Porto perde os primeiros pontos esta época; Sporting já perdeu pontos demais?
Dois jogos, dois empates, com o mesmo resultado final (1-1), uma equipa que vê interrompido o trajecto cem por cento vitorioso, outra que dá a ideia de já ter desperdiçado pontos demais para ainda ser considerada candidata ao título.
Este o balanco geral da noite futebolística, dos jogos realizados em Guimarães e Aveiro.
Em Guimarães, onde o Benfica tinha perdido, o Porto viu interrompida a carreira cem por cento vitoriosa que até agora vinha mantendo.
Num jogo intenso, bem disputado, com lances polémicos, erros, expulsões, o resultado aceita-se.
A vitória do Porto não escandalizaria, mas o empate ajusta-se ao que aconteceu em campo.
E o que aconteceu em campo foi um Guimarães bem arrumado, agressivo, bem orientado, a fazer frente a um Porto que não foi capaz de ganhar o jogo.
E não foi capaz de ganhar por culpa própria.
André Villas-Boas, expulso por palavras menos correctas dirigidas ao árbitro, errou o alvo da sua ira.
Se tem que se irritar com alguém, o melhor será começar por Jorge Fucile.
Já não é a primeira vez que Fucile perde as estribeiras e faz disparates.
Foi o que aconteceu ontem.
Depois de um lance em que terá cometido penálti, quando já tinha visto um cartão amarelo, pontapeou um adversário e foi expulso.
Deixando o Porto a jogar com menos um jogador quando procurava a vitória.
Com mais um golo de Hulk, o Porto mantém-se invencível, com sete pontos de avanço sobre o grupos dos segundos classificados.
Mas tem que retirar algumas ilacções deste jogo.
André Villas-Boas tem que moderar os seus ímpetos.
E tem que ensinar os seus jogadores a moderar os seus ímpetos.
Mais, Villas-Boas, que estaria a sonhar com recordes, tem que descer à Terra, perceber que vai perder pontos, que o Porto não é imbatível, que poderá haver erros que penalizem o Porto (não foi o caso neste jogo, porque o penálti que reclama não existiu).
E tem que abandonar o discurso parvo de exigir desculpas como outro clube já teve.
Os precedentes abertos pelo patético dirigente dos árbitros, e pelo não menos patético Ministro da Administração Interna, não devem ser seguidos pelo Porto.
Muito menos utilizados para justificar tropeções que acontecem por culpa própria.
Em Aveiro, e por muito que Paulo Sérgio afirme o contrário, reforçou-se a ideia que há um Sporting europeu e outro, muito mais fraco, para consumo interno.
E o Sporting de consumo interno, agora no 10º lugar, já terá desperdiçado demasiados pontos para ainda ser considerado um candidato credível ao título de campeão.
Está-se apenas na 7ª jornada, é verdade, mas já é muito desperdício.
E, acima de tudo, muita demonstração de incapacidade.
Ontem o Sporting dominou o jogo, mas o domínio foi um domínio consentido, desejado pelo Beira-Mar.
Os aveirenses apostavam no contra-golpe e foi assim que chegaram à vantagem (Renan aos 38 minutos. num golo em que Rui Patrício fica muito mal na fotografia).
O Sporting respondeu pouco depois (João Pereira, aos 41).
Seguiu-se então uma demonstração cabal de incapacidade para ganhar o jogo.
Por falta de pontaria, por falta de classe, por ausência de alternativas.
Olhando para este "leão", é muito difícil acreditar que ali esteja um sério candidato ao título.
Título que, com sete jornadas disputadas, afigura-se, cada vez mais, como uma corrida a dois.
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