A propósito da primeira convocatória de Paulo Bento

Conhecida a primeira convocatória de Paulo Bento enquanto seleccionador português, a expressão "evolução na continuidade", recorrentemente utilizada, parece ter pleno cabimento ao classificar as escolhas do novo seleccionador.  
Todos sabemos que Paulo Bento é conservador nas suas escolhas, prefere a sensatez ao aventureirismo, priveligia a segurança em detrimento das terapias de choque.
São traços da sua personalidade.
Enquanto homem e enquanto treinador.
Que já foram confundidos com cobardia, com receio, com ausência de arrojo.
Olhando para as escolhas agora conhecidas, estes traços estão ali todos presentes.
Paulo Bento não promoveu uma revolução nos convocados comparativamente aos nomes que Queiroz habitualmente escolhia.
Ficam de fora os jogadores que renunciaram à selecção (Deco, Paulo Ferreira, Miguel e Simão), alguns lesionados (Quaresma, Duda, Nuno André Coelho e Rúben Amorim), um jogador que ainda tem que cumprir um jogo de castigo (Ricardo Costa), e dois jogadores que nunca se fixaram na Selecção (Zé Castro e Daniel Fernandes).
Assim como Djaló e Manuel Fernandes, estes já por opção técnica, certamente justificável com as constantes travessuras a que os seus nomes estão associados.
Entram nas escolhas um guarda-redes que Paulo Bento conhece como ninguém (Rui Patrício), um lateral direito que Paulo Bento indicou ao Sporting (João Pereira ), três médios em grande forma (João Moutinho, Carlos Martins e Paulo Machado), um ponta-de-lança também em grande forma (Hélder Postiga).
Sem Paulo Ferreira, Miguel, Bosingwa e Rúben Amorim, onde é que está a surpresa na convocatória de João Pereira?
Já nem faço a pergunta acerca de Sílvio....
Sem Deco, com Tiago e Rúben Micael a jogarem pouco nos respectivos clubes, só o nome de Paulo Machado poderá surpreender um pouco.
No entanto, o jogador do Toulouse está em grande forma e a convocatória é para dois jogos, não só para um.
Se leio bem as intenções de Paulo Bento, será um jogador que ficará de prevenção.
Postiga está em grande forma.
Já o mesmo não acontece com Liedson.
Mas, se pensarmos que estamos perante dois jogos que temos que ganhar, compreende-se a opção de Paulo Bento.
Já Danny.....
Rui Patrício é um guarda-redes que nós conhecemos.
E que Paulo Bento ainda conhece melhor.
Ao contrário de Daniel Fernandes.
Uma convocatória que, com uma ou outra surpresa, era a que honestamente esperava.
Típica de um Paulo Bento que não gosta de grandes surpresas, de revoluções.
Que gosta de....isso mesmo!!, tranquilidade.
Paulo Bento tem uma tarefa espinhosa pela frente.
Mas tem os jogadores com ele para enfrentar essa tarefa.
Algo que Queiroz manifestamente já não tinha.
E que é de extrema importância.
Que demonstre competência e que tenha sorte.
Talvez assim se consiga o que por agora parece impossível.

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