Ser e parecer
César divorciou-se da sua mulher, Pompeia, alegando que a sua esposa não podia estar sujeita a qualquer suspeita (Pompeia estaria a ser seduzida por Clódio).
Clódio que foi processado por sacrilégio e inocentado.
Ainda assim César insistiu que só a sombra da suspeita era intolerável para alguém com o estatuto da sua esposa.
Este episódio deu origem ao bem conhecido adágio "À mulher de César não basta ser honesta, tem de parecer honesta".
De Roma para Macau, de 62 a.c. para 2016 d.c., de César e Pompeia para Chui Sai On e Chui Sai Peng.
A adjudicação, no valor de cerca de seis milhões de patacas, por ajuste directo, independente de qualquer outra formalidade prévia, feita pelo Executivo (Chui Sai On) à Associação Promotora das Ciências e Tecnologias de Macau (da qual é presidente Chui Sai Peng, primo do Chefe do Executivo) não tem nada de ilegal (ser honesto).
Mas fica muito mal na radiografia pública (parecer honesto) um Chefe do Executivo adjudicar directamente, sem quaisquer formalidades prévias, a produção de materiais didácticos, resultante da alteração de curricula, a uma Associação da qual é presidente o seu primo.
A eterna questão e a eterna diferença entre ser e parecer, que já os romanos discutiam na Antiguidade, e que não pode ser esquecida nem colocada de parte nesta Região Administrativa Especial da China que se quer limpa, transparente, sem sombra de suspeita.
Limpa, transparente, e sem sombra de suspeita. Existe algum lugar assim no mundo?
ResponderEliminarAbraço
Não sei se existe, Elvira Carvalho.
EliminarMas essa é a propaganda por estas bandas.
Em vez de se apregoar, que se ponha em prática e não se façam disparates destes.
Um abraço
Na politica e nos negócios que andam sempre de mão dada não existe transparência e emanam maus cheiros, o César ao pé desta gente era um menino.
ResponderEliminarUm abraço e uma boa Quinta-Feira.
Mais uma vez cito a minha avó, Francisco - arranjar sarna para se coçar e sem qualquer respeito pelos cidadãos
EliminarAquele abraço
"Entre o desejo de ser
ResponderEliminare o receio de parecer
o tormento da hora cindida
Na desordem do sangue
a aventura de sermos nós
restitui-nos ao ser
que fazemos de conta que somos"
Mia Couto/Ser e Parecer
Um beijinho, Pedro
João Afonso vem cá na próxima terça cantar Mia Couto e Agualusa, Miss Smile.
EliminarPrograma inserido nas comemorações do 25 de Abril promovidas pela Casa de Portugal em Macau.
Beijinhos
Agostinho deixou um novo comentário na sua mensagem "Ser e parecer":
ResponderEliminarPoderá não haver qualquer vantagem mas, no mínimo, enfermarias num pecado grave: "eu quero, posso e mando"?
Abraço.
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Publicada por Agostinho em Devaneios a Oriente a 14 de abril de 2016 às 18:16
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O comentário ficou assim, Agostinho.
EliminarAquele abraço!
Jesus, Maria! Que aconteceu aqui? Nem chinês é.
EliminarFiz o comentário no sf.
BFS, Pedro.
De Portugal a Macau se calhar ficou confuso, Agostinho :))
EliminarCopiei e colei, não há problema
Cá como lá, ou melhor, aqui como aí....
ResponderEliminarEsta malta tem que perceber que este é um sentimento universal, ò menina.
EliminarPode não ser ilegal, mas não fica bem.
Nesta situação, a frase que teve como destinatária a mulher de César, tem todo o cabimento.
ResponderEliminarAbraço
Assenta como uma luva, António
EliminarAquele abraço
Pedro, e isso existe em algum lugar do mundo?
ResponderEliminarAquele abraço.
Pelos vistos só por um breve período na Antiguidade em Roma, Ricardo.
EliminarAquele abraço!
Uma China limpa, transparente, sem sombra de suspeita é ironia pura.
ResponderEliminarNão é a China, é Macau, ematejoca.
EliminarÉ essa a propaganda oficial.
Que tenha (alguma) correspondência com a realidade.
Macau não pertence à China?
EliminarRegião Administrativa Especial, ematejoca, um país dois sistemas.
EliminarDeve ser assim em Macau, Honolulu, Durban ou qualquer lugar do mundo, Pedro.
ResponderEliminarDevia, Carlos, devia.
EliminarMas não é infelizmente.
O que importa é a verdade. Agora o que parece ou deixa de parecer...Enfim!
ResponderEliminarO parecer também é importante, Diana Fonseca.
EliminarSobretudo em situações de potencial conflito.
Não há aqui nenhuma ilegalidade.
Mas fica bem???
I rest my case.
Pois meu amigo Pedro, em todo oo lado é o mesmo.
ResponderEliminarHá sempre um negociozito para se fazer...
Abraço.
Irene Alves
Podem fazer-se muitos negócios, Irene Alves.
EliminarMas não é necessário para isso atropelar certos valores e uma ética que deve ser norma.
Um abraço
Transparência cada vez mais difícil de obter!
ResponderEliminarUm beijinho
Está aqui um óptimo exemplo, Adélia.
EliminarNo mínimo o Chefe do executivo devia pedir escusa no processo de tomada de decisão.
Beijinhos
Caro Amigo Pedro Coimbra.
ResponderEliminarEstou pronto para ficar de castigo no milho, porque - na semana em curso - fui um seguidor relapso do seu imperdível blog.
Tu sabes, pelo facebook, que estou em intensa atividade cultural, sindical e previdenciária, mas cá estou.
Que texto supimpa!
Tu és um comentarista ou, com dizem no reino distante além-mar, comentador muito, sapiente, tarimbado, bem como com vieses racionais.
Esta crônica me fez lembrar:
"-Dai a César o que é de César."
Caloroso abraço. Saudações romanas.
Até breve...
João Paulo de Oliveira
Um ser vivente em busca do conhecimento e do bem viver, sem véus, sem ranços, com muita imaginação, autenticidade e gozo.
Os blogues são pura diversão, Amigo João Paulo de Oliveira.
EliminarQuando há outros afazeres os blogues não podem ter primazia.
Tenho acompanhado os seus dias pelo facebook e vejo que está feliz e divertido.
Isso é que é importante.
Grande abraço!
Pois, parece que a honra e o bom senso desapareceram de vez...
ResponderEliminarBom fim de semana, Pedro
E a vergonha, São, a vergonha também :(
EliminarBfds
Onde houver mais capital´, maior interesse financeiro, pior será a transparência e clarificação de atitudes. Macau não é nem poderia ser excepção, Pedro!
ResponderEliminarDepois, será que eles conhecem a História da Roma antiga?
Desculpe a gracinha, Pedro!
Beijinhos
A brincar disse uma grande verdade, Janita.
EliminarEste Chefe do Executivo, que depois de 1999 estava de faca afiada para negar a presença portuguesa aqui (levou um puxão de orelhas lá do Norte e virou...), pôs-se a perorar acerca da herança romana e grega de Macau.
Parece anedota mas é verdade.
Beijinhos