Jogos Proibidos

 



Juegos Prohibidos é um filme de René Clement que ganhou o Leão de Ouro em Veneza.
O filme aborda uma temática simultaneamente complexa e doce, a capacidade que os mais jovens têm de enfrentar e vencer a tragédia através da imaginação.
Em Macau, terra de contrastes, e de convívio de contrastes, os jogos proibidos são muito diferentes.
E, na concepção do Executivo, não estimulam a imaginação dos mais jovens, antes a corrompem.
O aviso da Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude é, aos olhos de um ocidental, incompreensível.
Nunca vi a série Squid Game.
Não me motiva, não me estimula.
Mas passar daí para o aviso oficial de que é perigosa e corrompe vai uma distância que não deve ser percorrida.
Para um ocidental, educado no Ocidente, é assim.
Porque ao Estado não cabe interferir directamente na formação humana dos mais jovens.
Esse é o domínio da família.
Formação humana e religiosa devem ser dadas pela família e só pela família.
O Estado deve apenas intervir na formação académica e procurar sempre não ir para além disso.
Mentalidades muito diferentes, culturas muito diferentes, mundividência muito diferente.

Comentários

  1. A nível das escolas elementares e secundárias (governo) dá-se muita importância à relação escola-família e não apenas no aspeto académico. E não será responsabilidade do governo promover e apoiar a responsabilidade social?

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    1. Dizendo aos meninos que o Squid Game é mau, Catarina?
      E mais o quê?
      Onde é que fica a fronteira?

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    2. Segundo li, Squid Game é para maiores de 15 anos. E se é violento e contem “gory scenes”, deveria ser para maiores de 18.
      Há que haver entidades reguladoras ou a sociedade ficaria mais caótica. Algumas famílias não têm a noção dos efeitos negativos a longo prazo de determinadas atitudes/comportamentos e atividades a que os seus filhos estão expostos.
      Com isto não quero dizer que concordo com a interferência absoluta de qualquer governo tipo comunista. Mas também não concordo em que “A formação humana e religiosa devem ser dadas pela família e só pela família”. Não é isso que se promove pelos meus lados. As famílias católicas, por exemplo, matriculam os seus filhos em escolas católicas, onde a disciplina Religião faz parte do currículo. Consequentemente, a escola pública católica ajuda a formar a criança na fé católica.
      Uso o exemplo “escola” significando “governo”. : )

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    3. Catarina, eu estudei num Colégio Católico.
      Nos anos 70.
      E as minhas filhas em escolas Bahai e Anglicanas.
      Sempre sem necessidade de chicote nem de sermões.
      Os Serviços de Educação a dizerem aos meninos o que é mau??
      O que é que vem a seguir?
      Rasgar livros que são perigosos?
      Que as autoridades de segurança estejam atentas a comportamentos desviantes eu compreendo.
      Que se classifiquem os programas obviamente que sim.
      Serviços de Educação guardiões da moral e bons costumes?
      Não, obrigado.

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    4. Não há chicotes nem sermões nas nossas escolas. Com efeito, a maior parte das escolas não têm afiliação religiosa.
      Compreendo que estamos numa “área cinzenta”, Pedro. Compreendo perfeitamente o que está a tentar dizer. Concentrei-me numa determinada faixa etária e especificamente em estabelecimentos de ensino, onde – na minha opinião – deve haver (e há) um controle sobre o que os alunos podem e não podem ver na internet, ou os livros que devem ou não ler enquanto estão na propriedade escolar. Não se tira ou minimiza a autoridade dos pais, pelo contrário, incentiva-se essa participação total, e responsabilização no desenvolvimento dos seus filhos.
      Mas, como disse, tem que haver entidades reguladoras que têm outro modus operandi numa democracia.
      Outro exemplo que me vem sempre à mente é a proibição da venda de refrescantes e outras bebidas com excesso de açúcar nas escolas. Estarão as escolas a interferir diretamente nas escolhas dos alunos/pais quanto a uma nutrição saudável?
      “Gambling” – já imaginou se esta atividade não fosse controlada pelo governo provincial e federal?
      P.S. – um pai ou uma mãe a “dar um murro na mesa” resultaria num telefonema para a polícia. : )))))

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    5. Eu nem ponho a hipótese de se verem estas coisas nas escolas, Catarina.
      Sabe qual era uma regra nas escolas delas?
      Telemóvel ficava no cacifo logo à entrada,
      Até à hora da saída.
      Depois disso podiam utilizar o que quisessem.
      Nas escola, dentro da escola, nem pensar.
      Regras são sempre bem vindas.
      Sem cair no exagero.
      As meninas tinham uniformes para usar, regras para usar esses uniformes, para não usar maquilhagem e jóias na escola, para não utilizar o telemóvel, para utilizar a internet para pesquisas académicas e só.

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    6. Quando falei com o meu filho hoje, ele confirmou que viu o primeiro episódio da série e que é extremamente violento. Que é definitivamente uma série para adultos.
      Lembro-me das exigências quanto aos uniformes que os meus filhos usavam. As mesmas exigências de hoje. Os kilts das raparigas tinham que ser de um certo comprimento. Uma norma que tinha sido recentemente estabelecida visto que as saias estavam a ficar cada vez mais curtas. Um dia a minha filha diz-me que queria fazer a bainha do seu kilt porque era demasiado longo, que era ridículo. Ela sabia perfeitamente que não seria autorizada a entrar na escola, que a mandariam para casa e se tentasse de novo que apanharia uma suspensão por uns dias. Respondi que a decisão era dela, mas que, se fosse suspensa, eu não falaria com ninguém dos meus conhecimentos para que essa suspensão não ficasse registada no seu ficheiro. Acabou por tomar a decisão correta e nunca mais se falou sobre o assunto. : )

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    7. Exactamente o que faziam nas escolas das meninas, Catarina.
      Essas regras, essa disciplina, fazem todo o sentido.
      Assim como não usara jóias, malas.
      Fora da escola, tudo bem.
      Nas escola, não.

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    8. Em vez de “ficheiro”, acho que ficava melhor “histórico escolar”.
      : )) ....

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  2. Julgo eu que nenhuma formação académica seja apenas isso. Parece-me mesmo impossível que tal suceda, os professores não são máquinas debitantes, são pessoas. Também julgo que a escola, pelo menos nos programas portugueses, não apenas informa, também forma. E deve formar. Não lhe cabe impôr credos que serão do domínio da família e sobretudo do próprio quando seja capaz de decidir por si. Mas cabe-lhe educar. Ora educação não é, nem nunca foi, mera informação. Escola e Família são os pilares mais evidentes da formação (não os únicos) e gerem o dever-ser da convivência social.
    Quanto ao filme em causa - de que nada conheço e nem tinha ouvido falar -, parece-me que, só em casos extremos e que envolvam situações de generalizado conflito e possível morte, o Estado deve interferir e regular. No mais, os domínios de opção no que é público e privado são distintos.

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    1. O Estado intervém e regula ao classificar os programas, bea.
      Mas não vão ser os Serviços de Educação a passar prédicas aos meninos, não é?
      Já agora - vão fiscalizar também?
      Este caminho é muito perigoso e dá origem a tentações muito perigosas.

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  3. Parece que tem sido um sucesso retumbante, mas desconheço de todo o conteúdo da série.

    E , sim, existem assuntos que pertencem só à esfera familiar.

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    1. Também nunca vi a série, São.
      Porque a apresentação que é feita me afasta.
      Daí até dizer que corrompe os meninos...

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  4. Não conheço a série nem os jogos, mas a meu ver quanto mais falarem do seu conteúdo e ou proibirem é muito pior. O assunto tomba para a competência dos pais em educar.
    Beijos e um bom dia

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    1. É isso que eu penso, Fatyly
      E mais que uma vez dei um murro na mesa nas escolas que as meninas frequentaram para não lhes fazerem a cabeça
      No caso na vertente religiosa.
      A série é desaconselhável?
      É isso que deve ser divulgado, assim deve ser classificada pelas autoridades e os pais devem ter esse cuidado com os filhos.
      Os Serviços de Educação?
      Pelo amor da santa!
      Beijos

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  5. Desconheço o conteúdo desta nova série mas concordo com a conclusão do meu amigo.
    Um abraço e continuação de uma boa semana.

    Andarilhar
    Dedais de Francisco e Idalisa
    O prazer dos livros

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  6. Já vi alguns episódios da série e... na minha leitura parece ser uma denúncia - brutal, diga-se - da sociedade em que vivemos.
    Quanto à questão levantada pelo Pedro, os "tais Serviços Públicos" podem questionar, nunca determinar.

    Um abraço, Pedro

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    1. Ainda para mais Serviços de Educação, AC.
      Vamos higienizar tudo?
      Discurso público, televisão, que mais?
      Livros, cinema, jornais?
      Um abraço

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  7. Não sei se é esta ou outra série, mas o facto é que andam por aí algumas séries que a juventude/ adolescentes andam perdidos que só pensam naquilo, muita violência. Estimula o ódio etc... É grave
    -
    Nunca deixem que vos destruam a autoestima
    -
    Beijos, e uma excelente tarde :)

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    1. Mas isso devem ser os pais a conversar com os filhos, Cidália.
      O Estado classifica e vigia.
      Beijos

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  8. O que tenho lido sobre o assunto não abona nada em seu favor!

    Abraço

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    1. Por isso é que não me estimula nada ver a série.
      Abraço

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  9. Boa tarde Pedro. Confesso que não domino muito o assunto. Mais parabéns pela matéria.

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  10. Não vi nada de Squid Games, mas ouvi notícia da polémica. Já o filme Jogos proibidos, que vi há muitos, muitos anos na TV, ficou na minha memória. O filme e abanda sonora. Lindíssimos.

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    1. Aquele dedilhado da guitarra é inesquecível, não é, luisa?

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  11. Também não conheço a série... a realidade requere bastante do meu tempo... por isso, vou estar bem mais atenta às polémicas que rodeiam a série, graças a este seu post, Pedro.
    A educação deve pertencer às famílias, concordo plenamente... mas nestes tempos de tecnologias... está cada membro a gerir as suas redes sociais, ou coisa que valha, nos seus tempos mais livres... infelizmente, acho que a cada ano, mais famílias, delegam a tarefa da educação nas escolas... e exigindo que os professores façam milagres, enquanto transmitem bateladas de conhecimentos...
    Muitos dos mais novos... auto-educam-se hoje em dia, em frente dos gadgets... e muitos pais também... mergulhados nas fake news das redes, de notícias superficiais ou distorcidas...
    Os mais novos... hoje em dia, fazem uma tragédia... se não têm o sinal de Net a funcionar!... E quando muitos se viram impedidos de socializar, com a pandemia... foi a loucura em muitos lares... esta nova era de aposta em estímulos sucessivos... não sei, não! Acho que estará a puxar muita boa gente para a psicopatia... e cada vez mais, desde tenras idades... Just my opinion!... :-)
    Beijinhos
    Ana

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