Lui Xiaobo
A notícia não tem nada de surpreendente.
Simplesmente porque já há alguns dias que se vinha pressentindo que, ainda que as autoridades chinesas fizessem pressão, o Comité Nobel iria atribuir o Nobel da Paz ao dissidente chinês Liu Xiaobo.
Ao contrário do que aconteceu com Obama no ano passado, o Nobel da Paz 2010 era de todo previsível.
Ainda assim, pairava no ar a dúvida - iria o Comité Nobel tão longe ao ponto da afrontar as autoridades chinesas e atribuir o Nobel da Paz a Liu Xiaobo?
A resposta, positiva, foi dada ontem.
E devidamente justificada.
Do conteúdo dessa justificação, conclui-se que o Comité Nobel enviou uma forte mensagem à China - a China é já hoje uma grande potência económica e militar.
E também já goza de um estatuto de grande peso no contexto das relações internacionais.
Chegou a hora de assumir algumas responsabilidades que são inerentes a esse estatuto.
E de parar com o discurso estafado da ingerência nos assuntos internos.
O Nobel da Paz é o mais politizado de todos os galardões que a Academia atribui.
O ano passado, foi atribuído um prémio a uma nova esperança.
Este ano, a Academia pretendeu reforçar o apelo por uma nova ordem mundial que se anseia.
No meio do alvoroço, também nada surpreendente, estou em crer que as autoridades chinesas escutaram a mensagem.
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