Memórias pessoais e tradições familiares do Ano Novo Lunar
Texto publicado anteontem no Jornal Tribuna de Macau (http://www.jtm.com.mo/) na rubrica "Gente Gira"
O Ano Novo Lunar é normalmente passado em
família.
Sendo a minha mulher de ascendência
chinesa (mãe chinesa e pai macaense) cumpre-se a tradição do almoço em família
no primeiro dia do Ano Novo Lunar.
E a refeição tradicional, basicamente
vegetariana, também.
No segundo dia, também cumprindo a
tradição, jantar em família.
Ao terceiro dia é que não há reuniões
familiares.
Para, mais uma vez cumprindo a tradição,
evitar zangas.
Resumindo, se é verdade que "When in
Rome...." também será verdade que "When in Macau/China......"
E tendo sido esse o lema desde
1997.
Ao longo de todos estes anos, a época do
Ano Novo Lunar traz à memória um primeiro Ano Novo Lunar (1996) insuportavelmente frio (o frio
húmido foi bem mais difícil de suportar do que o calor) e um inesquecível
episódio em 1997.
Vivíamos eu a minha mulher na Taipa, "em
pecado", fomos pela primeira vez almoçar a casa daqueles que seriam os meus
sogros com a restante família.
Já bastante atrasados, sem telemóveis,
íamos em animada cavaqueira junto ao posto de transformação da CEM à entrada do
Túnel da Guia, quando o trânsito foi interrompido por um polícia de
trânsito.
A conversa estava tão animada que
confesso que não me apercebi da paragem dos carros à minha frente.
Enfiei-me na traseira do carro em frente, sem travar, e sem cinto de
segurança (nem eu nem a minha mulher)
A melhor maneira de me aperceber do impacto da batida foi ouvir o grito da
minha mulher justamente no momento antes de ela voar contra o vidro da
frente.
Nada de muito grave, felizmente.
Um olho, o nariz e um lábio (ela, que eu fiquei agarradinho ao
volante!) inchados.
E a senhora do carro da frente a chamar-me tudo menos doutor!!
Sendo tão importante para a
tradição chinesa começar bem o ano, nada pior que uma porrada no carro logo
primeiro dia.
Confesso que pouco me importei com os
berros da senhora, preocupado que estava com o bem - estar da minha
mulher.
Saímos dali, chegámos ao almoço
muitíssimo atrasados e com a minha mulher com o olho, o nariz e um lábio
inchados.
Não é o melhor cartão de visita para
apresentar aos futuros sogros, convenhamos.
O que fazer numa situação destas?
Simples.
À pergunta, natural, "o que é que
aconteceu?", responder com toda a calma - "dei-lhe porrada!"
Kung Hei Fat Choi!!
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Etiquetas:
Ano Novo Lunar
Jornal Tribuna de Macau
Memórias
E foi bem aceite mesmo assim? Hoje talvez tivesse voado pela porta fora sem saber o que o tinha atingido! : )
ResponderEliminarBom fim de semana! : )
ResponderEliminarSó se pode concluir uma coisa, Catarina - sou irresistível :))) (gaba-te cesto!!!)
Bfds?
Ainda aqui venho amanhã.
Depois é que fico uns dias (até à próxima quinta-feira) ausente.
Gaba-te cesto...
EliminarAh! Ainda é quinta-feira aí! É que como o Pedro anda sempre adiantado... até me fez saltar um dia.
Um excelente resto de quinta-feira, então! : )
Ainda é quinta-feira, Catarina.
EliminarAmanhã haverá a habitual palhaçada.
Depois sim, as celebrações do Ano Novo Lunar
Moral da história, Pedro:
ResponderEliminar1 - Você é um péssimo condutor (distraído).
2 - Nem sempre as primeiras impressões são verdadeiras (neste caso, a dos seus sogros em relação a si).
3 - Essa história...dava um filme.
Aquele abraço e Bom Ano Novo (em Fevereiro, porra????)! :DDDD
EliminarTenno uma optima relacao com os meus sogros, Ricardo
Conheci-os na noite de Natal de 1996.
E foi simpatia imediata dos dois lados, Graças a Deus.
De alguma maneira acho que sou um bocado o filho que o meu sogro não teve (são 4 meninas).
Apesar desta aventura, ou também por causa dela? Confesso que não sei
Aquele abraço!
Pedro,
ResponderEliminarUma memória trágico - cómica. O cartão de visita e a sua saída só revela que os portugueses têm sentido de humor. :)
Felicidades para o Novo Ano!
Beijinho. :)))
EliminarSaiu bem, ana
E foi um Ano Novo Lunar memorável!
Que a Serpente nos traga tudo de bom !!!!
Kung Hei Fat Choi!
Divertido ( para quem lê...) :)
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EliminarAcabou por ser divertido para nos também, luisa
Oh Pedro, permita-me uma pergunta: não terá sido ao contrário? Você ter dado uma tareia à sua mulher e desculpar-se com um acidente?
ResponderEliminar:):):)
Fico a pensar, sabe?
Dito isto, confesso tratar-se de uma brincadeira minha que espero não leve a mal.
Bom ano lunar e um abraço.
EliminarQuem sabe, António, quem sabe......:))))))
Amanha ainda por aqui estarei.
Depois e que me ausentarei por uns dias.
Aquele abraço!!
Caro amigo Pedro Coimbra!
ResponderEliminarApreciei sobremaneira esta crônica de sua lavra, que nos relata de maneira bem descontraída fatos da sua história familiar!
Aproveito o ensejo para externar o grande apreço que tenho por ti, porque parece que o conheço desde sempre!
Considero alvissareiro ter amigos virtuais, como você, o Ricardo Menezes, o Rui Espírito Santo, o Henrique Antunes Ferreira e o António Cambeta, que se apresentam como realmente são sem máscaras!
Caloroso abraço! Saudações amistosas!
Até breve...
João Paulo de Oliveira
Diadema-SP
Caro Amigo João Paulo de Oliveira,
ResponderEliminarQuando embarquei nesta aventura da blogosfera estava longe de imaginar que ia conhecer as pessoas que tenho tido o privilegio de conhecer.
E o quanto iria crescer interiormente com esses novos conhecimentos, com esses contactos.
Correr o Mundo sentado a frente um monitor e de um teclado, dialogar com pessoas de todas as proveniências, com ideias e mundividencias tão diferentes da nossa, tem sido fascinante.
De entre essas pessoas, já o afirmei publicamente, reafirmo-o agora, o meu Amigo ocupa um lugar de grande destaque
Bem haja por ser quem e!
Grande abraço!!!
Quando você diz que o pai da sua mulher é macaense está a querer dizer o quê? Que é um famoso mestiço produto de duas culturas, é isso? Hehehe. :)
ResponderEliminarÉ agora nesta fase que podemos dizer "Long Tao Sé Mei", amigo.
Kung Hei Fat Choi, San Thai Kin Hóng, Pou Pou Côu Seng... mas acima de tudo, Lai Si Tao Loi (sim, para o ano que vem cobrar-lhe-ei dois lai sis)! :P
Aquele abraço.
EliminarO meu sogro e filho de pai português e de mãe chinesa.
Macaense, portanto.
Ficam prometidos os dois lai sis.
Aquele abraço!
Que cena...gargalhadas, mas felizmente deu tudo certo e um ano lunar para vós!
ResponderEliminarBeijos
Inesquecível, Fatyly,, inesquecível :)))
EliminarDigamos que o "cartão de visita" não foi o mais auspicioso, mas o importante é que tudo acabou em bem. Mais uma vez se prova que nem sempre as superstições batem certo... :)
ResponderEliminarBeijocas
EliminarNão são os espanhóis que não gostam de ver bons princípios, Tete? :)))
Beijocas
Kung Hei Fat Choi Pedro
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EliminarKung Hei Fat Choi, Hugo!!
Depois de rir a bom rir, só uma pergunta, Pedro. O texto foi publicado na Tribuna de Macau, por si?
ResponderEliminarSe tudo isso fosse verdade, aposto que a tradição teria sido bem diferente. :)))
Bom Ano Novo Lunar, sem "porrada"...
Beijo.
ResponderEliminarA Tribuna de Macau pediu-me para escrever um texto alusivo ao Ano Novo Lunar.
O que me apetecesse, se possível, uma memória pessoal.
Tinha que ser este, convenhamos :)))
Beijinho
Uma história para mais tarde recordar que na altura não deve ter sido muito engraçada... Histórias para a vida, obrigado por partilhar connosco!
ResponderEliminarGosto de conhecer tradições de outras paragens, é uma bonita tradição essa :)
Inesquecível, Poppy, inesquecível!! :)))
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