Mutações

Num tempo propenso a paranóia colectiva, a nova fobia são as constantes mutações do vírus causador da Covid-19.

Não é preciso ser virologista para saber que os vírus, esses seres minúsculos com grande poder de destruição, também têm instinto de sobrevivência.

Um instinto que nestes seres invisíveis a olho nu se manifesta numa excepcional capacidade de multiplicação e mutação.

Quando se sentem ameaçados, por medicamentos ou vacinas, procuram escapar e esconder-se.

Como?

Mudando constantemente para novas estirpes.

Não tanto novas espécies, se bem percebo, antes novas estirpes.

Um jogo de escondidas e apanhada, com microscópios pelo meio, e um bichinho nojento, traiçoeiro e letal.

Não adianta nada entrar em pânico, berrar, vociferar.

Basta procurar estar sempre um passo à frente do inimigo.

Até o podermos finalmente vencer.

Como em todas as batalhas e em todas as guerras, a estratégia é essencial e o desespero e a precipitação fatais.