Bons sinais vindos do Presidente da Assembleia da República






José Pedro Aguiar-Branco deu um óptimo sinal acerca da sua forma de condução dos trabalhos da Assembleia da República na forma como reagiu às declarações disparatadas de André Ventura a propósito do povo turco.
Quando toda a Esquerda gritou censura, o que não deixa de ser irónico vindo de quem passa o tempo a apresentar-se como paladino da liberdade de expressão, José Pedro Aguiar-Branco mostrou que quer conduzir os trabalhos da Assembleia da República de modo oposto ao adoptado por Augusto Santos Silva.
O tom professoral do anterior Presidente da Assembleia da República foi, também comungo dessa opinião, um dos grandes responsáveis pelo crescimento eleitoral do CHEGA.
Que constantemente se vitimizava e atraía o Presidente da Assembleia da República para um terreno que sabia ser-lhe favorável.
José Pedro Aguiar-Branco vai deixar o CHEGA, e todos os outros partidos representados no Parlamento, dizer o que lhes der na real gana.
E vai deixar o eventual juízo de censura para os eleitores nas urnas.
Um Parlamento de um Estado de Direito democrático deve ser isto mesmo, um espaço de diálogo, de debate, no qual cada um pode sempre expressar as suas ideias.
Por mais estapafúrdias que sejam.
É essa também a noção maximalista de liberdade de expressão que perfilho.
Para mais no espaço parlamentar, no que deve ser o areópago do contraditório.
O Presidente da Assembleia da República deve garantir tempos iguais de liberdade discursiva, deve garantir que o Regimento é cumprido.
Não deve julgar e decidir o que pode ou não ser dito.
Os deputados devem poder falar livremente, dizer cada todos os disparates, qualquer boutade (foi só isso aquele comentário idiota de André Ventura).
Depois, o povo, que não é estúpido nem precisa de tutores, dirá nas urnas o que pensa, fará o seu julgamento. 

Comentários

  1. Teresa Palmira Hoffbauer

    Estou absolutamente de acordo TUDO que o Pedro hoje aqui escreve.
    A histeria da Esquerda é absolutamente absurda.
    O BE grita e esquece o pedido do fundador do partido em 2008.
    Deixo aqui o link:

    https://youtu.be/hwieIQzlFpo?si=lyXgQ50L3kZJ_eNT

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    1. Niemoller - "Se quiseres Voltaire não concordo com o que dizes, mas morrerei pelo direito de o dizeres"

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  2. Uma coisa é dar o "tempo de antena" devido a cada deputado. Outra coisa é recomendar linguagem apropriada. Sempre detestei o antigo presidente da Assembleia da República como pessoa e como político, mas discordo do pensamento de que tudo pode ser dito e de qualquer forma. É um órgão decisivo e respeitável. Contudo, é verdade que deixar dizer tudo o que vem à mona de cada um, pode ser corda para enforcar alguns. Digo pode; não digo, é. O povo que o Pedro diz tão sábio e em que acredito, não é todo o povo e parece-me ter cada vez menos volume.
    Bom Dia

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    1. Seguimos a tradição parlamentar grega.
      E, modernamente, britânica.
      Em ambos até insultos eram (são) permitidos, bea.
      Procure um livro (Honourable Insults) e ainda se ri um pouco.
      Se começamos a tentar alguma pureza linguística vamos por muito mau caminho.
      O Presidente da Assembleia da República é um deputado.
      Primus inter pares, mas um deputado.
      Quem é que vai definir as linhas vermelhas que o Regimento não define??
      E qual é a sanção para quem pisa essas linhas??
      O Regimento também nada prevê.

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  3. Não gostei do estilo de Augusto Santos Silva , mas também não aprecio o de José Aguiar Branco : algures entre ambos deverá existir o equilíbrio.

    O actual presidente da AR preocupa-se e bem com a forma , desliga-se do conteúdo.

    Levado ao exagero poderemos ouvir algo como " Permita-me , excelentissimo senhor deputado, dizer-lhe que o senhor é uma besta pior do que aquelas de quatro patas ! ".

    Penso que deveria ter advertido Ventura, que vai subir a parada depois disto.

    Quanto à sabedoria do povo, lamento mas não confio assim tanto nela como o Pedro. Aliás, por alguma razão existem cinquenta criaturas do Chega no parlamento...

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    1. Proibição de ofensa pessoal está prevista no Regimento, São.
      E aí o Presidente pode...advertir o deputado que profere a ofensa.
      Só isso.
      Enquanto o Regimento não for alterado, só isso.
      O que é que o idiota do Ventura fez de tão grave??
      Disse uma idiotice.
      Ele e aquela banca vão dizer muitas mais.
      Para que foi aquela algazarra toda só porque ele disse mais uma parvoíce??
      Foi com estas algazarras que ficaram com 50 deputados...

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    2. Nem imagina como eu gostaria de ser eu a estar errada, Pedro.

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  4. Subscrevo totalmente!
    Beijos e um bom dia

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  5. Teresa Palmira Hoffbauer

    André Ventura acha que os turcos não são dados ao trabalho.
    A socialista Alexandra Leitão não gostou.
    O Pedrinho também não.
    A Esquerda histérica gritou 😱

    Se formos a ver o “insulto” com a cabeça fria, o André Ventura “insultou” os portugueses, que ele considera ainda mais vagarosos do que os turcos.

    Esta algazarra da Esquerda faz subir o número de deputados do CHEGA. Até a mim, me apetece votar nesse partido, eu que detesto ditaduras sejam elas à direita ou à esquerda.

    Penso, no entanto, que acusar o presidente da república de traidor foi uma grande asneira. O povo português continua a gostar do Marcelo e vá custar votos ao CHEGA — o que é muito bem feito, por o seu líder não ter tento na língua.

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    1. Uma berraria doida por causa de uma parvoíce que o André Ventura disse, Teresa.
      No meio dessa berraria a tonta da Isabel Moreira foi ainda mais ofensiva para os deputados do CHEGA.
      Ajudem-nos a crescer e depois queixem-se

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    2. Teresa Palmira Hoffbauer

      Isabel Moreira revela episódios de racismo e misoginia do Chega enquanto Leonor Caldeira diz que o partido e Ventura "são os maiores inimigos da liberdade de expressão".

      Eu sou feminista, mas há mulheres que me irritam muitíssimo.

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  6. Nem toda a gente teve o bom discernimento de entender o alcance das palavras de Aguiar-Branco e os extremos opinativos entraram em ebulição.
    Concordei com a intenção de Aguiar-Branco em não entrar no jogo de Ventura e, obviamente, com tudo o que o Pedro aqui escreveu sobre o assunto.
    Beijinhos

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    1. O jogo do Ventura, é isso mesmo, Janita.
      Que Aguiar-Branco percebeu e desviou para canto.
      Beijinhos

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  7. Gostei da postura de Aguiar Branco, se tivesse dado um raspanete ao Ventura, só ia deitar lenha para a fogueira. Assim , os outros deputados podem dizer o que lhes der na real gana sobre este desbocado.
    Beijos

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    1. A postura mestre escola de Santos Silva e Edite Estrela deu um resultadão, não deu, Manu??
      Beijos

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  8. Concordo que a liberdade de expressão nunca seja "cortada" . Que jamais haja censura. Nas urnas o povo será soberano.
    Cumprimentos poéticos

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  9. sending you and and family best wishes dear Pedro

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