O bom e o mau (o vilão todos sabemos quem é)


Conhecedoras de mistérios que a própria fé desconhece, as entidades reguladoras portuguesas deram-nos a conhecer a existência de um Espírito Santo mau.
Não, não se trata do mistério da fé católica, do Espírito Santo da Santíssima Trindade. 
Trata-se sim de um Banco centenário, que se eclipsou de um dia para o outro, e que se transformou de forma quase miraculosa num Novo Banco. 
Com esta transformação, esta sublimação (o que supostamente era muito sólido transformou-se directamente em gasoso e tóxico) deu-se o milagre da multiplicação na sua versão bancária.
O que era uno passou a ser dúplice e consagrou-se a versão financeira do mito do bom e do mau. 
O bom, como todos os bons, está livre de vícios, de problemas, de toxicidade. 
Problemas que, como se se tratasse de um castigo bíblico, ficam com o mau. 
Percebe-se assim que o bom receba a merecida recompensa – 4,9 mil milhões de euros, provenientes do Fundo de Resolução, com riscos muito reduzidos para os contribuintes. 
Para o mau, como não podia deixar de ser, fica guardado o inevitável castigo - perde a licença bancária, assume todos os activos tóxicos, ficam os accionistas obrigados a suportar quase todas as perdas. 
Será exactamente assim? 
Como em tantos outros momentos da vida pública portuguesa somos, uma vez mais, confrontados com uma questão de fé.

Comentários

  1. É isso mesmo amigo e coincidente ou não quem vai tomar conta do "banco mau" é um tal "Máximo dos Santos". Já li coisas que me fizeram rir até à exaustão:):):)

    Um abraço

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    1. Então agora estou mais tranquilo, Fatyly.
      O homem, para além de ser O Máximo, ainda tem acesso aos Santos?!
      Melhor combinação seria impossível!! :)))
      Beijinhos

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  2. Para mim nem é questão de fé...é de certeza que, seja como for, os contribuintes vão pagar mais uma vez a incompetência de uns e as fraudes de outros!!

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    1. Como eu gostava de, convictamente, a contrariar, São.
      Mas, como não sou mentiroso.....:(

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  3. A conta vai ser paga pelos mesmos de sempre. Mesmo a do tal banco mau. Os gajos vão recorrer e o Tribunal Constitucional, em nome de um principio constitucional qualquer, vai obrigar o Estado a ressarcir todos os investidores, accionistas e demais maralha que por lá andou a mamar.

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    1. Infelizmente também é essa a minha opinião, Kruzes Kanhoto.
      Revolta, mas é essa a triste realidade.
      Oxalá esteja enganado.

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  4. Eu queria acreditar mas, nessas coisas da fé, sou mais como o S. Tomé...
    Cordiais saudações!

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    1. Neste caso convém mesmo, Rui.
      Fica a impressão que a procissão só agora saiu do adro da igreja
      Abraco

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  5. Cá para mim o maior vilão, para além de espertalhão, foi o Ricciardi que vendeu todas as suas acções e pôs-se a andar para férias a banhos de mar e sol, deixando o Ricardo com a batata quente na mão. (se bem que este também tenha a sua quota parte de culpa no cartório, claro)

    É lá que tenho depositadas as minhas economias - no Banco Bom :) - e lá vão continuar.
    Acho que este assunto ainda vai fazer correr muita tinta mas, qualquer semelhança com o famigerado BPN é pura coincidência.
    Aguardemos...com fé! :)))

    Beijinhos

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    1. O relacionamento entre ambos era péssimo há já muito tempo, Janita.
      Precisamente porque tinham visões muito diferentes acerca do que deveria ser a estratégia do banco.
      Espero que todos aqueles que, como a Janita, pouparam e confiaram as suas poupanças ao banco, o que deve SEMPRE ser sinal de segurança, não sejam afectados por um bando de vigaristas que brincam com o dinheiro dos outros.
      Beijinhos

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  6. Por esta altura eu já nem sei se consigo distinguir o bem do mal ou o bom do mau...A minha fé está mesmo abalada . Como é difícil caminhar neste país.

    Muito bom

    Bjinhos da Gota

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    1. gota de vidro,
      Estamos a lidar com uma cambada de vigaristas, de ladrões de casaca.
      Que afectam a vida de muita gente que não merecia ter esta escumalha por perto sequer.
      Beijinhos desde Macau

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    2. ~ ~ Eles são golpistas amigos, com o apadrinhamento do banco de Portugal-- todos caríssimos colegas-- que deixam os clientes simplesmente atarantados...

      ~ ~ ~ ~ Beijinhos. ~ ~ ~ ~

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    3. Majo,
      Não me passa pela cabeça o que seria receber a notícia que o Banco onde deposito as minhas poupanças tinha andado a brincar com o meu dinheiro e agora não o tinha.
      Champallimaud dizia que há três negócios que NUNCA podem falir - uma farmácia, porque as pessoas adoecem e precisam de medicamentos; um talho, porque todos precisamos de comer; um Banco porque todos precisamos de guardar o nosso dinheiro.
      O que diria ele agora se cá voltasse?
      Beijinhos

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  7. Como foi possível encobrir tanta batota durante anos e anos?
    Ou terá sido uma coisa previamente planeada e posta em cena pelos do costume? Entre governos e banqueiros, está bom de ver.
    E o Banco de Portugal, sai limpo de tudo isto? Coitado do Carlos Costa, tão nervoso que estava. Costa? Não deveria o governador do BdP ter sido poupado a tamanha e inacreditável exibição? Pronto, mais um erro de casting!
    Aconteceu apenas depois o que deveria suceder antes, um esclarecimento para povo entender, por parte do Ministério das Finanças. Vei tarde e não totalmente esclarecedor.

    Espírito Santo bom, Espírito Santo mau, entre um e outro, a malta paga.

    Um abraço, Pedro.

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    1. Os três macacos, António - não vê, não ouve, não fala.
      Infelizmente, acho que já todos percebemos para quem é que vai sobrar :(
      Aquele abraço

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  8. Agradecida pela visita ao Gota de Vidro e pela simpatia do comentário.

    Caso goste de poesia deixo o link de meu blog de poemas que há muito existe na blogosfera.

    Boa semana

    Beijinhos da Gota

    http://lagoreal.blogspot.com

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  9. Para ser uma cópia religiosa ainda falta um banco assim-assim, para ficarmos com uma trilogia! :)

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    1. Faltava esse, Rosa dos Ventos.
      Como é que eu me esqueci do assim-assim :))

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  10. Não sei é em quê ainda podemos acreditar...

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  11. Iremos ser nós a pagar isto tudo como de costume. Garganta temos muita, acção é que muito pouca !!!

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    1. Infelizmente, e contra vontade, tenho que concordar, Ricardo :(

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  12. Fé é coisa que mora muito pouca por aqui. Então neste caso... :P

    Beijocas

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    1. Mas este é dos tais casos que só lá vai com muita fé, Teté :)))
      Beijocas

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  13. Para já convém tecer elogios à imaginação salomónica do Governador: o bom e o mau separadinhos por razões profiláticas. Desta vez é "palavra de rei", podemos não ficar descansados.
    Um problema de semiótica?
    Quando venderam o BPN foram baixando o preço até mais não. Agora vai ser "trigo limpo farinha amparo".
    Daqui a vinte anos ainda vai haver Bes Mau. Há por lá bué de graúdos que não se importam nada de investir mais umas milenas e ir para o tribunal. É como se fossem fazer uma noitada no casino. As probabilidades de ganharem em tribunal serão superiores às do casino (?).

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    1. Acredito mais na longevidade do mau do que do bom, Agostinho.
      O bom é muito provável que venha a ser adquirido a preço de saldo.
      O mau é tipo peçonha - ninguém quer.

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