De menino rebelde a aluno exemplar
O Eurogrupo, após longas negociações (mais de um ano), aprovou um novo pacote de auxílio à Grécia.
Com o FMI a defender um alívio da dívida grega, vingou a posição do Eurogrupo e o pacote de 10,3 biliões de euros será disponibilizado faseadamente desde que se mostrem cumpridas todas as premissas exigidas pelos credores ao Executivo grego.
Credores que deixaram de olhar para a Grécia e o Syriza como meninos rebeldes e os passaram a ver como alunos exemplares.
Esta mudança radical de opinião está directamente relacionada com o que tem sido o comportamento das autoridades gregas, com corolário na aprovação de um novo pacote de medidas de austeridade por parte do Parlamento grego no passado domingo.
Um novo programa de privatizações, uma forte subida de impostos (a Grécia passa a ter o IVA mais alto da União Europeia), um caderno de encargos em tudo oposto ao programa que Alexis Tsipras e o Syriza tinham apresentado aos eleitores gregos e com base no qual foram eleitos.
Tsipras aceitou o braço-de-ferro com as autoridades europeias sem certamente ter lido Sun Tzu e acolhido os seus ensinamentos.
Se o tivesse feito, Tsipras teria aprendido que se o inimigo é seguro é necessário estar preparado para ele.
Se esse inimigo for mais forte, deve ser evitado, fingir-se fraco e deixar o inimigo tornar-se arrogante para então sim o atacar.
Tsipras fez o oposto.
Foi arrogante perante um "inimigo" mais forte e enfrentou-o e afrontou-o com essa postura.
Erro crasso!
O "inimigo", mais forte, impôs todas as suas condições e ganhou todas as batalhas, porque teve tempo, força e paciência para isso.
Lá para 2018, quando está programada nova avaliação da dívida grega e um possível alívio das condições impostas para considerar a mesma viável, é bem provável que Tsipras já tenha percebido que tem que se apresentar perante os credores com uma nova atitude, uma nova postura.
Resta saber o que representará essa nova atitude, essa nova postura, em termos de perda de popularidade a nível interno...
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ResponderEliminarA verdade é que os senhores da bandeira azul estrelada
odeiam bandeiras vermelhas e estão a fazer o possível
para que não aconteça uma invasão rubra a sul.
Antes um Tsipras obediente...
Foi um ''Deus nos acuda'' nos meios diplomáticos,
quando se formou o governo de AC e só sossegaram
com a eleição do presidente laranja.
«Não dão ponto sem nó»...
~~~~~ Beijinhos, Pedro. ~~~~~
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Com ou sem teorias da conspiração (já hoje houve outro a comentar no mesmo tom mas noutro contexto político), a realidade é que Tsipras não soube medir a batalha em que se meteu.
EliminarE teve que baixar a crista, Majo.
Quando a faca e o queijo estão de um dos lados, convém não morder a mão que nos pode dar de comer.
Beijinhos
«A verdade é que os senhores da bandeira azul estrelada
Eliminarodeiam bandeiras vermelhas e estão a fazer o possível
para que não aconteça uma invasão rubra a sul.»
Caro Majo/a, acha que as "bandeiras rubras" são solução para alguma coisa?
Já não lhe chega o exemplo da Venezuela em que o povo já anda a comer cães para sobreviver, graças a essas tais políticas das "bandeiras rubras"?
Por favor ganhem mas é juízo, pois para loucuras dessas já bastam Cuba e a Venezuela.
Não há dúvidas que os gregos têm os seus pecados (Portugal também os tem) mas, na verdade, no norte a virtude assenta na defesa de um negócio pouco cristão que é manter na dependência os países mais fracos pela sedução do dinheiro. Aliás, tal como dentro das próprias comunidades nacionais pela desregulamentação da economia e a subvenção da Lei e do poder do Estado. A seguir vem o discurso moralista. Se o progresso civilizacional não faz sentido, se a lei natural da prevalência do mais forte é divina, estamos no caminho correcto. Sabemos o que vem a seguir.
ResponderEliminarAbraço.
Mas essa é a História do Mundo, Agostinho.
EliminarO mais forte, o que tem mais meios, está sempre em vantagem.
Mais ainda quando o mais fraco necessita dele.
Paninhos quentes, diplomacia, são muitas vezes não só aconselháveis como o melhor remédio.
Aquele abraço
Eu tiraria as comas ao inimigo, pois é como se têm portado com o Sul europeu.
ResponderEliminarConcordo porém que os gregos avaliaram mal a situação e cometeram erros, talvez por considerarem que uma união não é propriamente Schauble a exigir sanções contra Portugal e não só por não cumprimento de regras enquanto a mesma Alemanha também não as cumpre , embora no sentido inverso.
Bom dia
São,
EliminarAinda hoje comentava isso com o Carlos - não devia ser assim, mas sendo todos iguais há mesmo alguns que são mais iguais que os outros.
Os gregos não perceberam ou não quiseram perceber isso.
E foram forçados a recuar nos ímpetos iniciais.
Bom dia, bom feriado
Os "pequeninos" têm que falar baixo ou calar, não levantar ondas, ajoelhar e rezar! Rezar para que o dinheiro continue a pingar venha ele de onde vier.
ResponderEliminarTriste que haja países com tanto para obter, como Portugal, e que não consigo passar do mesmo!
Tenho a certeza que se puséssemos aqui os alemães ou os noruegueses, este jardim à beira mar plantado era um dos grandes. Duvidas?
Portugal dispõe de condições extraordinárias para ser um grande país, uma economia estável, Golimix.
EliminarE espero que venha a ser essa economia estável.
Porque um país extraordinário já é.
Os gregos infelizmente tiveram uma entrada muito forte perante os arrogantes senhores da europa que pensão que são os donos disto tudo e fizeram-se valer da sua força que tão maus resultados tem dado, mas é isto a europa de hoje bem diferente da Europa de outros tempos.
ResponderEliminarUm abraço e continuação de uma boa semana.
Houve arrogância dos dois lados, Francisco.
EliminarO problema é que uns tinham condições para ser arrogantes e os outros deviam ter sido humildes.
Nem que fosse por uma questão de estratégia.
Acabaram obrigados a ser humildes o que é muito pior.
Aquele abraço, continuação de boa semana
Alexis Tsipras tentou, convencido de que a sua táctica seria eficaz. Mal aconselhado internamente - Yanis Varoufakis - avançou com tudo, esquecendo-se de fazer o trabalho de casa.
ResponderEliminarUma análise atenta ao contexto europeu ter-lhe-ia evitado os maus bocados por que passou.
O fundamental é, para mim, saber se a Grécia e os gregos estão melhor. E não consigo evitar um 'nim'.
Abraço, Pedro.
Isso é mesmo o essencial, António.
EliminarAfinal o que ficaram os gregos a ganhar com o Syriza no poder??
Alguma altivez?
Não era bem isso o que mais desejavam.
Aquele abraço
efetivamente estava toda a gente a ver se os gregos teriam outro teorema na cartola ?!
ResponderEliminarporém parece-me que já deveríamos ter no mundo maturidade suficiente para não considerar sempre o valor dos países e das pessoas pela quantidade do dinheiro que conseguem ter (sendo que a moralidade dos meios de o conseguir é muitas vezes discutível)
até amanhã Pedro
Angela
A questão não é essa, Angela.
EliminarUma Grécia falida, sem ter como se manter, à beira da falência, vai afrontar quem a pode salvar?
Quem é que pensa que tal estratégia dá resultado?
Só quem for lírico.
Pedro, eu só queria dizer que se não valorizássemos tanto quem tem dinheiro e riqueza material, os países não teriam tanta necessidade de se endividarem e ficar à mercê dos credores! sempre com o "talvez" á mistura !
EliminarEu sei, Angela.
EliminarQuem foi lírico foi quem arquitectou aquela estratégia de confronto e quem pensou que a mesma resultava.
O Syriza no poder veio a provar que eram uns fulanos
ResponderEliminardispostos a mentir descaradamente ao povo e a cederem
em tudo para se manterem no poder.
Aquele referendo foi o maior dos embustes...
Um abraço amigo.
Irene Alves
O mais curioso é que foram, considerados uns valentes, uns heróis, por muito boa gente.
EliminarAo primeiro embate com a realidade viu-se que aquilo era apenas retórica vazia, Irene Alves.
E o povo grego a sofrer as consequências, como é hábito onde acontecem fenómenos destes.
Um abraço
A minha avó, não percebia nada de política, mas sempre dizia,"Quem precisa é que tem de estender a mão"
ResponderEliminarUm abraço
Pois é, Elvira Carvalho, seria avisado escutar a voz dos mais velhos e mais experientes.
EliminarQue podem não ter qualificações académicas mas têm experiência de vida.
E essa não se aprende na escola.
Um abraço
Caro Amigo Pedro Coimbra.
ResponderEliminarO que me desalenta e ter ciência da dura realidade mercantilista que estão no bojo destas relações conflituosas.
Caloroso abraço. Saudações céticas.
Até breve...
João Paulo de Oliveira
Um ser vivente em busca do conhecimento e do bem viver, sem véus, sem ranços, com muita imaginação, autenticidade e gozo.
Mas é essa a realidade, Amigo João Paulo de Oliveira.
EliminarE neste lógica mercantilista David não vence Golias.
Aquele abraço
Aqui tem mais um exemplo de como funciona a "democracia" na União Europeia:
ResponderEliminarhttp://historiamaximus.blogspot.pt/2016/05/e-eu-que-pensava-que-as-fraudes.html
Pelos vistos, agora estamos a entrar numa nova fase, ou seja, a de manipular resultados eleitorais, coisa que eu julgava que só podia acontecer em África ou na Rússia, mas jamais na muito "democrática" UE...
De uma maneira ou outra, em democracia os resultados eleitorais são manipulados pela retórica e verborreia dos candidatos.
EliminarPrefere um regime tipo chinês ou norte-coreano?
«Prefere um regime tipo chinês ou norte-coreano?»
EliminarNão, o que eu quero é um regime em que não haja fraudes eleitorais. Vê-se perfeitamente que o que aconteceu na Áustria foi uma fraude eleitoral.
Em pânico por estarem a perder e sabendo que a diferença entre os candidatos era pequena, as elites da UE ou quem está a soldo das mesmas, utilizou o esquema dos votos por correspondência para manipular os resultados finais. Isto para mim é de caras.
Norbert Hofer é o verdadeiro Presidente da Áustria a quem acabaram de roubar o lugar com base em fraude eleitoral.
Se isto só por não chega para demonstrar a ditadura que se vive na UE, então não sei de que mais provas precisam.
Erros que podem trazer graves consequências!
ResponderEliminarBeijinho Pedro
O pior é que as consequências afectam sempre o Zé Povinho, seja ele português ou grego, Adélia.
EliminarNão afectam os irresponsáveis que provocam estes problemas.
Beijinhos
Isto de cuspirmos nas mão que nos dão de comer , além de feio, mais tarde ou mais cedo mostra-nos quanto estávamos errados !
ResponderEliminarA Grécia tem hoje um nível de vida muitíssimo inferior ao que tinha há 2 ou 3 anos ! A subida de impostos foi tremenda, privatizações em contínuo, mais desemprego, ainda mais austeridade, tudo ao contrário do que foi prometido ! ... mas agora o mal está feito e não haverá muito a fazer, senão evitar ficar cada vez pior !
Isto de se tentar viver à grande, sem austeridade, sem empenho e à custa dos nossos amigos, não resulta mesmo !
Como é possível não se conseguir encarar a realidade, Pedro ?
Também iremos pagá-las bem pagas ! Há que inverter tudo enquanto temos tempo ! Quem vier atrás que feche a porta, é o lema !
Abraço !
E agora o povo grego a sofrer as consequências da sede de poder daqueles que foram heróis para muito boa gente que só podia andar distraída, Rui.
EliminarEnsinaram-me desde pequenino que não se morde a mão que nos dá de comer nem se cospe no prato em que comemos.
Vale a pena nunca nos esquecermos disso.
Aquele abraço
Bom, suponho que será esperar para ver... se, assim sendo, Tsipras se mantém no poder. ;)
ResponderEliminarBeijocas
Os movimentos de descontentamento acumulam-se, Teté.
EliminarPorque os slogans de pouco ou nada valem quando a abrriga está vazia.
Beijocas
A União Europeia e os lacaios a soldo da mesma, andaram a mentir nos últimos cinco, no que toca a essa história do "não há dinheiro":
ResponderEliminarhttp://historiamaximus.blogspot.pt/2016/02/alguem-andou-mentir-nos-ultimos-cinco.html
"Não há dinheiro" assim diziam eles, mas de repente já têm centenas de milhões para estoirar em "refugiados" e andar a pagar mordomias aos mesmos. "Não há dinheiro" para matar a fome ou ajudar milhões de jovens portugueses e gregos que estão desempregados, mas depois já têm centenas de milhões para esbanjar em "refugiados".
Só não vê, quem não quer ver. Isto das crises e dos "refugiados" é tudo um esquema engendrado pela superclasse mundialista para destruir as nações europeias, quebrar-lhes a homogeneidade étnico-religiosa, destruir-lhes a identidade e torná-las assim mais fáceis de dominar, de forma a que estas integrem o futuro governo mundial totalitário que está a ser engendrado pelas nossas costas.
Já diz o velho provérbio que "não há nada melhor do que dividir para reinar"...
Tsipras, obviamente, não mediu as consequências da sua posição o que, paradoxalmente, nos beneficiou, porque não fosse o seu falhanço, nunca teria havido acordo à esquerda e a esta hora tínhamos a continuidade do governo mais miserável de que há memória em Portugal desde Salazar.Ainda muita água vai correr sob as pontes, mas uma coisa é certa: Passos Coelho e a canalhada acéfala que o segue, foram bons alunos e Portugal está em vias de sofrer sanções da UE. Prefiro ser governado por um país estrangeiro, do que por um grupo de canalhas traidores que emporcalham o PSD.
ResponderEliminarUma pequena nota, Carlos - se o exemplo grego demonstra sem sombra de dúvida alguma coisa é que aos países mais pequenos, necessitados, restam poucas ou nenhumas escolhas face aos ditames de quem empresta.
EliminarÉ assim na vida, Carlos.
No fraco, carrega-se.
Não entendo nada.
ResponderEliminarA CEE vai ajudando,muitos milhões... Que virá a seguir?
Mas esses muitos milhões têm sempre um extenso caderno de encargos a acompanhar, Luís
EliminarNão há mesmo almoços grátis