Video couldn't kill the radio star

Lembram-se desta música?
Lançada em 1979 foi um enorme sucesso comercial.
Sobretudo na rádio.
A tal que supostamente teria sido varrida pelo vídeo.
Tantos anos depois, fica provado que quem previa o fim da rádio não podia estar mais longe da verdade.
Assim como o estão aqueles que hoje em dia prevêem o fim dos livros, dos jornais.
Em suporte de papel, claro.
O vídeo não matou a rádio porque cumprem funções completamente diferentes.
E a fruição de um e outro não é comparável.
Comparar a obra-prima do mestre, com a prima do mestre de obras; ou a beira da estrada com a Estrada da Beira, como ainda ontem brincava com amigos na blogosfera, revela-se sempre má política.
A rádio continua a ser insubstituível.
Uma amizade daquelas que nos acompanham toda a vida.
A rádio que me transmitia os relatos do futebol que ouvia na companhia do meu avô; a rádio que me dava a conhecer as novidades musicais, normalmente pela noite dentro na companhia dos amigos; a rádio que me transmitia as notícias em tempo real; a rádio que me fazia companhia nas longas noites de estudo; a rádio que ainda me acompanha todos os dias desde o acordar.
Essa rádio, que o vídeo não conseguiu destruir, está ao meu lado enquanto me barbeio, acompanha-me enquanto tomo o pequeno-almoço.
Depois "senta-se ao meu lado" no carro.
E faz-me companhia no caminho.
Quando chego ao local de trabalho, lá está ela ao meu lado.
E fica ali a "conversar" comigo.
Sem perturbar os afazeres profissionais, antes ajudando a que se tornem mais agradáveis.
Depois, ao final do dia, lá está outra vez "sentada ao meu lado" no carro.
Todos os dias.
Porque a rádio não descansa, não abandona os amigos para gozar o fim-de-semana, as férias.
O vídeo não matou as estrelas da rádio.
Não conseguiu tomar o lugar que pertence aos amigos da rádio.
Porque as verdadeiras amizades não conhecem a palavra traição.
E a rádio é uma amizade verdadeira, constante, sempre presente.

Comentários

  1. lembro-me, sim!

    Quanto ao texto , concordo.

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  2. Gostei imenso de ler este post! Revejo-me na utilização constante do rádio =)
    Beijinhos

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    1. Foi lido em directo num programa da Rádio Macau pelo jornalista que estava na condução da emissão, Chic'Ana.
      Beijinhos

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  3. Lembro-me muito bem dessa canção e até tenho o single em vinil. Concordo plenamente com o que escreveu. De facto, a rádio mantém-se viva e é como diz: faz muita companhia.

    Beijinho e obrigada pelo link para aqui vir ter.

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    1. Sou um viciado, Graça.
      Acredita que até na casa-de-banho tenho um rádio??
      Beijinhos

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