Abril em Macau
Enquanto ouvia as notícias relativas à realização do Fórum Macau, e aos acordos já assinados, não podia deixar de fazer mentalmente a ligação ao quinquagésimo aniversário do 25 de Abril que se comemora amanhã.
Naquela sala, a assinar acordos de parceria estratégica, estavam nações que viveram diplomaticamente de costas voltadas (Portugal e a China), que se colonizaram e combateram (Portugal, a África lusófona e Timor Leste).
E Macau, que Portugal administrou até final do século XX.
Mais o imenso Brasil e a Guiné Equatorial.
Em paz, em harmonia, a procurar sinergias que a todos poderão beneficiar.
Só por má fé ou ignorância se pode negar que estas foram as portas que Abril escancarou há cinquenta anos.
O orgulhosamente sós, o país pequenino, remediado, que aforrava mas não distribuía à população necessitada, que procurava alargar fronteiras enviando os seus jovens para guerras há muito perdidas enquanto alardeava publicamente uma falsa neutralidade, mudou totalmente de rumo naquela madrugada de 25 de Abril de 1974.
E abriu-se ao Mundo.
Cinquenta anos depois, as feridas do império estão saradas.
Mas as cicatrizes devem ser sempre lembretes de um tempo que não queremos que regresse.
Isso mesmo! O passado por mais nobre ou doloroso que seja é o que é e não pode ser esquecido ou apagado!
ResponderEliminarEu até gosto muito de queijo.
EliminarE como muito queijo.
Mas julgo que não perco memória por causa disso.
Concordo totalmente!
ResponderEliminarBeijos e um bom dia
Beijos, Fatyly
EliminarQuando tanto se passou, por mais que queiramos, as cicatrizes ficam para sempre
ResponderEliminarBeijos da Manu
Ficam para nos lembrar de como é que apareceram, Manu.
EliminarBeijos
Não voltaremos atrás!
ResponderEliminarAbraço
Também acredito que piamente que assim será.
EliminarAbraço
Data marcante e ninguém quer voltar atrás! abração, chica
ResponderEliminarTambém acredito que não, chica.
EliminarAbração
Como diz alguém que o Pedro conhece melhor do que ninguém..."Onde assino ? "
ResponderEliminarDiz o Povo - e com razão - que para trás mija a burra.
ResponderEliminarAcreditando que nada se repete totalmente igual, mas podem existir retrocessos, também quero acreditar que ditaduras jamé, venham elas de esquerda ou da direita.
Logo, olho vivo é preciso, ou seja, há que estarmos atentos.
Beijinhos
Foram muitos anos de obscurantismo, Janita.
EliminarNem é possível comparar o Portugal de hoje com o de então.
Beijinhos
Um texto impecável e pertinente que muito me agradou.
ResponderEliminarBeijinhos
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Lembrar o que era Portugal há 50 anos, e para trás, até arrepia, Majo.
EliminarCoisas que hoje são tão básicas como uma casa de banho, água potável, saneamento básico, eram uma miragem para muitos
Beijinhos
Apenas uma questão, com todo o respeito: o que temos actualmente chama-se democracia?
ResponderEliminarE pronto, Pedro, por aqui me fico.
Um abraço
Pelo menos temos até a liberdade de fazer essa e outras perguntas semelhantes, António.
EliminarSem que ninguém nos persiga ou censure.
Abraço
Como pessoa de bom senso que sou, abomino ditaduras e todos os sistemas de repressão qualquer que seja a sua forma. Reconheço as barbaridades que foram feitas ao longo da ditadura portuguesa. Tendo sido uma pessoa calma e não rebelde desde criança, não creio que, em termos pessoais, tivesse sido afetada, diretamente, pelos ditames dessa ditadura. I lacked for nothing. : )
ResponderEliminarMas que devemos estar atentos, devemos. Por isso temos de exercer o nosso direito e o nosso dever cívico... votar.
Eu também não fui, Catarina.
EliminarJá os meus pais e avós foram e bastante.
Tenho memória, não esqueço isso.
Nem a miséria que via à minha volta.
Voltando a repetir o comentário : "Onde assino" ?
ResponderEliminarBom feriado e viva a Liberdade!
Aqui não há feriado, São.
EliminarMas comemora-se a Liberdade.
Até entre aqueles que ajudaram a conquistá-la.
Tenho visto na tv reportagens arrepiantes de como era pobre e amordaçado este país há 50 anos. Retornei de Moçambique em 1975. Outra realidade.
ResponderEliminarEstas reportagens deviam ser mostradas amiúde, para provar aos jovens nascidos em democracia como era difícil a vida no Portugal do ditador Salazar.
A democracia não é um dado adquirido. O malvado populismo espreita ao virar da esquina.
Excelente texto, Pedro.
Beijo.
Os que nasceram e sempre viveram em democracia não fazem ideia do que era essa miséria, teresa.
EliminarCom os cofres cheios de ouro e o Regime a gabar-se disso.
Beijo
Boa noite de quarta-feira meu querido amigo Pedro. Texto brilhante e inteligente. Obrigado pela visita e comentário. Léa Garcia fez muito sucesso, como Rosa, da novela Escrava Isaura. Grande abraço carioca.
ResponderEliminarAcompanhei a novela mas já não tenho grande memória dela, Luiz Gomes.
EliminarÉ importante relembrar e nunca esquecer esses tempos negros da nossa história.
ResponderEliminarEntre muitas coisas negativas, lembro-me particularmente de vizinhos denunciarem outros vizinhos à PIDE apenas porque não gostavam deles, o destino de quem depois ia preso era sempre incerto. Há que festejar sempre a Liberdade e a democracia alcançada nesse Abril de 1974.
Beijinhos