Eternamente Egas Moniz?

Quem conhecer a lenda de Egas Moniz, e acreditar no destino, no fado, pensará que o destino da Selecção Portuguesa de Futebol é muito semelhante ao de Egas Moniz – corda ao pescoço até à salvação milagrosa à última hora.

Mais uma vez estamos perante este triste panorama.

Em dois jogos, com duas selecções teoricamente acessíveis (Irlanda e Sérvia), fizemos um ponto e perdemos a qualificação directa para o Mundial do Qatar.

Muito se vai falar e escrever acerca do eterno conservadorismo de Fernando Santos.

Sendo verdade, não é a explicação total.

A equipa portuguesa continua muito dependente de dois velhos (Pepe e Ronaldo).

Se estes faltam, ou abanam, os restantes não conseguem disfarçar insuficiências.

De maturidade, de entrega, de experiência, de classe e falta de fulgor físico nalguns casos.

Há uma geração a aparecer, outra que está claramente a acabar, uma transição que está a ser difícil até porque vai ficar órfã dos dois eternos.

E há um seleccionador que já não tem o País consigo.

Talvez até a própria equipa.

Como Egas Moniz na lenda, lá vamos mais uma vez de corda ao pescoço para mais um play-off, para mais um mata-mata.

Fado, sina, ou puro prazer masoquista, uma espécie de auto - asfixia sexual?