O Douro vinhateiro está em risco !!!
A Quinta dos Malvedos é uma das propriedades do Grupo Symington na zona da Foz do
Tua (Paulo Ricca)
Maior grupo de vinho do Porto alerta
UNESCO para riscos da barragem no Tua
Carta dirigida ao Comité do Património Mundial pelo Grupo Symington
dá conta da preocupação pelos danos irreversíveis que a conclusão da obra poderá
causar para a região do Douro.
É mais uma voz a juntar-se ao rol de
preocupações pelos efeitos da construção da barragem de Foz Tua, não só na
classificação da região como Património Mundial mas também pelos impactos que
poderá representar para os actuais padrões de qualidade dos vinhos ali
produzidos.
O Grupo Symington, que é o principal operador no sector dos
vinhos do Porto, fez chegar, na semana passada, aos membros do Comité do
Património Mundial da UNESCO uma carta dando conta dos seus receios e
preocupações face ao andamento da obra. Por um lado "a preocupação que a
conclusão da obra poderá causar danos irreversíveis à região do Douro", mas
também o receio de que, "no actual clima económico", a decisão de suspender a
construção possa resultar "num cenário de edifícios semiconstruídos, um
estaleiro abandonado, as margens do rio Tua desfeitas e uma paisagem destruída".
O documento da empresa que é detentora de algumas das marcas mais
importantes e prestigiadas de vinho do Porto - como Graham"s, Cockburn"s, Dow"s
e Warre"s e Quinta do Vesúvio -, foi remetido na mesma altura em que outros
produtores de peso se juntaram a ambientalistas e grupos que contestam a obra,
num memorando de alerta para as suas consequências.
Efeitos da
albufeira
Ao risco de a UNESCO vir a retirar o estatuto de Património
Mundial à região, o documento associa também as eventuais alterações
climatéricas decorrentes da existência futura de uma albufeira e os seus efeitos
para a produção de vinhos. Uma matéria que, frisam, não foi ainda devidamente
avaliada.
O documento, que foi igualmente remetido aos elementos do
Comité do Património Mundial que estão a analisar os impactos da barragem,
assinala que o vinho e a vinha foram determinantes para a classificação
atribuída em 2001 pela UNESCO, tratando-se de "um negócio delicado, que depende
da conjugação entre conhecimentos ancestrais, tecnologia solo e clima". Ou seja
um equilíbrio delicado que pode muito bem ser posto em causa em consequência da
construção da barragem.
Os responsáveis do grupo Symington notam, por sua
vez, que o grupo detém dois dos seus mais importantes activos situados na foz do
Tua, a Quinta dos Malvedos e a Quinta do Tua, que é também conhecida como Quinta
dos Smithes ou dos Ingleses. "Estas propriedades têm elevada reputação a nível
mundial pela produção de alguns dos melhores vinhos do Porto", assinala a
empresa, vincando ao mesmo tempo tratar-se de um prestígio "que foi construído
durante séculos com base no trabalho cuidado durante o ciclo de viticultura
anual".
A carta alerta os responsáveis da UNESCO para o valor histórico,
cultural e paisagístico associado às duas quintas. "Vinhas suportadas por
socalcos de pedra que formam parte do trabalho de séculos que criaram a
paisagem, única do Douro" e também a casa nobre da Quinta do Tua, do séc. XVIII,
que pertenceu a Antónia Adelaide Ferreira, a célebre "Ferreirinha", e é uma das
mais belas da região.
Paul Symington, que assina o documento, com data
de 29 de Agosto, chama a atenção para o facto de o projecto da barragem e dos
edifícios a ela associados estarem "directamente contíguos com ambas as vinhas e
ao longo de extensões vastas". Assinala ainda que o sucesso continuado do grupo
não pode ser desligado "da beleza natural e da beleza feita pelo homem no vale
do Douro", pelo que "qualquer projecto que danifique esta paisagem única irá
comprometer o futuro" de todos os envolvidos na produção de vinho e no trabalho
associado à região.
Uma barbaridade de Sócrates que este governo se recusou a corrigir. Esta gentalha prefere cimento à Natureza.
ResponderEliminarOlá...
ResponderEliminarBem, com esta construção destruidora, estão muitos poucos Portugueses preocupados... Apenas 3,424 (hoje às 16:02) assinaram a Petição para (tentar) parar a construção, e neste número estão incluídos estrangeiros, por isso a coisa fica até mais "divertida"...
Claro que de muito pouco vale... Assinar petições!
Na minha opinião apenas uma mistura de químicos resolvia a questão...
Espero bem que a UNESCO retire a qualificação... De resto foi já isso que lhes sugeri via e-mail!
De resto o que normalmente se passa é isto
Por isso, acho que vou aproveitar a deixa dos bacanos dos vinhos e reiterar o meu pedido.
Abraço
Carlos,
ResponderEliminarPara o lobi do betão, a Natureza e um coisa aborrecida, chata.
E se aquela zona e linda!!!
voz a 0 dB,
Comentário de quem conhece e vive a situação.
Como tal, de todo pertinente.
Um abraco