Pedimos desculpa pela interrupção, a democracia segue dentro de momentos

Boris Johnson quer ficar na História como o Primeiro-Ministro que efectivamente concretizou o Brexit.

Tendo-se empenhado em concretizar a saída do Reino Unido da União Europeia, aconteça o que acontecer, Boris Johnson procurou afastar um grande obstáculo no seu caminho – o Parlamento.

A interrupção abrupta dos trabalhos parlamentares, uma medida radical e sem precedentes, era uma espécie de Grito do Ipiranga por parte de Boris Johnson.

Consciente que o papel da Rainha em todo o processo é meramente formal (tem apenas que ser notificada da decisão), Boris Johnson tentou retirar toda a margem de manobra ao Parlamento para eventuais discussões à volta do dilema deal/no deal.

Com a jogada de Boris Johnson restariam poucos dias aos parlamentares para pôr em causa a efectivação da vontade do Primeiro-Ministro inglês.

No entanto um  movimento inteligente poderia fazer parar este aparente xeque ao rei.

E esse movimento poderá aparecer com a resposta do Parlamento.

Que procura jogar em antecipação aprovando legislação que proíba um Brexit sem acordo.

Enfrentado no Parlamento, contestado nas ruas do Reino Unido, Boris Johnson apresenta-se disposto a não respeitar uma eventual lei que venha a ser aprovada pelo Parlamento e não lhe agrade.

No meio de toda esta confusão, de toda esta algazarra, do número 10 de Downing Street sai uma mensagem clara, transparente – pedimos desculpa pela interrupção, a democracia segue dentro de momentos.