O regresso do cinzentismo?

Estamos de volta ao Portugal salazarento, cinzentão, deprimido.

O faduncho, a cantar a saudade e a tristeza, em todo o seu esplendor.

Um político tem de ser carrancudo, cara fechada, ar sério (se é sério é outra conversa).

A doida da primeira-ministra finlandesa tem a ousadia de ser sexy e dançar uma dança sexy??

O Marcelo vai tomar banho na praia e fala com os banhistas em Copacabana??

O Santana Lopes anda de gravata na cabeça??

Tanto tempo perdido com trivialidades.

Queremos voltar às botinas, às públicas virtudes que disfarçam os vícios privados?

A verdade é que Portugal não viveu verdadeiramente os gloriosos anos de todas as liberdades, da paz e amor.

E de tempos a tempos esse síndrome nota-se, vem à tona.

E volta o luto carregado, ouvem-se as carpideiras, tocam os sinos a rebate, ressurge o sentimento de pena do outro.

O mais mesquinho e menos nobre de todos os sentimentos.

Vamos tentar ser um bocado alegres?

Deixar de ser sisudos e de dar importância a minudências?

É um grande passo para ser feliz.