Um tempo ideal para regulamentar o artigo 23º da Lei Básica em Hong Kong?
Todos recordamos as gigantescas manifestações que tiveram lugar em Hong Kong quando na vizinha Região Administrativa Especial se pretendeu regulamentar o artigo 23º da Lei Básica.
Todos, pelo que ouvi noticiado ontem, não.
Porque o que ontem ouvi foi uma opinião de um daqueles especialistas/académicos, que tão rapidamente aparecem quanto desaparecem, a defender que este é um tempo ideal para avançar com a regulamentação do artigo 23º da Lei Básica em Hong Kong.
Num momento de grande tensão política e social, na sequência de violentíssimos tumultos que agitaram Hong Kong ainda há poucos dias, uma iniciativa destas é digna de um pirómano a comandar o ataque a um incêndio.
Se a relação de confiança entre uma larga fatia dos residentes de Hong Kong e o poder chinês nunca foi famosa, nos últimos anos tem vindo a degradar-se consecutivamente.
Nem vale a pena relembrar os episódios de todos sobejamente conhecidos que atestam este facto.
E é num cenário destes, com este ambiente político e social, que se vem agora lançar a ideia de regulamentação do artigo 23º da Lei Básica?
Por mais extraordinários que sejam estes especialistas/académicos, há uma qualidade essencial que lhes falta e sem a qual arriscam agravar uma situação já de si muitíssimo complexa.
Uma qualidade que Jane Austen tão bem caracterizou e descreveu - sense and sensibility (sensibilidade e bom senso).
Começa logo por ser errada essa designação de especialista ( que geralmente é mais um rótulo que qualquer outra coisas) usada pelos jornalistas.
ResponderEliminarÉ-se perito em qualquer tema, nada mais nem menos.
DEpois debitam opiniões com uma solenidade que leva a crer serem realmente os donos da verdade, que daí a três ou quatro dias já é outra , mas que defendem com a mesma convicção.
Para cúmulo, sanidade mental é coisa que não abunda nesses cérebros iluminados e , assim, acabam por fazer ou validar propostas tão parvas como essa.
Esta malta ensandeceu, São.
EliminarA última vez que tentaram fazer passar esta legislação (leis anti-sedição) tiveram mais de meio milhão (há quem fale em mais de um milhão...) nas ruas.
Agora, em plena convulsão, vêm com esta ideia peregrina.
Havia de ser bonito!!!
Caro Amigo Pedro Coimbra.
ResponderEliminarFui consultar no "Santo" Google e li o teor do Artigo 23, que aqui transcrevo:
"O Artigo 23 da Lei Básica requer que Hong Kong decrete leis próprias para proibir certos atos como traição, secessão, sedição e subversão contra o governo central da China, além da subtração de segredos do Estado. Uma controvérsia considerável foi gerada quando o Governo de Hong Kong tentou introduzir uma legislação para implementar o Artigo. A legislação proposta daria muito poder a polícia, que passava a não precisar de um mandato de busca para invadir a casa de um “possível terrorista”, o que causou protesto público e resultou em demonstrações em massa. Depois das demonstrações, o governo engavetou indefinidamente a lei."
Considero um artigo inquietante porque, se regulamento, poderá ser utilizado de maneira arbitrária.
Caloroso abraço. Saudações atentas.
Até breve...
João Paulo de Oliveira
Um ser vivente em busca do conhecimento e do bem viver sem véus, sem ranços, com muita imaginação, autenticidade e gozo.
É isso exactamente que está em causa, Amigo João Paulo de Oliveira.
EliminarCom a desconfiança congénita dos cidadãos de Hong Kong face ao poder chinês, num momento de particular tensão e violência, é preciso ser muito obtuso ou muito louco para propor uma coisa destas.
Aquele abraço
Assunto tratado fora de tempo, creio.
ResponderEliminarAbraço
Mas há mais vozes a insistir nesta necessidade.
EliminarE imediatamente, António.
Não há cu que aguente!!
Aquele abraço
Pois ... só mesmo sendo especialista em pirotecnia.
ResponderEliminarPirómanos do mais perigoso possível, Carlos
EliminarHá pouco disso!
ResponderEliminarOlha quem voltou!!
EliminarAndou desaparecida durante muito tempo, Diana Fonseca.
Bom Ano de 2016, Bom Ano Novo Lunar que ainda agora começou.