Ho Iat Seng é da escola Lau Cheok Va


Quando se aproxima o final de mais uma sessão legislativa, se há uma certeza que já podemos ter é a de que Ho Iat Seng, presidente da Assembleia Legislativa, segue a escola de Lau Cheok Va, seu antecessor no cargo.
O mínimo de intervenção possível, o quase passar despercebido, o tolerar intermináveis monólogos de deputados (alguns....) e membros do Executivo.
Monólogos que, para agravar o cenário, são na sua esmagadora maioria perfeitamente vazios de conteúdo.
Susana Chou, a primeira presidente do órgão legislativo no período pós-transição, atrevia-se a chamar a atenção de deputados e membros do Executivo quando estes abusavam das suas prerrogativas.
Lau Cheok Va e Ho Iat Seng têm uma postura excessivamente discreta no exercício do cargo, tantas vezes mesmo invisível, sob a capa de uma pretensa mediação de conflitos e em nome da sacrossanta harmonia, neste caso harmonia no interior do hemiciclo.
O resultado é decepcionante.
As sessões da Assembleia Legislativa são fastidiosas, pastosas até, sem qualquer interesse, algumas vezes roçando o ridículo e o risível.
O prestígio do órgão junto da população é reduzidíssimo e não há qualquer perspectiva de que venha a sofrer alguma alteração para melhor.
Em boa verdade, talvez seja isso mesmo que se pretende num sistema político que consagra o primado do executivo.

Comentários

  1. Essa situação tem uma certa semelhança com a estabilidade tão importante para o reformado de Boliqueime - como se não fosse melhor agitar as águas em vez de as deixar estagnar e assim criar um pântano...



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  2. A tradicional "serenidade" asiática!
    Por cá apela-se ao consenso! :)

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    1. Por aqui, para além do consenso, há a harmonia.
      Entre a harmonia e o consenso vai-se encanando a perna à rã

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  3. ~
    ~ ~ Lenta, vagarosa e pachorrenta é a caminhada da democracia, em terras em que o vermelho é a cor da felicidade.

    ~ ~ ~ ~ Beijinhos. ~ ~ ~ ~

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    1. Em três velocidades, Majo - devagar, devagarinho, parada.
      Beijinhos

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  4. Qualquer Assembleia, tenha o nome que tiver, deveria funcionar com regras.
    Pelos vistos, depende de quem estiver à frente delas.
    Que prestígio tem a nossa Assembleia da República diante dos portugueses, Pedro?

    Um abraço.

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    1. António,
      Mais uma daquelas situações que só suscitam um comentário - same same but different :)))
      Aquele abraço!

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  5. Parece-me, o Pedro diz tudo no último parágrafo.

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    1. É mesmo isso, Agostinho.
      A Lei Básica consagra o primado do executivo.
      E esse conceito é levado ao exagero.

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  6. "O mínimo de intervenção possível, o quase passar despercebido, o tolerar intermináveis monólogos de deputados (alguns....) e membros do Executivo."
    Cá também é assim...
    Abraço

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    1. Então para que é que servem os presidentes dos órgãos legislativos, Maria do Sol??
      Se não intervêm, não são precisos para nada.
      Digo eu, que tenho maus feitio.
      Abraço

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  7. Lembro-me de algumas sessões bem animadas, no tempo da Susana Chou

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    1. A Susana Chou puxava as orelhas a quem tinha que puxar, Carlos.
      E houve boa gente que ficou com elas a arder.
      E já nem vou para o período anterior à transição de poderes.
      Um período em que havia parlamentares e debate.

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