Quando se confia demasiado na técnica.....

Quando, em post recente, deixava no ar a pergunta - quem é que confia nesta Selecção Nacional de Futebol? -  confesso que estava, ainda assim , longe de imaginar possível o resultado do jogo de ontem.

O empate (4-4!!!), resultado do jogo realizado ontem em Guimarães, é um resultado inconcebível.

E inadmissível.

No dia em que José Torres partiu, a selecção portuguesa não honrou minimamente a memória do "Bom Gigante".

A sua bonomia, a sua simplicidade, o seu profissionalismo.

E o público português respondeu à minha pergunta - são muito poucos os que confiam nesta selecção; são muito menos os que se interessam minimamente com o que se passa à volta da mesma.

Só assim se compreendem os 9 mil espectadores presentes no Estádio D. Afonso Henriques.

Qualquer jogo do Vitória terá, por certo, mais espectadores.

Enquanto se continuou a discutir o comportamento do seleccionador, os insultos dirigidos às partes intímas de uma senhora, os seleccionados foram deixados, na expressão patética do não menos patético presidente da FPF, em "piloto automático".

A provar que a técnica é uma amante traiçoeira, o piloto automático falhou.

E o desastre aconteceu.

Podia ser pior, dizia Manuel Fernandes no final do jogo.

Em termos estritamente matemáticos, podia.

Podíamos ter perdido.

Porque não??!!

Mas a Selecção Nacional não confiou só no piloto automático.

Não foram só as maravilhas da engenharia que traíram os portugueses.

Foi também um excesso de confiança na técnica individual do jogador luso.

Sim, que técnicas, como os chapéus do Vasco Santana, há muitas!

Crença nessa superioridade técnica, que se traduziu em sobranceria, e que levou os portugueses a pensarem (já aconteceu muitas vezes....) que, tarde ou cedo, ganhariam aos toscos cipriotas.

Os quais continuavam simplesmente a correr e a fazer o seu jogo.

Mau de mais!

E, no entanto, verdade.

Dois comentários finais:

Convocar, e pôr a jogar, jogadores que não têm qualquer ritmo, que têm estado exclusivamente preocupados com a resolução do seu futuro contratual (Meireles, Miguel, Manuel Fernandes,...) é correr um grande risco.

Que costuma dar maus resultados.

Como ontem deu.

Não haverá alternativas credíveis?

Se calhar não.

Mas, entrar por aí, é para outra ocasião.

Finalmente, e porque hoje estou mesmo para o politicamente incorrecto, voltemos aos insultos de Queiroz.

Ainda me lembro do tempo em que esses assuntos eram resolvidos à estalada.

Depois da pancadaria, ia um para cada lado.

Com uma nódoas negras, mas terminava ali a questão.

Com "gente civilizada" (????) arranjam-se desculpas, fazem-se queixinhas, aplicam-se castigos, fala-se muito aos órgãos de comunicação social.

E não se toma decisão nenhuma!!

Não há liderança, não há uma linha de pensamento definida, não há profissionalismo.

Andam a gozar connosco??!!

Que tal voltarmos aos tempos da estalada??