Políticos e frades franciscanos

 

Há uma tendência ressurgente nas sociedades actuais.

A tendência de misturar e confundir políticos e frades franciscanos.

Os políticos, ao contrário dos frades franciscanos, não fizeram nenhum voto de pobreza.

Essa confusão, e a exigência da mesma resultante, são perigosas.

Os titulares de cargos públicos não só não fizeram nenhum voto de pobreza como, e bem pelo contrário, devem ser muito bem remunerados.

Porque são responsáveis pela tomada de decisões que a todos afectam, que definem o presente e o futuro das sociedades, e porque lidam com fundos públicos.

Grandes quantias de dinheiro, dinheiro fácil, facilmente acessível.

E porque, não sendo frades franciscanos, a tentação do pecado será ainda maior e mais difícil de combater.

O titular de cargos públicos não deverá ter qualquer razão ou desculpa para sucumbir a essa tentação.

E uma das formas de conseguir vencer essa batalha é remunerar a pessoa condignamente.

Políticos ricos não são um problema.

O problema são, aliás como em todas as profissões, os desonestos e os incompetentes.