A culpa não é nossa

 

Imagino António Costa com um sorriso nervoso ontem na reunião do Conselho de Estado.

Sobretudo depois de ver Domingos Abrantes e Francisco Louçã fazerem o papel de mensageiros do PCP e Bloco de Esquerda e apontar o dedo da culpa de não provação do Orçamento mais uma vez ao PS.

Depois do divórcio da geringonça, o PCP e o Bloco, directa ou indirectamente, continuam a afirmar que o PS é mentiroso e que afinal era fácil aprovar o Orçamento.

Os socialistas é que não quiseram.

Precisamente o que os socialistas tinham dito acerca de bloquistas e comunistas.

Como não temos as gravações do que se passou nas negociações, ficamos com estas versões contraditórias.

Que afinal mais não são que já uma pré-campanha eleitoral.

A esquerda joga o jogo das culpas enquanto a direita anda entretida em lutas internas.

Seria até curioso e irónico não fosse esse pequeno pormenor de o País entretanto estar à espera.

Como facilmente se antevia, o Presidente da República vai avançar para o processo de dissolução da Assembleia da República e marcação de eleições legislativas antecipadas.

Em Janeiro, para se começar o novo ano com um novo Governo.

Qual será exactamente é a única dúvida que ainda resta.