Prédio de 127 metros de altura no Ramal dos Mouros
O Conselho do Planeamento Urbanístico deu ontem luz verde à construção de um prédio de 127 metros de altura na zona do Ramal dos Mouros.
Depois de muita discussão, de muitas consultas e auscultações, depois de uma votação que mostrou claramente sérias divisões dentro do Conselho, o lóbi do betão mais uma vez conseguiu impor os seus interesses.
Um lóbi que teve num dos seus representantes um acérrimo defensor do projecto indo ao despudor (não é ignorância, é mesmo ausência de pudor!) de afirmar que a não autorização do projecto implicaria uma violação da Lei Básica. Seria contrária à liberdade religiosa, afirmou esse membro do Conselho, também deputado à Assembleia Legislativa.
Como se fosse a liberdade religiosa que está aqui em causa!
O terreno onde vai ser implantado o mamarracho (mais um!!) foi concedido à Associação de Beneficência Mahometana com finalidade religiosa (estava ali construída a que seria a mais pequena mesquita do Mundo, um cemitério destinado aos fiéis da religião muçulmana).
Como tantas vezes acontece em Macau, as modificações introduzidas na concessão inicial passaram a possibilitar a construção de um empreendimento imobiliário no terreno concedido, com limites em altura bem inferiores ao agora aprovado (70 metros) e se respeitados os requisitos de circulação de ar na zona, algo que teria que ser atestado pelos serviços competentes.
Era o que previa a Planta de Alinhamento Oficial (PAO).
PAO que deve ter sido alterada algures no tempo para possibilitar a construção deste monstro, numa zona que liga visualmente ao Reservatório, numa zona onde ainda era possível vislumbrar alguns espaços verdes onde estes praticamente não existem.
Ontem, com a ausência de representantes de Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental, o Conselho de Planeamento Urbanístico autorizou, por votação maioritária, a edificação de mais um muro que tapa vistas e que impede a circulação de ar na zona.
Tudo supostamente em nome de uma finalidade religiosa - a construção de uma nova mesquita, a incluir no projecto agora aprovado para o local, construção essa que terá que ser hipoteticamente financiada com a venda das fracções autónomas a edificar.
Não me venham dizer que o que se vai construir ali é uma mesquita.
A mesquita é só uma parte do projecto.
Se a intenção fosse construir uma mesquita não seriam necessários 127 metros de altura, não seria necessário passar da mais pequena para aquela que seria a maior mesquita do Mundo.
ResponderEliminarDEus meu, que se chega: invocar a liberdade religiosa para justificar o injustificável!!
E é um deputado a ter este discurso, São :(
EliminarUma mesquita com 127 metros de altura?! Hum. suspeito...
ResponderEliminarBeijinhos
Não é a mesquita que tem essa altura, Chic'Ana.
EliminarO projecto imobiliário, supostamente necessário para edificar a mesquita, é que tem essa altura.
A mesquita andará perdida lá no meio.
Beijinhos
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ResponderEliminarLamento muito, Pedro.
Beijinhos.
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O impacto, visual e na circulação de ar, que este monstro vai ter é brutal, Majo :(
EliminarBeijinhos
Parece-me que andam aí mesquitas por cordas :-)
ResponderEliminarPara o Carlos se situar, este mamarracho vai ser construído ali ao lado do Hoi Fu.
EliminarReservatório?
Queriam, deixa de ser ver.
Ar puro?
Era o que faltava!! :(
Pois, também me parece que se estão nas tintas para a mesquita, em causa estarão as patacas de lucro do imobiliário. É igual em todo o lado!:P
ResponderEliminarBeijocas
A mesquita é só a means to an end, Teté.
EliminarBeijocas
"Em nome de uma finalidade religiosa"
ResponderEliminaracho que nunca vou ter capacidade para entender quem se aproveita da religião para pôr em pratica tanta coisas má.
Beijinho Pedro.
Tem que se arranjar uma desculpa qualquer, Adélia.
EliminarQue melhor desculpa que a religião??
Beijinhos