A hipocrisia do politicamente correcto


A hipocrisia do politicamente correcto tem um novo capítulo.
Agora são os descendentes de William Gladstone a ter de pedir desculpa porque os seus antepassados tinham escravos.
No século XIX.
Vamos pôr ponto de ordem à mesa – ter escravos no século XIX era vulgaríssimo.
E sinal de riqueza e ostentação.
Como hoje é ter muitas coisas.
Sim, coisas, porque os escravos não mais eram que coisas.
Mas o politicamente correcto vem agora dizer que, no século XIX, já devíamos ter consciência que era desumano.
Quem sabe se no futuro não será considerado desumano, criminoso até, ter muitas coisas.
Começa a ser de uma patetice intolerável esta mania de julgar o passado com os valores do hoje.
Os valores do hoje existem porque soubemos evoluir, aprender com os erros do passado.
E assim continuará a ser no futuro.
Com ou sem pedidos de desculpas.
Que mais não farão do que aliviar temporariamente algumas consciências pesadas.

Comentários

  1. O politicamente correto tanto pode ser positivo como negativo, dependendo do contexto. Há certas palavras ou frases que poderão não ser mais aceites. Podem ter uma conotação insultuosa ou exclusiva. Na maior parte das vezes o politicamente correto é uma forma de demonstrarmos respeito e sensibilidade para com as outras pessoas.
    Mas, como tudo, quando as coisas são levadas ao exagero, há inconvenientes... em muitas situações.
    Em Toronto há uma rua conhecidíssima, a Dundas St., que recebeu este nome como homenagem a Henry Dundas (1742-1811), um dos políticos escocêses mais poderosos na altura que, segundo parece, deliberadamente atrasou a abolição do tráfico de escravos. Muito em breve vão dar-lhe outro nome. Afinal, como disse o ex-presidente da Câmara, “o homem nunca pôs os pés no Canadá.”

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    1. E curiosamente só descobriram isso agora, Catarina.
      Que conveniente.

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  2. O passado é passado e não se muda. Vê-lo à luz do presente só traz dissabores além de ser forma incorrecta de o visualizar. Sou em absoluto contra todos os que querem corrigir hoje o que no passado era costume e não erros. Mais lhes valera ocuparem-se a corrigir o presente, há muito por onde pegar e teriam o tempo a seu favor.

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    1. Não devia ser óbvio, bea??
      Qual a família abastada que não possuía escravos naquela época?

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    2. Concordo convosco. Até a Igreja possuía escravos !!

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    3. Eram símbolo de estatuto, de riqueza, São.

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    4. Sim, eram.

      Porém, o facto da Igreja ter escravos a mim choca-me. mesmo tendo em conta o contexto...

      Como me choca , o facto di Manuel Clemente ser contra a eutanásia e o aborto e aparecer todo sorridente numa fotografia ao lado de André Ventura , defensor da pena de morte.

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  3. O politicamente correcto tem muito que se lhe diga. E nem sempre com as melhores justificações.
    Abraço

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    1. Está aqui um bom exemplo de uma boa tolice, António.
      Abraço

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  4. Passado é passado e não se deve mexer. Hoje, o politicamente correcto, pode-se por em causa, mesmo sem haver escravatura.
    Beijos

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  5. Pedir desculpa sim, mas quando a responsabilidade do ato é nossa.
    Isabel Sá
    Brilhos da Moda

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  6. Teresa Palmira Hoffbauer

    O politicamente RIDÍCULO está na moda.
    Trudeau, por exemplo, pediu desculpa por em criança, se ter mascarado de índio — parvoíce no seu melhor.

    Obras que marcaram gerações estão por estes dias a ser modificadas para retirar passagens potencialmente ofensivas para os leitores modernos. Escritores falam de desrespeito e alertam para o risco de criar uma geração que não compreende a literatura.

    Há realmente muitíssima hipocrisia, mas principalmente ESTUPIDEZ‼️

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  7. Para quem se interessa pelo tema , recomendo " Manual do Bom Cidadão" , de Jorge Soley.

    Por este andar, ainda voltam as fogueiras da Inquisição para queimar pessoas vivas, porque livros , esses, já muitos foram queimados .

    O Movimento WOKE tem que ter limites.

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    1. Gone With the Wind será politicamente incorrecto?
      Proíba-se já a sua exibição!

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    2. Universidade americana proíbe que se fale das religiões que removem o clitóris das mulheres, para estas não terem prazer, porque “não representam a totalidade do sentimento feminino”.
      Quem?
      As que concordam que lhes removam o clitóris à força?
      Parece mentira, é a mais pura verdade.
      E esse movimento não veio de nenhuma seita religiosa.
      Foram os agnósticos a propor a proibição.

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    3. Tive que reler e mesmo assim não consigo perceber muito bem .

      Essa proibição quer dizer o quê? Que concordam com essa barbaridade ? Que, em nome da religião, tudo se pode fazer sem sofrer críticas?

      Inconcebível!!!!

      Não são agnósticos, são estúpidos até à medula!!!

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    4. Se não foi já proibido, será.

      Por muito menos , foram censurados livros .

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  8. Ainda voltamos aos tempos da Santa... Inquisição! Por tanto se defender o passado, tão à letra... acaba-se criando condições para o repetir sob outras formas, por vezes... o que traduz...estagnação! Os descendentes de Gladstone, agora deveriam ir era ajustar contas com os mercadores de escravos, por não os terem inscrito na Segurança Social da altura... quando agora, consta que haverá toda uma nova espécie de novos escravos, inscritos, que ganham salários quase mínimos de 800 e qualquer coisa euros líquidos, e trabalham horas e horas a mais, sem qualquer retribuição extra, ex: funcionários judiciais em começo de carreira, por cá! (tema dos noticiários, nos últimos dias) :-)) Enfim! Por cá, o presente, parece que continua sem dar grandes mostras de futuro! :-D
    Beijinhos
    Ana

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  9. Olá Pedro,

    Estou 100% de acordo. É como mudar o nome do museu dos descobrimentos para "A Viagem" porque, se não, somos a fazer do colonialismo. Não faz sentido algum. Há que estudar as épocas e saber-se colocar no contexto passado.

    É certo, evoluímos e já não faz sentido nos dias de hoje. Mas eram épocas diferentes e há que entender isso.

    Um abraço para si, Pedro!

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