...
    Os mal compreendidos... são os vendedores da banha da cobra... de que os Açoreanos saberão gabar... e que desgovernaram o governo de alianças, que por lá tinham periclitante com os chegosos... já os liberais da iniciativa... nem entre eles se entendem, a sua cadeia politico-hierárquica é feita de queixas do seu próprio partido, tendo uns 25 proeminentes abandonado o partido de uma assentada durante o ano que passou...
    O Pan... nem os donos de cães e gatos convence...
    A minha intenção de voto... será para repor o que o Marcelito fez questão de não gostar: um governo estável. Não está bem tal escolha, mas não quero que fique pior, com figuras com telhados e 8 casas de banho de luxo, de vidro... e um elevador... que também não me convencem da sua magnificência... e de soluções milagrosas, ao estilo argentino... o tal que cobra por um bilhete de autocarro quase 2 terços de um ordenado mínimo, e ao fim de menos de um mês de governação... já está a fazer um imenso sucesso por lá...
    Vou usar as palavras do António acima... não desejo ter um país à deriva ou entregue a sanguessugas desmioladas... e empoderadas, acrescento eu!
    Beijinhos! Bom ano!
    Ana

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    1. Não gostei do desempenho deste governo do PS, Ana.
      Com uma maioria parlamentar, com uma oposição fraca, o que é que fizeram?
      Qual é a memória futura deste período de governação?
      Os casos e casinhos?
      Têm de fazer mais para me convencer.
      Costa foi um líder que não conseguiu controlar os desmiolados e deslumbrados dentro do PS.
      O que fez crescer os populistas.
      Vamos ter uma grande surpresa nas próximas eleições com essa gente, acredite.
      Beijinhos, Bom Ano

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  11. Eu confesso que estou tão desiludida com os políticos, que me sinto à deriva...qual deles o melhor...
    Isabel Sá
    Brilhos da Moda

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  12. Confesso que estou farta de trafulhas e ladrões. Está na hora de abrir a pestana!
    .
    Quero, e vou recomeçar esta trilha
    Beijos e abraços. Feliz 2024.

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  13. Votar em branco nunca votei, não voto, nem votarei, mas lá que nunca me senti tão desorientada quanto me sinto agora, também é verdade.
    Espero que a campanha eleitoral não seja o costumeiro mal-dizer dos outros Partidos em prol das virtudes e competências. O chorrilho de promessas que nunca serâo cumpridas. Que haja honestidade e seriedade.
    Se não houver uma maioria

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    1. ...diacho, já me estão a boicotar a palavra? O comentário fugiu-me como se tivesse fogo no rabo... :(
      Dizia eu que se não houver maioria, o que é certo não haver, não vejo porquê a necessidade de se criarem alianças para a obter.
      Já se governou sem maioria e o país foi governado melhor e com mais sentido de justiça do que quando podem, querem e mandam.
      Não direi que o meu é mais um voto, menosprezando-me, o meu voto conta, sim , por isso lá estarei para fazer a diferença...
      Beijinhos

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    2. Poderá haver maiorias circunstanciais, Janita.
      Negociadas medida a medida.
      Eu prefiro assim, com franqueza.
      Beijinhos

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  14. Caramba! Vcs falam de todos os assuntos por aqui! Bju

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  15. O reformado de Boliqueime , que jamais teve o meu voto, ensinou-me a não gostar de maiorias absolutas.

    Esta do PS não correu bem, mas , convenhamos, ao longo do tempo em que foi Primeiro-Ministro, António Costa enfrentou situações complicadissimas que vão desde a pandemia até guerras abertas, passando pelo comportamento de um Ministério Público em roda livre.

    Receio bem que haja formigas votando no insecticida....

    Bom 2024!

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