Jornada Mundial da Juventude




Começa a Jornada Mundial da Juventude em Portugal.
Com o mesmo coro e o mesmo choradinho que é habitual neste tipo de acontecimentos.
Lembram-se da Expo, do Europeu de Futebol?
Camões criou o personagem Velho do Restelo na sua obra épica “Os Lusíadas”.
E os portugueses, como bons cristãos, fizeram a personagem crescer e multiplicar-se.
Vai-se gastar muito dinheiro, o Estado é laico, o palco é caro, a segurança está mal, o alojamento custa uma fortuna, a restauração também.
Para que é que se vai fazer isto se havia tantas outras coisas em que se podia gastar o dinheiro??
E com ajustes directos??
Os políticos são todos uns ladrões.
Pensei em tudo isto quando vi imagens de um estabelecimento de comidas de um amigo, em Coimbra, completamente cheio de jovens que vieram participar no evento.
Sexta-feira à noite e o interior e a esplanada não tinham espaço para mais ninguém.
Quantos estarão assim pelo país fora?
E a hotelaria?
E o pequeno comércio?
Todos saídos do pesadelo da pandemia e a precisarem urgentemente de uma injecção de capital que lhes foi negada durante três longos anos.
O investimento é vultuoso?
Claro, uma organização destas envolve sempre investimentos vultuosos.
Qual é o retorno? Directo e indirecto?
Fazer barulho com custos esquecendo as receitas é pura demagogia.
Estou feliz por ver Portugal organizar este encontro.
E muitos outros desta ou de outra natureza.
A menos que a barulheira se limite a preconceito religioso.
Se assim é, a questão é outra.
O Estado é laico.
E é tolerante.
Com todas as crenças e todos os credos.
Mas sabe que a esmagadora maioria da população é católica e que esse facto tem um custo e um proveito.
Que o Estado está a assumir e a encarar como um investimento.
Não consigo perceber onde está afinal o problema, confesso.

Comentários

  1. Até daria para rir se não fosse tratar-se da "pequenez" de muitos. A primeira referência que li sobre esta jornada foi precisamente sobre o custo do tal palco. :))

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    1. Se não se faz nada queixas porque não se faz nada.
      Quando se faz é porque... e porque... e porque...

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  2. Teresa Palmira Hoffbauer

    Marcelo diz que o lucro da JMJ deve ser gasto na parte social
    e se der prejuízo, que cobre esse prejuízo?

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    1. O Estado, Teresa.
      Obviamente.
      Agora é fazer esforço para haver lucros.
      Directos e indirectos.

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  3. Teresa Palmira Hoffbauer

    Já é agosto!
    Que tal colocar um sorriso no rosto?

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    1. Marquei ontem viagem para Londres e Portugal no final de Setembro, início de Outubro.
      E já estamos a planear actividades a quatro.
      Sorriso de orelha a orelha.

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  4. Eu também não sei onde está o problema! ha ha ha
    Boas ferias em Portugal com sua familia, Pedro.

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    1. Será mais para Setembro/Outubro, Beatriz.
      Já estou a contar os dias.

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  5. Pedro eu gosto muito deste Papa humilde, que olha as pessoas com olhar de ver e sentir. Não sou contra o evento que irá levantar a hotelaria e afins, sou contra sim ao gasto de milhões quando poderiam fazer as mesmas coisas com menos. Ontem estive a ouvir o Papa no Noticiário da noite na SIC e gostei imenso do que ouvi sobre a partilha que resumo "que devemos calçar os sapatos dos outros sobretudo os mais pobres."
    Falas de megas eventos de sucesso e do que me lembro houve um megalómano do futebol em que alguns estádios ficaram ao abandono nem as autarquias pegaram neles. Não sou contra o evento, saber receber para ser bem recebido sempre foi o meu lema, mas tudo tem limites no que toca a gastos do herário público onde eu incluo os meus impostos. Assim como não sou contra a todos que procuram em Portugal uma melhor oportunidade de trabalho.
    Oxalá que todos tenham lucros e que muitos não metem apenas no seu bolso e que saibam distribuir pelos trabalhadores e ou funcionários o motor do sucesso porque sem eles népias!
    Não sei se me fiz entender!
    Beijocas e um bom dia

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    1. O Papa Francisco é o ser humano vivo que mais admiro.
      Ele é a personificação do que devia ser a Igreja.
      Por isso, por esse desprendimento, é que tem tantos inimigos dentro da Igreja.
      As JMJ são um acontecimento que põe Portugal nas bocas do mundo.
      Não há dinheiro que pague essa boa publicidade.
      Beijocas

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  6. Já agora digo que não é uma critica destrutiva e ou contra o que acabei de escrever, porque muitos portugueses e alguns partidos em vez de esperarem pelo fim e o fazer as contas resolvem protestar, fazer greves etc. etc.
    Termino com os concertos dos Coldeplay em Coimbra num antes uma enxurrada de críticas e no final houve um retorno de 32 milhões de euros e enfiaram a viola no saco| Certo?
    Beijinhos

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    1. Ora aí está um óptimo exemplo.
      Numa Coimbra há demasiado tempo parada, anquilosada.
      Há que ter arrojo, ser ousado, multiplicar o dinheiro que se recolhe.
      Beijinhos

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  7. Revejo-me nas palavras de Fatyly.

    Sendo o Estado laico , considero sim que deveria ser a ICAR a suportar as despesas, tanto mais que tem poder económico para tal.

    Será que o Estado vai igualmente despender milhões se alguma outra Igreja realizar algo deste género?

    Tudo de bom.

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    1. Não sei responder à pergunta, São.
      Mas faço outra - e a ICAR também suportava os custos da reconversão daquela zona??
      Porquê?
      É bom para todos, São.
      Essa é a minha expectativa.
      Jogo de soma positiva.

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    2. Espero vir a dar-lhe razão.

      Quanto aos custos da reconversão, seria a retribuição dos privilégios que continua a ter : isenção de IMI , só por exemplo.

      Que a Jornada corra bem , sinceramente !

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    3. Nunca percebi esses privilégios, São.
      Dados a todas as religiões.
      Proprietários de um património brutal, nomeadamente imobiliário, mas isentos de todos os encargos.
      Por isso mesmo é que há tantas…crenças.

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    4. Estamos totalmente de acordo , Pedro, totalmente !

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  8. happy youth day !
    hope secularism will benefit and things will go good for youth as well
    blessings

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    1. More than religion, this is a very important moment for Portugal, baili.
      That's what's important for me.

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  9. Bom dia
    Há sempre quem faça criticas sobre estes eventos , quanto mais não seja para ver se ganham algum protagonismo .
    Faço aqui uma pergunta:
    - Se acaso não houvesse este evento , a miséria e a pobreza acabava em Portugal?

    JR

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    1. O dinheiro era todo dirigido para esses fins, não era??
      Estamos exactamente na mesma onda.

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  10. Eu aplaudo esta iniciativa. Portugal fica a ganhar.
    Aquela zona, outrora desprezada, ficou linda e vai dar gosto passear à beira Tejo. O espaço ficou lindo.
    Beijos

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    1. E acredito que ainda ficará mais, Manu.
      Como aconteceu com o Parque das Nações.
      Alguém se lembra do que era aquilo??
      Venham mais organizações destas.
      Beijos

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  11. Nunca se saberá qual será o lucro que possa reverter para essas melhorias sociais


    Abraço

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    1. Porquê?
      Se há estimativas porque é que não se pode fazer um balanço?
      Pode e deve, digo eu.
      Abraço

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    2. E os lucros que ficam nas mãos dos privados e nem são contabilizados?

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  12. Não pensaram em colocar mais transportes públicos, que estão a rebentar de tanta gente lá dentro., mais os que ficam nas paragens.

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    1. É com estas organizações que se percebe onde há carência, Amélia.

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  13. Hoje, enquanto a malta se lembrar do poste que evitou que a seleção feminina de Portugal passasse à fase seguinte, ninguém se recorda das JMJ.
    A propósito: quanto custou ao erário público a deslocação lusitana à Nova Zelândia? Hummm, não sei. Devia saber? Claro que sim!
    Adiante!
    Sobre as JMJ em si, pouco tenho a dizer. Melhor, o que me apetece dizer não tem grande significado.
    Apenas exijo - tenho esse direito - que haja o melhor aproveitamento possível.
    Tenho dito!
    Abraço, Pedro.

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    1. Isso exigimos todos, António.
      Rigor e transparência.
      Hoje e sempre.
      Especialmente com dinheiro público.
      As moças até se portaram bem.
      E ganharam calo, traquejo.
      Abraço

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    2. Teresa Palmira Hoffbauer

      O empate frente aos USA poderia muito bem ter terminado numa surpreendente vitória, não fosse o poste meter-se no caminho. Respeito máximo para as nossas raparigas‼️

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  14. Quero apenas que tudo corra bem; que levem boa imagem do país. Que o senhor Papa goste e os católicos que veem nele o seu líder, idem. Mordacidades e queixas há muitas e é provável que algumas sejam bem razoáveis. Também creio que os velhos do Restelo tenham utilidade. O que penso sobre o assunto é bastante e não apetece. De palavras está o mundo cheio.

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    1. Que seja passada uma boa imagem do país, bea.
      Não só para quem o visita mas também para quem o visita virtualmente.

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  15. Boa tarde Pedro. Tivemos uma aqui no Rio e o local escolhido permanece do mesmo jeito. Grande abraço carioca

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    1. Espero que em Portugal se repita o que aconteceu no Parque das Nações, Luiz Gomes.
      Grande abraço macaense

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  16. Teresa Palmira Hoffbauer

    Estou a gostar da jornada — no Parque do Perdão encontrei os abusadores sexuais 😈 e as suas vítimas em divina harmonia 😇

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    1. O que é que as Jornadas Mundiais da Juventude influem com a investigação de abusos e abusadores, Teresa??

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    2. Teresa Palmira Hoffbauer

      „Partilho esta imagem porque penso que só pode haver verdadeira Festa e Comunhão Cristã nas JMJ se as vítimas de abuso sexual no seio da Igreja Católica estiverem presentes nas nossas consciências e - ao menos simbolicamente - sentadas em lugar de destaque à mesa do Senhor. „

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    3. Teresa Palmira Hoffbauer

      https://conversa2.blogspot.com/2023/08/4800.html

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  17. Um acontecimento que felizmente correu bem... mas que ainda fará correr muitos rios de tinta... trará mais impacto turístico futuro, certamente... a questão é que actualmente, já somos o terceiro país do mundo com mais turistas por habitante... brevemente teremos turistas dentro das nossas casas, por este andar... sobretudo, se as politicas de habitação inventadas pelo Costa, forem adiante, com o aval do Presidente!
    Enfim! Se a nossa economia depende do turismo, assim tanto... há que surfar a presente onda... mas haverá um limite para o aceitável... que certamente já estaremos muito próximo de atingir...
    Beijinhos
    Ana

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