Live babies to make them dead soldiers

O Supremo Tribunal dos Estados Unidos resolveu dar razão a George Carlin muitos anos depois da sua morte.

Os Conservadores realmente querem live babies to make them dead soldiers.

A revogação do famoso Roe v. Wade representa o fim do direito constitucional de interrupção voluntária da gravidez mas vai muito para além disso.

O Supremo Tribunal de Donald Trump consagrou legalmente o que George Carlin parodiava.

Doravante serão os Estados a definir a sua própria política acerca de um tema de saúde pública como é a interrupção voluntária da gravidez.

E vamos ver nos Estados Unidos o que durante anos vimos noutros países - mulheres a verem-se forçadas a atravessar Estados para poderem interromper uma gravidez indesejada longe do conforto do lar e do apoio da família.

Com o ridículo de isto acontecer dentro das fronteiras do mesmo país.

A evolução relativamente ao aborto no vão de escada está apenas no facto de quem agora recorrer à interrupção voluntária da gravidez o poder fazer em condições de maior segurança e higiene.

Se tiver dinheiro para isso.

Porque se não o tiver terá que utilizar os baldes dos quadros de Paula Rego e ficará ainda em risco de ser condenado a uma pena de prisão entre 99 anos e perpétua.

Se não estamos perante um retrocesso civilizacional …

Gostava muito que fosse feita uma sondagem entre estes pro lifers para perceber quantos deles, directa ou indirectamente, já recorreram a hospitais para interromper uma gravidez.

Seria uma sondagem à hipocrisia reinante.

Os resultados são fáceis de adivinhar.

Live babies to be dead soldiers, foi isso que o Supremo Tribunal americano legalizou.