Rejeição do confronto


A população de Taiwan foi às urnas dizer alto e bom som que rejeita uma estratégia de confronto com Pequim.
Se era esta a percepção do que representaria o resultado das eleições municipais, a sensivelmente um ano das eleições presidenciais, os resultados não deixam margem para dúvidas.
A retórica de confronto com Pequim, e independentista face à República Popular da China, vinda do interior do Partido Democrático Progressista (PDP), e personificada pela líder Tsai Ing-wen, foi claramente rejeitada pelos eleitores da Ilha.
Sorri Pequim, sorri o Kuomintang, sai de cena, pela porta pequena, Tsai Ing-wen.
Mas só a prazo, depois das eleições presidenciais do próximo ano.
Porque, para já, Tsai Ing-wen apenas abandona liderança do PDP.
Mas abandona essa liderança com recados bem claros para quem lhe suceder.
Recados que teremos que esperar para ver se serão audíveis e aceites pela nova liderança do Partido.
Afirmar que o PDP permanecerá fiel à sua estratégia independentista, e que os resultados destas eleições tiveram muito mais a ver com questões económicas internas do que com questões de política externa, afigura-se como uma estratégia de óbvia fuga para frente que não se afigura agrade aos eleitores que agora de forma tão clara rejeitaram o PDP e as suas ideias.
As relações entre Taiwan e Pequim continuarão a ser pautadas publicamente por muita retórica, muita declaração de intenções.
Em privado, no interior dos gabinetes, no jogo da diplomacia, muita cautela, muita negociação, nada gestos bruscos de qualquer das partes.
Quem não perceber isto estará condenado a sofrer dissabores como agora sofreram o PDP e Tsai Ing-wen.

Comentários

  1. Em politica nunca se sabe quando eles entendem o recado do eleitorado.
    Abraço

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    1. Entendeu de tal maneira que já abandonou a liderança do Partido, Elvira Carvalho.
      Continua na liderança do governo mas também não será por muito tempo.
      Abraço

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  2. Muita sensatez na decisão do povo de Taiwan pois não ganham nada num confronto directo com a gigante China.
    Um abraço e boa semana.

    Andarilhar
    Dedais de Francisco e Idalisa
    O prazer dos livros

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    1. Mas já não é a primeira vez que aparece um líder político em Taiwan com essa ilusão, Francisco.
      Aquele abraço

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    1. Os eleitores de Taiwan têm o meu lema, que roubei ao meu padrinho - “pago para não ter chatices”.

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  4. Li e compreendi alguma coisa mais, Pedro Coimbra.
    Grato pelo esclarecimento.

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    1. Confrontar a China não é do interesse de ninguém, João Menéres.
      Nem da própria China.

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  5. A sabedoria popular não é para desprezar!

    Abraço

    Rosa dos Ventos

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    1. Pelo contrário, é para seguir com muita atenção.
      Abraço

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  6. Não sei se será uma boa notícia...
    A China é um polvo gigantesco insaciável, roubou o Tibete e
    toma para si territórios o que ofereceu colhendo vatagens...
    Tem feito muito mal aos seus habitantes e continua a tratá-los com sobranceria e pouca humanidade.
    Taiwan, a ilha batizada pelos portugueses de Formosa, foi o refúgio de milhares de perseguidos por Mao...
    Quem nos garante que não irão acontecer no futuro, problemas semelhantes?
    Beijinhos.
    ~~~~

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    1. Ninguém nos garante isso, Majo.
      Mas eu garanto-lhe que qualquer movimento independentista de Taiwan seria catastrófico para a Ilha e não só.
      Ainda para mais com esta liderança em Pequim...
      Beijinhos

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  7. As teias da politica são inúmeras pode ser que agora traga alguma estabilidade nessa zona do mundo
    Abraço

    Kique

    Hoje em Caminhos Percorridos - Grande queda... de água...

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    1. Continuará a mesma retórica, o mesmo jogo de sombras.
      Na sombra, muito vai sendo negociado sem que tenhamos conhecimento, Kique.
      Aquele abraço

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  8. Que não se metam com a China :)
    Boa noite Pedro.

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    1. Muito menos com esta liderança em Pequim, Mena Almeida.
      Não é nada boa ideia...

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