Um caso a merecer explicação cabal
Qualquer trabalhador por contra de outrem, em qualquer área de actividade, pode ver o seu contrato de trabalho rescindido ou não renovado.
E pelas mais variadas razões.
Vista por este prisma, a decisão da Universidade de Macau de não renovar o contrato de trabalho do académico Bill Chou seria uma decisão banal, uma mera opção de pura índole administrativa.
No entanto, atendendo aos contornos de todo o caso, à gravidade das acusações trocadas entre as duas partes (Bill Chou fala em perseguição política, a Universidade numa falta de respeito da parte do académico para com a instituição e na utilização das aulas para acções de campanha política) a decisão de não renovar este contrato em especial tem que ser muito bem explicada.
Muito mais ainda quando se segue a acontecimentos muito recentes noutra instituição de ensino superior (eu sei que são situações diferentes, mas também sei que se prestam a grandes confusões) em que foram trocadas também graves acusações e se falou insistentemente, dentro e fora de Macau, em ataques à liberdade de pensamento e à liberdade académica.
Com este enquadramento, frases de circunstância, chavões linguísticos, aligeirar de responsabilidades, só tendem a agravar uma situação já por si algo obscura.
Se o Chefe do Executivo já garantiu que o Executivo nada teve a ver com esta decisão, se o Gabinete de Apoio ao Ensino Superior já veio dizer o mesmo, a Universidade de Macau tem o dever de explicar porque razão tomou a decisão de não renovar o contrato de Bill Chou.
Dito de outra forma, tem o dever de explicar o que é que significa exactamente desrespeito para com a instituição e utilização das aulas para acções de campanha política.
Se fosse George Orwell a analisar este imbróglio decerto comentaria que todos os contratos de trabalho por contra de outrem são iguais.
Mas há alguns que são realmente mais iguais que os outros.
Mais uma telenovela do nosso tempo. Vai sobrar sempre para o mais fraco...Olé.
ResponderEliminarUm caso que cheira muito mal, luís.
EliminarTresanda, diria eu.
Mais uma razão para ser totalmente esclarecido por parte da Universidade e do docente.
Se há provas, e ambos afirmam ter provas daquilo que dizem, que sejam apresentadas.
Assim, no escurinho, é que não.
Escurinho é mesmo só no cinema, como cantava a Rita Lee.
E sempre assim será, Pedro!
ResponderEliminarAquele abraço.
Esta malta tem que deixar de falar em transparência e passar a agir com transparência, Ricardo.
EliminarÉ melhor para todos.
Até para eles próprios
Aquele abraço
Por muito mal que cheire nunca será deslindado!
ResponderEliminarÉ como cá!
Rosa dos Ventos
Depois de ver este caso chapado nas páginas do New York Times (o Mundo é muito pequenino) tenho a sensação que terá que haver explicações, Rosa dos Ventos
EliminarClaramente um 'sacudir a água do capote'. Não tarda, descobre-se que ninguém foi responsável pelo acontecimento. Ou, não me admirava nada, o trabalhador sim, era o malandro, porque tinha olhos azuis.
ResponderEliminarE depois há o 'manda quem pode obedece quem deve'.
Um abraço, Pedro.
Acredito que acabem por ser dadas explicações neste caso, António.
EliminarPorque passou fronteiras e Macau não ficou nada bem na fotografia
Aquele abraço
Três em um :
ResponderEliminar_ Realmente, parece necessária uma explicação, até porque , segundo percebi, já não é o primeiro caso...e isso está a trazer-me à memória um caso que vivi de muito perto: a expulsão da José Afonso da carreira docente.
- Realmente , a foto não deveria correr mundo , pela simples razão de que um ser humano se deverá sempre comportar como o ser humano que é .Se o facto de o fazer , causa espanto, mal vai o mundo...Claro que não estou a retirar nenhum mérito ao polícia!
- Sousa Tavares tem razão nas críticas !
No entanto, gostaria de saber porque motivo ainda não falou nesta escandaleira do BES, já que segundo ele mesmo diz tem opinião sobre tudo!
Boa semana, Pedro :)
São,
Eliminar- Sendo casos diferentes, em instituições de ensino superior diferentes, este não é efectivamente o primeiro caso semelhante;
- Essa é a realidade - situações como esta vão sendo honrosas excepções. Tão triste quanto real;
-Eu também gostaria de fazer essa pergunta ao Sousa Tavares. Está à espera de quê?
Boa semana!
~
ResponderEliminar~ ~ E o que mais impressiona é a falta de sensibidade, tanto dos superiores, como dos colegas e discípulos.
~ ~ Esta perseguição ao espírito democrático dos docenres, um dia terminará, mas, entretanto, vai fazendo víitimas lendárias.
~ ~ Macau tem obrigação de ser um exemplo de justiça.
~ ~ ~ ~ ~ Beijinhos. ~ ~ ~ ~ ~
Majo,
EliminarMacau tem que dar mais liberdade de pensamento e de criação aos seus talentos.
Não chega falar em talentos (e fala-se muito!).
É preciso criar espaço para que eles apareçam e cresçam.
Beijinhos
Mosquitos por cordas?
ResponderEliminarPois, que há mosquitos por cordas, há, Carlos.
EliminarAgora tem é que se saber exactamente porquê.
A Universidade tem por obrigação de dar a explicação, ou não?
ResponderEliminarBeijinho e uma flor
Tem que a dar, Adélia.
EliminarAté porque já não é só Macau a pedi-la.
Beijinhos
Ainda bem que em Portugal não se despedem trabalhadores por dá cá aquela palha, ou à vontade subjetiva do empregador. Porque senão não leríamos outros assuntos nos jornais... :P
ResponderEliminarBeijocas
Ele não foi despedido, Teté.
EliminarNão lhe renovaram o contrato.
O que até pode ser normal.
Se for bem explicado porquê.
Beijocas
Pedro, não quero desanimar, mas ou muito engano ou este caso vai acabar como tantos outros: em nada!
ResponderEliminarSegundo parece, cá como aí, explicação de factos "estranhos" é coisa que não se usa.
Abraço.
GL,
EliminarNão acredito.
O caso já passou fronteiras e creio que não haverá sossego até se conhecer uma explicação acerca do que motivou esta não renovação contratual
Abraço
Até pode ser dada UMA explicação sobre o assunto mas parece-me que deveria ser A explicação.
ResponderEliminarO Reitor já veio dizer que não pode explicar.
EliminarPara proteger ambas as partes.
O prof ficou com o ferrete de ter um comportamento censurável; a Universidade de ser intolerante.
Proteger quem e de quê, apetece perguntar.