Chalupice e populismo

As eleições na Madeira confirmaram a prevalência do populismo e da chalupice na política portuguesa actual.

O Juntos Pelo Povo, que apresenta um discurso em tudo semelhante ao do “gajo de Alfama”, foi o grande vencedor das eleições regionais na Ilha.

Não se percebe muito bem o que quer, o que vai fazer com os votos e os mandatos que conquistou.

Mas está zangado.

Mais ou menos como o CHEGA, mas em modo mais ilhéu.

Élvio Sousa vai refletir durante o sono (sic) e depois dirá ao que vem.

Quem se recordar neste preciso momento de um célebre programa radiofónico (Quando o telefona toca) andará muito perto de descodificar o sono e o sonho.

Porque André Ventura não gosta de ver o populismo em discurso alheio, logo veio exigir ao PSD o afastamento de Miguel Albuquerque como conditio sine qua non para viabilizar uma solução governativa regional.

Porque o CHEGA exige, mesmo que não ganhe, exige.

Por falar em chalupice e chalupas, Pedro Nuno Santos e Paulo Cafofo conseguiram expor-se ao ridículo novamente.

Pedro Nuno Santos, que perdeu as eleições todas desde que chegou à liderança do PS, acompanha Paulo Cafofo na ideia de uma geringonça regional.

A ser formada com quem?

O PAN e o Juntos Pelo Povo, só pode ser.

A menos que se queira incluir o CHEGA na equação (a Iniciativa Liberal já disse “não, obrigado”).

O PS, que não consegue capitalizar o desgaste governativo do PSD, que não consegue capitalizar o facto de o PSD apresentar um líder a braços com a Justiça, apresenta-se com sonhos de Poder??

Quase tão chalupa como o delirante PCP.

Que a tudo e todos culpou pela derrota e o desaparecimento do seu grupo parlamentar.

Vá lá que pelo menos desta vez não disse que teve uma grande vitória.

Esse discurso desmiolado ficou para o PS.

Um Parlamento fragmentado, um líder acossado, grande dificuldade de encontrar uma possível solução governativa.

Tempestade perfeita?

Basta misturar os chalupas e os populistas na equação.