Fatwa sem prazo de validade
Salman Rushdie foi esfaqueado por um lunático.
Um daqueles lunáticos que se crêem enviados por uma qualquer divindade para massacrarem quem pensam ter desrespeitado o seu deus.
Foi em 1989 que o Ayatollah Ali Khamenei emitiu uma fatwa condenando Salman Rushdie à morte na sequência da publicação do livro maldito, Os Versículos Satânicos.
De lá para cá o que mudou foi a postura de Salman Rushdie.
Menos vigiado, menos guardado, Salman Rushdie passou a ser um alvo mais fácil.
A fatwa não tem prazo de validade.
E foi agora quase cumprida por um assassino ao serviço de um deus impiedoso.
As religiões monoteístas, que pregam o perdão ao próximo, são as primeiras a exercer a vingança.
Sempre foi assim, como nos ensina a História da Humanidade.
Gente que lê os seus textos sagrados, que não os sabe interpretar, que os aplica como se fossem palavra divina codificada.
Uma suposta palavra divina que terroristas se encarregam de transformar em lei, em ordens para serem cumpridas por um tresloucado convencido que é um enviado dos céus.
Salman Rushdie tinha a cabeça a prémio há muito tempo.
E foi o último dos mártires célebres.
Quantos haverá todos os dias por esse Mundo fora com a grande diferença de serem só mais um número, só mais uma estatística?
Uma fatwa não tem prazo de validade.
Essa foi a lição que este atentado passou a todos nós.
Ainda não se sabe – tanto quanto se ouve nas notícias - se este homem de 24 anos, que tentou assassinar o escritor, atuou sozinho ou se foi incentivado por alguém.
ResponderEliminarMesmo que tenham nascido nos Estados Unidos (ou noutro país democrático) como é o caso de Matar, a maioria dos muçulmanos continua a seguir a sua religião extremista.
Parece que o mundo está mais complicado que nunca...
O perdão que se apregoa e nunca se pratica, Catarina.
EliminarQuando Salman Rushdie decidiu viver mais em liberdade, fora de vigilância, era uma questão de tempo.
Esta gente é demente.
Acabaria por acontecer. E se sobreviver, outro lunático aparecerá para terminar o serviço. Liberdade não rima com Rushdie.
ResponderEliminarSalman tinha agendada uma visita a Portugal, em Setembro.
Beijo.
Fartou-se de viver escondido, fugido.
EliminarE foi vítima dessa decisão.
Beijo
E não é também assim na religião católica? Embora o tempo dos cruzados vá longe, quantos dos cristãos - e dentro deles os católicos - , os que batem no peito em missa dominical, "por minha culpa, minha tão grande culpa", perdoam aos inimigos, quantos pensam, ao menos nesses momentos, que não lhes farão mal? São apenas récitas, palavras e frases que se dizem sem pensar em passá-las à prática. Quantos recitam o Pai Nosso com o propósito de tentar cumpri-lo no dia-a dia. Haverá alguns, mas serão como a andorinha de Aristóteles, não fazem a primavera.
ResponderEliminarPor isso é que refiro religiões monoteístas, bea.
EliminarPregam o perdão e exercem a vingança.
Teresa Palmira Hoffbauer
EliminarQuando da publicação do livro de José Saramago „O Evangelho segundo Jesus Cristo“ houve uma tremenda polémica, mas ninguém o matou.
Uma encenação de uma peça de teatro, na qual Jesus Cristo era homossexual também provocou demonstrações junto ao teatro, mas ninguém matou o autor ou o realizador.
Enquanto que o tradutor japonês dos Versículos foi morto e o tradutor italiano foi ferido.
Aqui na Alemanha matam as filhas e irmãs por elas tirarem o lenço 🧕 ou terem um namorado alemão. Os pregadores da religião muçulmana são ignorantes, fanáticos e perigosos.
A nossa igreja católica é pecadora até à medula, mas mesmo assim …
Cito o Bill Maher, Teresa - “ a nossa civilização não é só diferente, é melhor”
EliminarEstes extremistas não esquecem e mais tarde ou mais cedo acabam com Rushdie, ele pensou que podia ter um pouco mais de liberdade e foi o que foi.
ResponderEliminarFazem-me confusão estas atitudes de vingança, sejam elas de que religião forem.
Beijos
Precisamente o oposto do que pregam, Manu.
EliminarBeijos
O extremismo está cada vez pior. Não olha a meios para atingir fins. E Rushdie é um alvo antigo. Que não vai deixar de o ser.
ResponderEliminarAbraço
Desde 1988, data da publicação do livro, ou 1989, data da fatwa.
EliminarAbraço
Regimes totalitaristas, sendo mais um episódio negro na história do mundo e que mostra quão perversas podem ser as religiões. AO longo de toda a história...
ResponderEliminarCultura da vingança de quem prega o perdão.
EliminarO Mundo podia viver em paz....A humanidade que não se entende, procura o confronto, o odio a vingança...
ResponderEliminarIsabel Sá
Brilhos da Moda
A vingança aqui estava há muito anunciada, Isa Sá.
EliminarE teria de ser consumada.
Caro Pedro,
ResponderEliminarDentre tantas agressões e atentados desmedidos ocorridos neste Mundo cada dia mais intolerante, cito ainda o fato ocorrida contra a ativista paquistanesa: “Malala Yousafzai” (Prêmio Nobel da Paz em 2014), uma jovem militante dos direitos das crianças, que foi vítima de um atentado, por defender o direito das mulheres de terem acesso à educação.
Um abraço e vamos que vamos!!!
Malala é um símbolo da resistência feminina às trevas.
EliminarSó quer ir à escola, só quer ser gente.
Mas ainda há gente que vive na pré-história e acha isso um atentado civilizacional.
Como pai de duas filhas sinto-me particularmente revoltado com essa escumalha nojenta.
Um abraço
Nada mesmo nada justifica esta barbárie!!!!
ResponderEliminarBeijos e um bom dia
Muito menos uma divindade, Fatyly.
EliminarBeijos
Eu sou crente, mas não consigo entender que divindade têm @s fanátic@s de todas religiões na cabeça , sinceramente.
ResponderEliminarDesde as fogueiras da Inquisição (ainda existente) até às fatwas passando pela pretensão de se ser o povo escolhido de uma deus rancoroso e vingativo -com todas as consequências que essa crença implica - são criaturas dementes as que em nome de um qualquer deus praticam os actos mais sórdidos e cruéis sobre o seu semelhante!!
Bom fim de semana
Também assim creio... o fanatismo não tem prazo de validade...
ResponderEliminarBeijinhos
Ana