Política espectáculo

 Portugal continua a ser um exemplo de política espectáculo.

E nem o Natal sossegou esse espírito inquieto.

Uma operação policial, como tantas outras, não fora o simples pormenor de ter sido amplamente difundida nas redes sociais, deu origem a um alarido esse sim desproporcionado e absolutamente patético.

Ninguém gosta de ver cidadãos encostados à parede, a serem revistados.

Mas também nada justifica o chorrilho de disparates que se viram por estes dias.

E o desrespeito pelas forças de segurança e pelo Ministério Público, que autorizou e acompanhou a operação.

Não sei se era necessária naqueles termos, com aquele aparato.

Mas confio no bom senso das forças de segurança e do Ministério Público.

Uma Ministra politicamente fraca, um Primeiro Ministro precipitado nas suas declarações, também ajudaram ao clima circense.

Daí a falar em ataque à democracia, ao Estado de Direito, vai uma distância que não pode ser percorrida por gente minimamente sensata, competente e de boa fé.

Cereja no topo do bolo, o manifesto dos indignados, a distribuição de cravos, as declarações de racismo, xenofobia, quando os dois detidos são portugueses.

Para abrilhantar o circo, André Ventura de flor branca nas ruas.

Quando é que esta gente ganha juízo, tininho, como dizia em tempos de juventude um bom amigo??