Macau esburacada e à beira de um ataque de nervos
Há já muitos anos (1996/97) decidi viver na Taipa.
Estava convencido que a qualidade de vida era maior nas Ilhas e era ali que queria viver com a minha família.
Os anos foram passando e essa qualidade de vida não só não foi preservada como se foi progressivamente deteriorando.
Para se chegar a 2017 e se ter a sensação claustrofóbica de estar rodeado de estaleiros, sair à rua e encontrar obras por toda a parte, vias públicas esburacas, esventradas, hoje aqui, amanhã acolá, depois de amanhã aqui e acolá e onde ainda houver algo para partir.
Como eu, muitas pessoas viram-se obrigadas a alterar os seus hábitos, as suas rotinas.
O que seria de algum modo atenuado se pelo menos soubéssemos porquê.
Mas nem isso sabemos.
Se já de algum modo nos habituámos às infindáveis obras de um sistema de Metro que ainda não se percebeu muito bem quem vai servir, e em que locais, quase diariamente somos surpreendidos com novas obras, com alterações no sentido de trânsito nas vias, com faixas de trânsito que são suprimidas pela calada da noite e surpreendem o incauto cidadão na manhã seguinte, tudo em vias que somos obrigados a utilizar e sem para tal sermos antecipadamente avisados.
Enquanto isto acontece a vida continua, os horários têm que ser cumpridos, a inflexibilidade nesse cumprimento cresce, o sistema nervoso responde e altera-se.
De uma vez por todas vai sendo tempo de haver maior coordenação entre os diferentes departamentos governamentais para não ser feito tudo de uma forma desordenada, atabalhoada, vai sendo tempo de ser dada maior informação aos cidadãos acerca das obras que estão a decorrer, das que aí vêm, para que servem, quanto tempo vão demorar.
Porque se sente cada vez com maior intensidade que o copo da paciência do pacato residente de Macau está a encher cada vez mais e corre sérios riscos de transbordar.
Ao longo dos anos tenho lido, aqui, sobre a governação deficiente de Macau em todos os seus aspetos. Tb li que ir para Macau foi a melhor decisão que fez até então (altura em que li o seu comentário, não me recordo onde). O que faz com que continue a viver aí. As raízes familiares que criou? Maiores oportunidades profissionais? Não pretendo ser indiscreta, apenas gostaria de compreender.
ResponderEliminarC
Apesar de todos os problemas, Macau ainda é um local onde se vive bem, Catarina.
EliminarE é um local muito seguro.
Podia ser melhor?
Podia e devia.
E é por isso mesmo que eu, e outros chatos como eu que gostam de Macau, apontamos os erros que são cometidos e que devem ser corrigidos.
Como já disse muita vez, Macau deu-me oportunidades na vida, a nível pessoal e profissional, que nunca tinha sonhado.
E sou grato, serei sempre, a Macau por isso.
Essa é a maior razão para eu me indignar com quem trata esta terra tão mal e tinha a obrigação de a encher de mimos.
Não basta encher a boca com o slogan "Amar Macau".
Mas importante que dizê-lo é demonstrá-lo.
Nem que seja apontando a dedo os erros e os abusos que são cometidos.
Estarei aqui sempre disponível para isso, Catarina.
Com educação, com civismo, com elevação, sem ofender ninguém, mas dizendo o que tem de ser dito.
O Pedro é um português de Macau. Mais macaense que isso não me parece haver.
EliminarMor
Macau deu-me tudo a nível pessoal e profissional, Mor.
EliminarNunca esquecerei isso e serei sempre grato a Macau, esteja onde estiver (acredito que será aqui) por isso.
E é essa a razão para eu me revoltar, para barafustar, para ralhar com quem não respeita Macau e as pessoas que aqui vivem.
Henrique de Senna - Fernandes falava numa Pátria e numa Mátria.
Como eu o compreendo, Mor.
O irmão de uma nora minha exerce advocacia aí.
ResponderEliminarVeio passar o Natal cá.
Mas desta vez não se proporcionou encontrarmo-nos.
É compreensível que a construção de uma rede de metro cause distúrbios enormes à população abrangida pelas obras.
Mas não haver informação prévia à população isso não é de aceitar.
Boa sorte, Pedro Coimbra.
Um abraço e desejo que em breve tudo siga em carris.
A população de Macau é muito pacata, muito tolerante, João Menéres.
EliminarEntão quando comparada com a de Hong Kong...
Mas o que está a acontecer já começa a ser irritante.
Todos temos consciência que há certos transtornos que são necessários para poder dotar Macau de cada vez melhores infra-estruturas.
Mas o que também é necessário é manter a população informada acerca do que se está a fazer, do que se vai fazer, porquê, e quais os prazos de conclusão das obras programadas e em curso.
O contrário é puro desrespeito.
Como lhe poderá confirmar esse seu amigo, Macau é um local onde é fácil e agradável viver (já foi mais...).
Mas têm estas especificidades ( a expressão é politicamente incorrecta) que chateiam, aborrecem.
Aquele abraço
Por cá (a terrinha) também está transformado num enorme estaleiro, dizem eles que "Prometemos ser breves".
ResponderEliminarAbraço, Pedro e paciência.
Mas aqui o pouco que nos disseram foi o oposto, Ricardo - nos próximos cinco anos é muito natural que ainda seja pior.
EliminarPior???
Nem consigo imaginar como.
Aquele abraço
Pedro, nem mais... Ontem entrei numa rua em contra mão pois mudaram os sentidos todos na taipa. Há ruas só com um sentido e duas faixas, o que aumenta os engarrafamentos.
ResponderEliminarÉ um desespero este trânsito em Macau.
Lisboa não está melhor, um caos.
Aproveito para lhe agradecer a ajuda no aeroporto. Sempre gentil!
Feliz 2017.
Bjs Mor
E não informam ninguém acerca dessas alterações, porque ocorrem, quando ocorrem, quanto tempo vão demorar.
EliminarLivra, isso é puro desrespeito.
Como é que correu a viagem com os dois petizes, com a Maria de quem a minha filha Mariana falava tantas vezes sem eu fazer ideia de quem era?
Feliz Ano de 2017.
Abreijos
A viagem correu bem. Portaram-se muito bem!
EliminarA Maria adora a Mariana. O mundo é pequeno.
Bjs.
A Mariana é o palhaço lá de casa.
EliminarUma menina muito doce e sempre bem disposta.
Se a vejo menos bem disposta fico aflito.
Há problema, normalmente de saúde.
Bjs
Estas obras nas cidades dão sempre transtorno e alteram as nossas rotinas mas quando vemos que foi para melhorar determinadas situações tudo bem é por uma boa causa, caso contrário é de pôr os nervos em "franja".
ResponderEliminarUm abraço e boa semana.
Andarilhar
Mesmo que sejam para melhorar a vida das pessoas é necessário manter essas pessoas informadas acerca do que está a ser feito, do que vai ser feito, Francisco.
EliminarE isso não está a acontecer.
Aquele abraço
Sabemos o que isso é. Por cá acontecem de 4 em 4 anos. E este ano é ano de...
ResponderEliminarUm abraço
Aqui a razão não é eleitoralista, Elvira Carvalho.
EliminarJá a satisfação de alguns interesses particulares...
Um abraço
Estou a ver que as obras são uma constante por este mundo fora! Lisboa está igual, penso que agora esteja um pouco melhor em algumas zonas, mas tem sido uma revolução!
ResponderEliminarBeijinhos
O que é ainda mais irritante quando não são dadas quaisquer explicações à população, Chic'Ana.
EliminarE a população de Macau não merece este tratamento, não merece ser ignorada.
Beijinhos
Detesto obras e quando se eternizam é o horror!
ResponderEliminarNão há pachorra que chegue para os incómodos causados.
O que relata só demonstra a falta de respeito pela população, sinceramente.
Tudo de bom
Uma população que até é merecedora do oposto, São.
EliminarDá cabo da paciência a um santo.
Tudo de bom também
Pedro, velho amigo, é essa sensação que tenho qua do chego a Lisboa. Buracos, tapumes, ruas fechadas por obras, obras, obras, confusão, ruas proibidas ao trânsito...
ResponderEliminarKis:=>)
Tudo feito à socapa, AvoGi.
EliminarNão pode ser assim.
Bjs
Caro Amigo Pedro Coimbra.
ResponderEliminarÉ desalentador quando constatamos que a qualidade de vida piora.
Caloroso abraço. Saudações desalentadas.
Até breve...
João Paulo de Oliveira
Um ser vivente em busca do conhecimento e do bem viver, sem véus, sem ranços, com muita imaginação, autenticidade e gozo.
Piorou bastante com estes estaleiros intermináveis, Amigo João Paulo de Oliveira.
EliminarViver em Macau já não é o que era, excepto para uma minoria que cresce de dia para dia.
ResponderEliminarEstarei errado, Pedro?
Um abraço
Na mouche, António!
EliminarE há quem lhe chame progresso...
Aquele abraço
Se quando estive em Macau pela última vez o trânsito em Macau já me pareceu insuportável, imagino como seja agora! Os lisboetas que tanto se queixam das obras em Lisboa, que estãoi a trazer inegáveis melhorias à cidade deviam ir até Macau para verem o que é trânsito caótico. Abraço
ResponderEliminarO pior é que muitas destas obras e alterações ao sentido do trânsito são feitas à socapa, Carlos.
EliminarSó falta aparecer um qualquer representante governamental a gritar - Surprise!!!
Aquele abraço
Não conheço Macau, mas uma coisa é certa: todos os meus amigos que por lá passaram, gostaram imenso. Quanto aos buracos e obras, a minha cidade Ribatejana está sempre cheia deles.
ResponderEliminarMaria do Mundo,
EliminarVivo em Macau há 21 anos.
Com a forte sensação que são só os primeiros 21.
Por aqui viver e gostar tanto da cidade e das suas gentes, das quais me sinto já parte integrante, é que me indigno com os abusos que vejo serem cometidos.
Nunca tive, nunca terei a atitude "esta é a terra deles, que se lixe!".
Não, é também, e será talvez para o resto da vida, a MINHA terra também.
E estarei aqui para fazer o que posso para que seja cada vez um local mais aprazível para viver.
Com sustos, ou sortes, com tristezas e alguma cura....vamos vivendo Amigo!
ResponderEliminarBom Ano!
abç
Mas eu quero muito mais que isso para Macau, margoh.
EliminarSou exigente.
Bom Ano.
Abraço
Obras, um desassossego e quando mal organizadas
ResponderEliminarpodem realmente ser devastadoras em termos neuróticos...
Um metro para entupir ainda mais cidade de turistas?!
Lamento, Pedro.
Beijinhos.
~~~
O Metro já é um projecto muito antigo, Majo.
EliminarMas está a revelar-se um "obra de Santa Engrácia".
Quando devia ser o oposto.
Um meio de transporte alternativo que pudesse aliviar a cidade do trânsito que a entope.
O que estou a ver é caminhar-se no sentido de disponibilizar um meio de transporte alternativo aos que visitam Macau e não o vão utilizar ou vão utilizá-lo muito pouco.
Os exemplos que foram mostrados na génese deste projecto (Banguecoque e Singapura) são o oposto disto (eu estava lá, incluído na comitiva, para ver tudo em primeira mão).
Beijinhos