Um mito desfeito no espaço de dois dias
Na passada segunda-feira, no retomar dos trabalhos da Assembleia Legislativa, foram vários os discursos inflamados em defesa do ensino e do emprego da Língua Portuguesa na Região Administrativa Especial de Macau (RAEM).
Discursos que retomavam o que tinham sido as recomendações deixadas em Macau pelo Primeiro-Ministro da República Popular da China reafirmando a aposta Lusófona do Governo de Pequim.
Para os mais distraídos, ou mais crentes, estava de uma vez por todas efectiva e definitivamente consagrado na prática o estatuto legal da Língua Portuguesa enquanto uma das línguas oficiais na RAEM.
Dois dias depois, na Abertura do Ano Judiciário de Macau, Jorge Neto Valente, Presidente da Associação dos Advogados de Macau, desfez esse mito muitíssimo efémero.
No seu habitual tom frontal e desassombrado, o Presidente da Associação dos Advogados de Macau afirmou alto e bom som aquilo que todos sabemos ser a realidade da RAEM no que diz respeito à utilização das línguas oficiais.
A Língua Portuguesa é cada vez menos utilizada, tantas vezes em flagrante violação da Lei Básica e de outros diplomas legais em vigor e que são pura e simplesmente ignorados (olimpicamente desprezados, na expressão de Jorge Neto Valente).
Apetecia perguntar a quem tão eloquentemente defendeu o ensino e a utilização da Língua Portuguesa no plenário da Assembleia Legislativa se conhece a expressão bem portuguesa "que bem prega Frei Tomás...".
De boas palavras e intenções está o inferno cheio...e tanto se diz e nada se faz. Que mundo!
ResponderEliminarBeijocas
Jorge Neto Valente não se deixa ir em cantigas, Fatyly.
EliminarE, TODOS OS ANOS, diz o que tem que ser dito.
Doa a quem doer.
E a verdade é que o rei vai nu.
Beijocas
Toda a razão, Pedro. Não há o minimo de respeito pela também lingua oficial, a portuguesa...
ResponderEliminarMor
Mas quem ouvir falar aquelas alminhas na AL, e não os conhecer, pensa exactamente o contrário, Mor.
EliminarA violação constante da Lei Básica e de outros diplomas legais em vigor, como foi dito deve ser uma constante nessas belas terras de Macau que tanto nos dizem.
ResponderEliminarUm abraço e continuação de uma boa semana.
Andarilhar
No que diz respeito à utilização das duas línguas oficiais sem dúvida que o é, Francisco.
EliminarInfelizmente, digo eu.
Aquele abraço, continuação de boa semana
Ou seja, o português é língua oficial como reza a lei mas há outras, porventura o inglês é mais sem o ser
ResponderEliminarHaverá pruridos políticos de resistência chineses e interesses económicos que se sobrepõem à posição daqueles que defendem a língua de Camões.
Abraço.
Aquilo que há muitos anos me ensinavam na Faculdade, Agostinho - a diferença entre the law in the books and the law in action.
EliminarA verdade é, também muito por culpa das sucessivas administrações portugueses, que não quiseram ou não souberam implementar o ensino e a utilização da Língua Portuguesa em Macau, esta nunca teve aqui grande implementação.
Bem diferente do que aconteceu com os ingleses ali ao lado em Hong Kong.
Aquele abraço
Lamentável...
ResponderEliminarBeijinho.
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Vou citar António Guetrres na frase que o celebrizou, Majo - é a vida... :(
EliminarBeijinhos
O mito foi desfeito, Pedro.
ResponderEliminarA questão é saber se vai voltar.
Abraço
Vai, António, tenho a certeza que vai.
EliminarE muitas vezes.
Aquele abraço
É uma pena que se vá perdendo essa utilização da lingua portuguesa!
ResponderEliminarBeijinhos
Enquanto houver rezingões que não se calem há esperança, Chic'Ana.
EliminarEstarei sempre disposto a dar o meu pequeno contributo nesse sentido.
Beijinhos
Caro Amigo Pedro Coimbra.
ResponderEliminarFico cá baralhado, como dizem no reino distante além-mar, em imaginar a vivência com duas línguas oficiais.
Valha-me Camões...
Caloroso abraço. Saudações baralhadas.
Até breve...
João Paulo de Oliveira
Um ser vivente em busca do conhecimento e do bem viver, sem véus, sem ranços, com muita imaginação, autenticidade e gozo.
Não é fácil exige grande esforço e coordenação, para além de formação, mas vale a pena.
EliminarA visão de Pequim para Macau é ter aqui uma sociedade quadrilingue (cantonense, mandarim, português, inglês) e um centro de difusão e aprendizagem da Língua Portuguesa.
A minha mulher e as minhas filhas são multilingues.
Eu ando a tentar.
As línguas latinas e o inglês já domino.
O cantonense um bocadinho da fala (percebo mais do que falo).
Mas nunca é tarde para aprender mais.
Aquele abraço
Aqui cabe bem o ditado : "Olha para o que eu digo, mas não para o que eu faço" (ou tenciono) ! :(
ResponderEliminarSerão precisos muitos Valentes, Jorge Neto !!! :)
Abraço
Mas o Jorge Neto Valente, que até foi meu colega de mestrado e é um craque, não se atemoriza, Rui.
EliminarAquele diz o que pensa.
Muita gente não gosta dele por isso mesmo.
Eu só espero é que nunca lhe doa a língua.
Aquele abraço
Chinesices!!!!
ResponderEliminarNo que o termo tem de mais negativo, Ricardo
EliminarUm mito desfeito, mas não morto, (digo eu)
ResponderEliminarAbençoada frontalidade de Jorge Neto Valente.
Beijinho Pedro
Que não lhe doa a língua, digo eu, Adélia.
EliminarBeijinhos