A errar é que nos entendemos
O Benfica está a ter um início de época penoso.
Quatro jogos, três derrotas, três pontos conquistados em doze possíveis.
O mais recente capítulo desta tragédia ficou escrito ontem em Guimarães.
Nova derrota (2-1), mais um jogo cheio de equívocos, inclusivamente da parte do árbitro.
Foi nestes últimos que Jorge Jesus, Rui Costa e Luís Filipe Vieira se concentraram.
Esquecem-se que o Benfica perdeu também por causa de erros da arbitragem.
Não só , nem principalmente, por causa de erros da arbitragem.
Se é verdade que ficaram dois penáltis por marcar, ambos a favor do Benfica, não é menos verdade que o futebol dos encarnados é uma caricatura pobre do que jogavam a época passada.
E é importante que os responsáveis benfiquistas concentrem mais atenções nesse facto.
E menos em Olegário Benquerença.
A defesa do Benfica joga rigorosamente com os mesmos jogadores da época passada.
No entanto, joga muito menos.
Porquê?
Porque o quarteto defensivo não tem muita confiança em Roberto; porque Javi Garcia, sem Ramires ao lado, passou a ser um jogador muito limitado; porque David Luiz e Fábio Coentrão parecem ter perdido a concentração (estavam esperançados numa transferência milionária, que não se concretizou, e ainda não recuperaram o equilíbrio emocional?).
São explicações possíveis.
O meio-campo também está a anos-luz do que produzia ainda há poucos meses.
Javi Garcia não constrói (mesmo a destruir não tem estado brilhante...), e o duplo pivot ofensivo (Aimar/Carlos Martins), com um ponta-de-lança estático (já lá vamos....) não cria jogo.
Antes ocupa um espaço muito limitado e muito próximo entre si.
Na frente, Saviola anda algo perdido, acaba por cair muitas vezes no mesmo espaço que Carlos Martins e Aimar ocupam.
Cardozo é o avançado estático, o "pinheiro" (está na moda!) que sempre foi.
Cardozo é o avançado estático, o "pinheiro" (está na moda!) que sempre foi.
Sem alas, porque Gaitan não aparece (Di Maria, sempre Di Maria....), é presa fácil para as defesas adversárias.
Já o tinha escrito antes, ontem voltou a verificar-se o mesmo problema - numa pequena faixa de terreno, a equipa do Benfica concentra Aimar, Carlos Martins, Saviola e Cardozo.
Que se perturbam, e que, como tal, se tornam presa fácil para as defesas adversárias.
Foi o que aconteceu ontem.
Contra um Guimarães coeso, com bons jogadores, bem orientado, a saber aproveitar a nervoseira do Benfica.
Manuel Machado olhava para Jorge Jesus com o olhar de quem pensa que a vingança é um prato que se serve frio (lembram-se da frase - "um vintém, é um vintém; e um cretino, é um cretino"?).
No meio de todas estas incidências, os erros de Olegário Benquerença, que existiram, estão longe de ser o mais importante.
Equanto os responsáveis do Benfica não reconhecerem este facto, e o procurarem corrigir, este péssimo começo do Benfica (o pior da história do clube) não será revertido.
Venha o árbitro que vier.
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