11 de Setembro - Dos Estados Unidos ao Chile

O dia 11 de Setembro vai ficar para sempre marcado na memória da Humanidade.
Para sempre associado à babárie dos ataques às Torres Gémeas do World Trade Center em Nova Iorque, e à sede do Pentágono, em Washington, no ano de 2001.
Pela primeira vez, o Mundo inteiro podia assistir, em directo, em tempo real, ao horror.
As primeiras reacções variaram entre o choque e a incredulidade.
Seria possível?
Seria uma nova versão da Guerra dos Mundos, agora televisionada?
Se, em 1938, Orson Welles conseguira fazer tremer a América, estaria agora outro génio louco por detrás desta produção que fazia tremer o Mundo (ainda há quem acredite nesta tese, como bem sabemos)?
O louco que coordenara estas operações, soube-se depois, era Osama bin Laden, um milionário saudita convertido ao mais puro extremismo islamita, logo ali transformado num dos personagens mais odiados e mais perseguidos da História.
No dia 11 de Setembro de 2001, o Mundo ficou consciente da vulnerabilidade dos mais sofisticados sistemas de segurança face à loucura e à malvadez do Homem.
O choque foi tremendo, não só pelos 3000 inocentes que perderam a vida naquele momento, mas também por tudo o que se previa que viria a acontecer em seguida.
E que vimos vivenciando desde então.
Nunca mais esquecerei que estava a preparar a bagagem para partir em férias, precisamente nos Estados Unidos, quando as televisões começaram a mostrar as imagens dos ataques em solo americano.
Senti, como todos teremos sentido, que, depois daquela macabra tragédia, o Mundo mudara.
E que nunca mais seria igual ao que era no dia 10 de Setembro de 2001.
Com o desaparecimento das Torres Gémeas, desapareceu também alguma da inocência da Humanidade, uma boa parte do sentimento de segurança que a mais sofisticada tecnologia transmitia.
Começava uma nova era, marcada por um sentimento de paranóia securitária, demasiado real, demasiado palpápel, demasiado presente.
Os aviões que bateram nas Torres Gémeas e na sede do Pentágono, bateram também ferozmente nas nossas consciências, destruíram muitas das nossas crenças e convicções.
Dos escombros das Torres Gémeas do World Trade Center, do "Ground Zero", emergia um Mundo diferente, mais inseguro, mais desconfiado, mais triste.
Mais feio.

Os acontecimentos de Nova Iorque e Washington colocaram na sombra da memória o golpe militar ocorrido em 11 de Setembro de 1973, no Chile.
O cenário é Santiago, a capital chilena, mais precisamente o Palácio La Moneda, atacado por militares revoltosos, comandados por um sanguinário Augusto Pinochet.
Salvador Allende, o Presidente chileno eleito democraticamente, é deposto e assassinado.
Começava a escrever-se uma página de ódio na história da América Latina, com a chegada ao poder de um ditador tresloucado, bruto, mau, que se manteria no poder durante 17 anos e que levaria também à morte mais de 3000 opositores ao seu regime.
Inspirados nas últimas palavras de Salvador Allende, difundidas através da Rádio Magallanes, de Santiago, na manhã de 11 de Setembro de 1973, e que aqui se relembram:
“Pagarei com a minha vida a lealdade do povo"

Comentários

  1. Caro Pedro

    Definitivamente o "Devaneios a Oriente" está na moda. O diário 'Público' voltou hoje a citar este blogue a propósito do Carlos Queiroz. Parabéns. Abraço.

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  2. Caro Pedro,

    O 11 de Setembro parece ser muito aziago. Em Portugal também em 1985 houve um grave acidente ferroviário com muitos mortos e feridos, próximo de Alcafache, na linha internacional da Beira Alta por onde passa todo o trânsito para a Europa.
    Porém os dois casos do post não são acidentais. Foram planeados por seres humanos, com intenções menos salutares.

    Um abraço
    João
    Do Miradouro

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  3. Caro João Severino,
    Uma boa novidade que me transmite.
    Vou pedir ao meu pai para comprar o jornal.
    Um abraço

    Caro João Soares,
    É essa efectivamente a grande diferança.
    Alcacfache foi um acidente horrível.
    As duas tragédias que aqui trato foram frutos da maldade do Homem.
    Um abraço

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