COERÊNCIA

 

Diz-se coerente algo que se apresenta como lógico, que faz sentido.

A coerência deve ser sempre um ponto cardeal essencial na vida do ser humano.

E deve manifestar-se na sua plenitude na vida pública e privada do indivíduo.

Se se exige que a jurisprudência do Tribunal da União Europeia seja sempre coerente, não é por capricho ou teimosia.

É porque assim é mais facilmente compreensível e consequentemente mais facilmente aplicável no dia a dia nos vários Estados.

É assim na Justiça, deve ser assim na politica.

Miguel Albuquerque pode ser inocente de todos os crimes que lhe são imputados.

Mas está não só sob suspeita como com estatuto de arguido.

Querer manter-se na liderança do Governo Regional da Madeira nestas circunstâncias foi um erro político de principiante.

Mais ou mais quando tinha sido dos que primeiramente tinham tornado pública a sua posição acerca da necessidade de António Costa se demitir.

Andou mal Miguel Albuquerque, andou mal Luis Montenegro quando não retirou imediatamente a confiança politica ao líder madeirense.

A percepção que fica na opinião pública é que só a chantagem do PAN permitiu emendar a mão.

Ganhou com isso uma vez mais André Ventura e o CHEGA.

Porque afastou os temas mais melindrosos do debate político entre PS e PSD, e porque pode facilmente argumentar que não hesitou quando teve de afastar Maló de Abreu face às suspeitas que foram levantadas entretanto.

Coerência, senhores, coerência.