Procura de unidade à Esquerda na Península Ibérica



A Península Ibérica está a viver um momento histórico no que se refere à criação de uma frente comum dos partidos de Esquerda em Portugal e Espanha.
Já não está agora em causa se as soluções encontradas são do agrado de todos, se são as mais correctas e legítimas.
Mais que juízos de valor (caberá a cada um fazer o seu), a realidade é que assistimos actualmente a uma procura de união nas várias tendências que compõem a Esquerda em Portugal e Espanha, impensável até muito recentemente.
Com uma grande diferença - o consenso encontrado em Portugal, ainda que pelo menor denominador comum, que permitiu a apresentação de uma solução governativa e a aprovação do Orçamento com votos favoráveis de PS, PCP, Bloco e Verdes, ainda que com muitos recados à mistura, não encontra paralelo em Espanha. 
Se em ambos os países os partidos vencedores das eleições não conseguiram formar Governo, em Portugal assistiu-se imediatamente a seguir à contagem de votos a uma congregação de vontades que, ainda que com alguns sobressaltos, vai funcionando. 
Em Espanha, pelo contrário, PSOE, Podemos, Izquierda Unida e Compromís, só concordaram em discordar. 
E em marcar nova reunião para tentar encontrar o tal menor denominador comum que estará na base da solução governativa portuguesa. 
Com o PSOE a tentar viabilizar uma solução governativa à esquerda, ao mesmo tempo que negoceia um acordo de investidura parlamentar com o Ciudadanos, a situação política em Espanha parece ainda longe da necessária clarificação.

Comentários

  1. Esperemos que mais países virem esta politica europeia de austeridade cega.
    Um abraço e continuação de uma boa semana.

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    1. Já aqui afirmei mais que uma vez que não concordei com esta solução governativa, Francisco.
      Mas isso já lá vai.
      Há um Governo e eu espero que governe bem, que melhore as condições das pessoas.
      Ao mesmo tempo estou curioso como vai ser o exemplo seguido em Espanha.
      Aquele abraço, continuação de boa semana

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  2. Como se diz ... ah, é assim: de Espanha nem bons ventos nem bons casamentos.
    E para rimar, acrescento: nem entendimentos.
    Abraço

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  3. Há uma diferença fundamental entre Portugal e Espanha, Pedro. Em Portugal, há uma aliança de esquerdas. Em Espanha é impossível, porque o PODEMOS vive na pré-história e faz exigências descabeladas. A única coligação possível é entre o PSOE e o Ciudadanos ( centro-direita). Ou sedja, um Centrão onde o Ciudadanos substitui o PP mergulhado em escândalos de corrupção.

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    1. Em Portugal há uma aliança de esquerdas e está a funcionar.
      Com pedras no caminho, com algumas bicadas, mas a funcionar.
      Em Espanha parece que não vai ser assim tão linear.
      Nunca escondi que não concordava com a solução encontrada em Portugal.
      Mas está aí, é um facto, esperemos que resulte para bem de todos.

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  4. Este nado morto que parece ser o novo Governo espanhol, fruto de mais um "golpe de Estado constitucional" parece-me não ter qualquer viabilidade no actual panorama europeu mas, enfim, há que tentar até o Rei Felipe VI decidir convocar novas eleições.

    Aquele abraço, Pedro.

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    1. A aliança à esquerda parece que não está a entrar em Espanha, Ricardo.
      Como bem comenta o Carlos, graças às exigências parvas do Podemos.
      Vamos ver o que nos reservam os próximos dias.
      Aquele abraço!

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  5. Sempre disse que a mistura de várias ideologias é benéfico.
    Vai daí sempre votei na oposição. Um partido maioritário torna-se prepotente, sem auscultar os outros
    Kis:=)

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    1. As experiência que temos com maiorias não são nada boas, AvoGi.
      Maiorias de um só partido têm sido muito dadas a abusos.
      Bjs

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  6. Pedro, em Portugal está a funcionar, mas ainda é cedo... a procissão ainda vai no adro.

    Um beijinho

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    1. Está a funcionar, Miss Smile.
      No futuro......veremos.
      Beijinhos

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  7. A ESquerda a funcionar...com de costume!

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    1. Em Portugal até está a funcionar bem, São.
      Em Espanha é que ninguém se entende.

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  8. Respostas
    1. Às vezes é melhor, Diana Fonseca.
      Não perceber ou não dar atenção.

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  9. ~~~
    Está complicado para ''nuestros hermanos''
    levar o barco a porto seguro, porém, tenho
    a certeza que vão conseguir.

    Quanto a nós, é muito louvável e aplaudível
    o enorme esforço de concertação entre as 3
    partes envolvidas no governo.

    ~~~ Beijinhos, Pedro. ~~~
    ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

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    1. Não tenho assim tantas certezas que haja entendimentos em Espanha, Majo.
      Em Portugal, goste-se ou não, está a funcionar.
      Beijinhos

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  10. Parece que por lá as posições estão mais extremadas.
    E assim fica difícil o entendimento.
    Um abraço

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  11. O esforço é notório, Pedro, mas o entendimento está bastante complicado. São demasiadas sensibilidades e interesses em jogo.
    Abraço

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    1. A posição extremada do Podemos é que está a criar problemas, Carpe Diem
      Aquele abraço

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  12. Caro Amigo Pedro Coimbra.
    De 1998 a 2003 fui filiado ao Partido Comunista do Brasil, que é aliado do Partido dos Trabalhadores.
    Na contemporaneidade estou sem chão, porque cada vez mais lembro do final do inquietante livro "A Revolução dos Bichos", que no reino distante além-mar tem o título "O Triunfo dos Porcos".
    Peço-te escusas por trazer à baila uma angustiante questão do lado e cá do grande oceano e hemisfério que nos separam.
    Aproveito o ensejo para deixar-te ciente que não sou mais filiado a nenhum partido.
    Caloroso abraço. Saudações desiludidas.
    Até breve...
    João Paulo de Oliveira
    Um ser vivente em busca do conhecimento e do bem viver, sem véus, sem ranços, com muita imaginação, autenticidade e gozo.

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    1. Gosto (gostamos) sempre de saber novidades do Brasil, Amigo João Paulo de Oliveira.
      Assim é que tem piada para não estarmos sempre a falar dos mesmos assuntos e das mesmas pessoas.
      Grande abraço

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  13. Em Portugal, o problema que se põe não é o do curto prazo (os primeiros 6 meses) ! Sabíamos que para a aprovação deste orçamento havia um compromisso de esquerda !
    O problema vai por-se daqui a algum tempo quando o PCP e o BE tirarem o tapete ao PS ou o obrigarem a seguir as suas políticas !
    Em Espanha as coisas parecem estar muito mais complicadas ! (?)

    Abraço !

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    1. Eu nunca escondi que não gostava desta fórmula nem acreditava no sucesso da mesma, Rui.
      Mas lá que está a funcionar, lá isso está.
      E passou o primeiro grande embate que era a aprovação do Orçamento.
      Aquele abraço

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  14. Um partido (Phodemos) que exige um referendo que pode levar à fragmentação do próprio País não deveria nem existir, deveria ser ilegalizado porque aquilo que defende é uma traição!
    O Rei sempre poderá marcar novas eleições, o que infelizmente por aqui não foi possível. E não me parece que o nosso "governo" está a governar para o bem de todos!

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    1. Não é um partido de governo, Vladomiro.
      Seria uma grande surpresa para mim que se viesse a revelar como tal.

      Eu não afirmei que o governo português está a governar para o bem de todos.
      Apenas manifestei o desejo que assim seja.
      E estou à vontade para o afirmar porque nunca fui adepto desta solução, nem nunca acreditei na mesma.

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