A liberdade também está a passar por aqui

 

André Villas-Boas é o novo Presidente do Futebol Clube do Porto.

Jorge Nuno Pinto da Costa foi o homem que transformou o clube.

Que lhe deu dimensão, novos horizontes, títulos, muitos títulos.

Como acontece muitas vezes em situações semelhantes, não soube perceber que há muito o seu tempo se tinha esgotado.

Nem ele nem quem o rodeava.

E sai vergado ao peso da maior derrota que terá sofrido na sua vida desportiva.

A votação massiva em André Villas-Boas demonstra claramente que até a chamada nação portista ansiava pela substituição de um líder fora de tempo.

Nasce um novo tempo no Futebol Clube do Porto, um novo tempo no futebol português.

Que agora tem a liderar os grandes clubes uma nova geração (Villas-Boas, Rui Costa e Frederico Varandas terão todos uma idade semelhante), uma nova maneira de estar no futebol e na vida.

Pessoalmente, regozijo-me com a eleição de André Villas-Boas.

Grato pelo trabalho fantástico de Jorge Nuno Pinto da Costa, também eu ansiava por um tempo novo.

Que André Villas-Boas e a sua equipa tenham a coragem de varrer do clube os delinquentes que vivem à sombra da instituição.

E que tentaram desvirtuar a eleição.

Esta escumalha está a mais há demasiado tempo também.

Fico feliz também por ver uma nova geração aparecer.

Que seja assim noutros domínios da vida pública.

E que finalmente se passe do discurso de "dar lugar aos mais novos" para a prática, o exemplo, o desapego ao poder.