Viver num mundo à parte

 

O PCP vive num mundo à parte no panorama político português.

O fantasma da clandestinidade, o trauma da perseguição, nunca abandonaram o Partido.

E manifestam-se constantemente.

Todos os partidos do espectro político português aprenderam a viver e a conviver em democracia.

Excepto o PCP.

O PCP mantém a sua raiz de partido de protesto, fora do sistema, embora insista em estar presente e dentro das instituições.

Este PCP não é só inspirado por Marx (Karl Marx) é profundamente marxista (Groucho Marx quando afirmava que nunca pertenceria a um clube que aceitasse um gajo como ele para membro).

A última manifestação desta genética do PCP foi o comportamento parlamentar face à invasão da Ucrânia.

Mais uma vez o PCP ficou isolado.

Porque o PCP não é fiel a princípios, o PCP é fiel a alianças, a dogmas.

Os comunistas portugueses, na sua esmagadora maioria agnósticos, têm uma religião fundada em crenças dogmáticas.

Sendo uma delas a fé inabalável em que tudo o que é russo ser bom.

Como todos os crentes, os beatos, os comunistas portugueses não mudam.

Podem ver um país invadido, a sua população martirizada, pilhada.

Se o invasor for a Rússia vão sempre afirmar convictamente o que afirma o violador acerca da mulher violada - culpa dela porque me provocou.