E aprende-se a dizer saudade
Confesso que me emocionei como nunca antes em presença de um acontecimento político, nacional ou internacional, quando há oito anos ouvi o discurso inaugural do então recentemente eleito Presidente dos Estados Unidos da América, Barack Hussein Obama.
Sentia-se que se estava perante alguém que devolvia esperança a um Mundo em grande turbulência, a um Mundo em muito e há muito deprimido.
“Yes, we can”, dizia-nos Obama.
Parecia um sonho, parecia delírio.
Nesses oito anos ficou muito por fazer (Guantanamo, terrorismo, violência racial, controlo de armas a nível interno e internacional…).
Mas muito foi feito também.
Acima de tudo o aparecimento de uma nova esperança e de uma nova forma de fazer e de estar na política.
Aquele que se entende ser o homem que ocupa o posto mais poderoso à face da Terra revelou-se um ser humano profundamente bondoso e incrivelmente simples.
Ao mesmo tempo que se revelava resoluto no exercício das suas funções, Barack Obama, sempre acompanhado pela extraordinária Michelle Obama, mostrava-nos que é possível ser-se uma pessoa profundamente decente e honesta no exercício de cargos políticos.
O casal Obama mostrou ao Mundo que pessoas excepcionalmente cultas e inteligentes, que ocupam cargos de extraordinária visibilidade e responsabilidade, podem e devem ser em tudo iguais a nós.
O mesmo casal Obama que devolveu dignidade, respeitabilidade e elevação ao exercício da política e devolveu a esta actividade o carácter nobre que há muito parecia perdido.
Se fora com emoção que ouvira Obama dizer ao Mundo “Yes, we can”, é com emoção que agora vejo o casal Obama despedir-se da Casa da Branca.
Ouvir Barack Obama no seu último discurso enquanto Presidente dos Estados Unidos, ouvir Michelle Obama no seu discurso de despedida enquanto Primeira Dama, faz-me sentir um privilegiado por ter podido assistir a este pedaço de História que foi a presença do casal Obama na Casa Branca.
Ao mesmo tempo que me faz compreender muito melhor os versos da canção de Coimbra, da Coimbra que foi o meu berço – “e aprende-se a dizer saudade”.
Eu não poderia expressar-me melhor que o Pedro ao dizer a mesma coisa. Como foi possível que um Trump viesse a seguir, como?
ResponderEliminarOuviu a conferência de imprensa "do" Trump hoje? Que palhaçada!
Ouvi, Catarina, ouvi mais esse momento infeliz daquela coisa inacreditável que vai suceder a Obama.
EliminarLá vou eu citar o Artur Bual quando Pedro Santana Lopes foi substituir Teresa Patrício Gouveia - "É o mesmo que substituir a Mona Lisa por um mono liso".
De Portugal para os Estados Unidos, de Pedro Santana Lopes para Donald Trump... :(
Grande tirada essa do Bual ( que cheguei a conhecer no monte dos Esquíveis, em Mourão ).
ResponderEliminarInesquecível, João Menéres.
EliminarE acertada - saía uma Mona Lisa e entrava um mono liso :)))
Aquele abraço
De certeza meu amigo que vamos ter muitas saudades de Obama e a sua presidência seria muito melhor se tivesse tido o apoio do Senado.
ResponderEliminarUm abraço e continuação de boa semana.
Andarilhar | Dedais de Francisco e Idalisa | Livros-Autografados
Não só não teve apoio como foi constantemente torpedeado, Francisco.
EliminarVou ter saudades do casal Obama.
Aquele abraço
Também ouvi os dois discursos e a despedida fez-me chorar pela retirada de um homem com H grande. Subscrevo tudo o que dizes.
ResponderEliminarBeijocas e um bom dia
Não é só o homem, Fatyly.
EliminarMichelle Obama é extraordinária.
Beijocas, um bom dia para Portugal
Lembro que durante muitos anos, o meu presidente dos Estados Unidos preferido, sempre foi John Kennedy.
ResponderEliminarObama fez-me esquecer Kennedy.
Um abraço
Obama é muito mais decente que Kennedy, Elvira Carvalho.
EliminarObama é um homem de valores, Kennedy era um bon vivant.
Um abraço
Excepcionais,sem dúvida. Penso que mais não conseguiu porque não deixaram.
ResponderEliminarÉ agora como é que se passa para um Trump?!?
Foi constantemente boicotado, Golimix.
EliminarTrump é uma realidade que não consigo explicar.
Belíssima homenagem, Pedro!
ResponderEliminarTexto bonito, profundo e sentido.
Concordo plenamente.
Abraço
Obama foi o político mais decente e simples que vi na minha vida, Célia.
EliminarAbraço
Ricardo Meneses deixou um novo comentário na sua mensagem "E aprende-se a dizer saudade":
ResponderEliminarHe will be missed, Pedro.
Aquele abraço.
Publicar
Eliminar
Marcar como spam
Moderar comentários neste blogue.
Publicada por Ricardo Meneses em Devaneios a Oriente a 12 de janeiro de 2017 Ã s 20:10
=áæösV·s¸oößNxåî=÷_ ¢{^žÔò¥ë^Æßá¶i\…ªìzÕ À¨ž×§µ:ÚžÇÞ¬Iܡا‚«¨µçi®)íi¹^†Ù¥…æ¶+e{ûb¶W¿…æn‡rj Þpá¶Úlÿü0Á¹h‚ «r‰¿¦º ŠW¿×zó]6ïžúßݸÛÍýF' Ú zw¬zÏÚu豢릞‹èr‰žžÐ· Zâ¢v¬¹©žžÆ zj®¢Ö¡ç÷ m§ÿÝzö§z*,jŠâz{^nZ ²š-r‰¿ÛM{ÿMyªkzw^±çbÍêìjçZuèmšQ ¦·§uë iسz» ¹Ö{öªº‹[ºÇ{ ¥•·¦ŠË t÷®†ëýºÿ «ž•æ› · º ºÚ†·ŸÜ8m¶›?ÿ 0nZ êÜ¢oÜ¢ižžÙ¨uêÚµç(ø«™Ú –ˆ põç|Û~7ëM½óûëÚh²Ò Ü=wÓ}´Û¾}ç_wãvâËZ¶ë7 ² Ú$z}ÃÓa»–@@ á›ZÞ}HÇ×—`3 ü3Æ'õC'yJÇß› my Ð:¤ãÄ &;Iy& pø¸ ¡àp#hÛ ã»F' "¤P‘+â
5þê†a (ÚÂñ-Œ@û›–' ¯ö›¨kyýÆÛi³ÿðÃ å¢ Ê&ýÊ&™é횇^«^r‰ßŠ¹¡¹h€€÷ ^z×Í·ã~´Ûß9ß¾½¦‹- =Ã×}7ÛM»çÞu÷~8÷n,µ«n³pÓD ‡ ;h‘é÷ M†îY †mkyõ# ^]€Ì{ðÏ ŸÕ å+ ~leµäG@ê“ t˜í%ä˜iÃâà2‡À£lgŽí œlŠ‘BD¯ˆ40×ûª „ £k Ķ1 %Šh§j¿Ún¶¡ç÷ m¦Ïÿà –ˆ z·(›÷(šg§¶j z¶yÊ'~*æv†å¢ Ü=yë_6ßúÓo|ç~úöš,´€÷ ]ôßm6ïŸy×Ýøãݸ²ÖºÍÃH𠶉 ŸpôØnå xfÖ·ŸR1õåØ Ç¿ ñ‰ýPÉÞR±÷æÆ[^Dt ©8ñ IŽÒ^I†œ>. (x Ú6ÆxîщÆÈ© $JøƒC
º¡˜AÊ6°¼Kc 1ªÜj·(š‹)joÚn¶ëj Þpá¶Úlÿü0Á¹h‚ «r‰¿nZ êànZ =Ãמµómøß6÷Îwï¯izwbž (šg§¶Ã(uêÚ¯öœ¢g§´-ÀÖ¸¨²w¬µæå¢ ž~‰ír‰h¯pବ‹7· fën³înXœiÖ©¢´bqªÝ ǧzǬzf¡ç÷ m§ÿÝzö§z*,jŠâz{^nZ ²š-r‰¿
ëÚ許£«‰éí{öš×g^©ÞŠº {m5í¨+j÷¬ÛMtýú'·öèw/á¶i}áæösV·s¸oößNxåî=÷_
O seu comentário ficou assim, Ricardo.
EliminarMistérios do Blogger.
Aquele abraço
Irra.
EliminarFicou aqui uma boa caca, Ricardo.
EliminarSem ser culpado, peço desculpa na mesma.
Aquele abraço
E vamos ter muitas saudades , sim, destes seres humanos.
ResponderEliminarE como disse João César Monteiro: " Vamos passar da Mona Lisa para o Mono "(estou citando de cor.
A minha geração é uma geração de mudança, que a tudo tem assistido(e participado) e assim ficará na História.
Foi o Artur Boal, quando substituíram a Teresa Patrício Gouveia pelo Pedro Santana Lopes, quem disse que era como substituir a Mona Lisa por um mono liso, São.
EliminarVou ter muitas saudades dos Obama, São.
Gente simples, decente, culta, inteligente.
Apetece-me juntar a minha voz à da multidão em Chicago - one more term!!!
Um presidente marcado pela postura correcta e sem escândalos..
ResponderEliminarBeijinhos
E uma Primeira Dama extraordinária, Chic'Ana.
EliminarQue saudades vou ter do casal Obama :(
Beijinhos
Acho que todos - ou quase todos - já sentimos saudade.
ResponderEliminarObama, não foi tudo o que prometeu e isso deixa um sabor a desilusão, mas não podia-mos esperar demasiado pois "uma andorinha só, não faz a primavera" ...
Isabel,
EliminarEle foi constantemente bloqueado e torpedado pelos Republicanos no Senado e no Congresso.
Se já era difícil sem esses obstáculos assim tornou-se tudo muito mais complicado.
Quando os vi e ouvi pensei que assim ainda é maior o contraste com quem lhe sucede e como seria bom se pudessem ficar antes eles...
ResponderEliminarEra o que gritava a malta em Chicago, Gábi - one more term!
EliminarEu bem não queria, mas perdi um pouquinho o respeito pelos EUA quando, mesmo antes das eleições, vi que havia tantos apoiantes de Trump. Como é que é possível?! O casal Obama, é exemplar em tantas coisas, e deram uma lição ao mundo.
ResponderEliminarTrump representa do que é aquela América profunda de que tanto ouvimos falar, Briseis.
EliminarInfelizmente é assim.
O país mais poderoso do Mundo gosta de olhar para o seu umbigo, ostracizar os outros, ainda é profundamente racista, pouco culto (estou a ser simpático...), armamentista.
Confesso que já sinto uma certa nostalgia...e com medo do futuro.
ResponderEliminarPartilho os dois sentimentos, Maria do Mundo :(
EliminarPalavras sentidas e com as quais estou em total concordância.
ResponderEliminarUm casal que nos marcou pela simplicidade e honestidade.
Vai deixar muitas saudades!
Muitas, Manu, muitas.
EliminarAcho que nunca senti tantas saudades, antecipadamente, de alguém na área da política.
Quem dera que todos os presidentes fossem como ele.
ResponderEliminarOlá, sou a Olivia, nova por estas bandas. Gostei do blogue! **
Olá Olivia,
EliminarSeja muito bem vinda.
Vou visitar o seu espaço daqui a pouco.
Saiba, Pedro, que apreciei sobremaneira o seu texto.
ResponderEliminarRevejo-me nele e, com a sua permissão, 'assino-o'.
"Yes, we did", disse Obama nesse discurso. Que pena ser uma expressão que apenas retrata o passado. Porque o futuro será, tudo indica, bem diferente para pior.
Um abraço
Oxalá estejamos todos enganados, António.
EliminarInfelizmente acho que temos todas as razões para temer o que aí vem :(
Aquele abraço
Partilho da tua opinião. Apesar do bloqueio republicano dos últimos 4 anos, Obama fez um grande trabalho.
ResponderEliminarClaro que muito ficou por fazer e que não será feito tão cedo, pois o Trump que aí vem está mais empenhado em desfazer do que em outra coisa qualquer.
Bom resto de semana, caro amigo Pedro.
Abraço.
A primeira medida é desfazer o famoso Obamacare, Jaime Portela.
EliminarO que faz todo o sentido.
Onde é que já se viu dar acesso a cuidados de saúde virtualmente gratuitos a uns milhões de pessoas?
O negociante que é Trump, e os idiotas que o apoiam, pura e simplesmente não percebem isso.
É algo que nem faz sentido naquelas cabecinhas ocas.
Aquele abraço
E estou agora mesmo a ver o Trump, ali no noticiário televisivo, ... tristeza. :(
ResponderEliminarVamos vê-lo muitas vezes, luisa.
EliminarEle adora aparecer, mostrar-se, ver-se na televisão e nos jornais.
Podia chamar-se Narciso em vez de Donald...
SEguiu o comentário sem eu querer e sem este fim: assenta-lhe maravilhosamente!
ResponderEliminarbjs
O Blogger ontem pregou algumas partidas a algumas pessoas que aqui comentaram, papoila.
EliminarDe vez em quando tem destas coisas sem que a gente perceba porquê.
Bjs
Escrevi um comentário que se perdeu, Pedro. :( Já que vejo a conta aberta e a caixa de comentários vazia.
ResponderEliminarDe qualquer modo, corroboro todo o seu sentimento de apreço e saudade, em relação ao casal Obama.
Beijinhos.
O comentário do Ricardo, da papoila, da Janita, do António...
EliminarO Blogger de vez em quando tem estas maluquices que ninguém entende.
Vou ter mesmo saudades deste casal, Janita.
Se Barack Obama é único, Michelle Obma não lhe fica nada atrás.
Beijinhos
E o meu comentário, Pedro? :(
ResponderEliminarChegou mais tarde, António.
EliminarMas já está publicado.
Uma série de pessoas teve problemas com os comentários e o estupor do Blogger.
é verdade Pedro parecia outro mundo, que parecia diferente do que se aprende nos livros (que os ricos pisam os pobres até dizer chega)
ResponderEliminarmas pronto não há sol que sempre dure...
boa noite
Angela
Com os Obama o Mundo e o mundo da política foram mesmo diferentes, Angela.
EliminarInfelizmente tudo tem um fim.
Bfds (já é sexta-feira em Macau).
Caro Amigo Pedro Coimbra.
ResponderEliminarE agora?
Caloroso abraço. Saudações apreensivas.
Até breve...
João Paulo de Oliveira
Um ser vivente em busca do conhecimento e do bem viver, sem véus, sem ranços, com muita imaginação, autenticidade e gozo.
Comungo do seu sentimento e faço a mesma pergunta, Amigo João Paulo de Oliveira :(
EliminarAquele abraço
Apesar de Guantánamo, foram dois mandatos positivos. Vamos todos sentir muito a sua falta.
ResponderEliminarO casal Obama, ela também é excepcional, é único, Carlos.
EliminarJá tenho saudades deles.
E nem quero pensar no que aí vem!
Olá Pedro. Adorei ler este excellente post. Aqui temos muitas saudades do casal Obama. Boa semana :)
ResponderEliminarAcho que, salvo raras excepções, toda a gente vai sentir saudades do casal Obama, The Reader's Tales :(
EliminarBoa semana
Soberba crónica, Pedro. Obama é a prova viva de que o racismo não tem razão de existir mas, desconfio, que essa foi uma das razões pela qual não pode brilhar mais. A outra foram os grandes interesses económicos e financeiros que permanecem decisivos.
ResponderEliminarAbraço.
Vou ter tantas saudades deste casal completamente cool, Agostinho :(
EliminarAquele abraço