A análise de Marcelo Rebelo de Sousa e a insuportável pressão exercida sobre Pedro Passos Coelho

Marcelo Rebelo de Sousa, igual a si próprio, comunicou ao país, no seu espaço de comentário na TVI, o dia, hora e local do anúncio da recandidatura de Cavaco Silva.

Será no dia 26 de Outubro, no Centro Cultural, às 20.00 horas.

As "insondáveis" fontes de informação do Professor não deverão andar muito longe da realidade.

Curiosos, realmente curiosos os timings escolhidos.

O escolhido para o Professor fazer esta comunicação ao país político, e, a confirmar-se, o do fim do tabu.

Ou seja, quando se discute a viabilização do Orçamento por parte do PSD, num primeiro momento.

Quando o Orçamento estiver a ser discutido no Parlamento, depois.

Marcelo Rebelo de Sousa alertou o PSD para algo que já aqui referira - a possibilidade muito real de o PS estar a tentar provocar uma crise política artificial no país com o chumbo do Orçamento.

Crise que seria depois imputada à irresponsabilidade do PSD.

Se tal possibilidade é real e sensível, é também cada vez mais claro que um grupo de históricos do PSD (Marcelo Rebelo de Sousa, Manuela Ferreira Leite, Pacheco Pereira, Paulo Rangel, Marques Mendes, com a benção de Cavaco Silva) se empenha em dificultar, por todos os meios, a liderança de Pedro Passos Coelho.

Afastados das estruturas de liderança do partido, aparecem constantemente no espaço público a condicionar a estratégia de Pedro Passos Coelho.

O PSD, partido que é suposto liderar a oposição ao Governo, continua assim a perder tempo com lutas internas.

E, com essa atitude, a passar uma péssima imagem para o exterior.

Pedro Passos Coelho tem toda a legitimidade para liderar o partido.

Tem até toda a legitimidade para cometer erros nesse processo.

Erros que poderão, em futuras eleições internas, custar-lhe a posição de líder que agora ostenta.

São essas as regras do jogo democrático.

Que alguns notáveis ostensivamente se recusam a compreender e seguir.