As directivas do Executivo chinês e Macau
O Executivo chinês, sob a liderança de Xi Jinping, está apostado num regresso aos chamados valores tradicionais da cultura chinesa.
Depois de em Fevereiro ter sido publicada uma directiva que proíbe a construção de "edifícios estranhos, exagerados, excêntricos ou em estilo estrangeiro" (a margem de discricionaridade é enorme), agora, pela voz de Li Guo, Director do Ministério dos Assuntos Civis, fica-se a saber que, até Junho de 2017, serão eliminados estrangeirismos, encarados como atentatórios da soberania e dignidade nacional, ou em desacordo com importantes valores socialistas (por falar em discricionaridade...).
Estas medidas dão sequência a uma política mais virada para dentro, a uma linha dura na condução da política interna e do partido, que passa pelo reforço da educação patriótica, o combate à ostentação e ao desperdício, a exaltação de algumas virtudes que foram regra na milenar China e também na época da Revolução Cultural.
Curiosamente, enquanto o primeiro sistema caminha neste sentido, o segundo sistema, Macau em particular, assiste impávido e sereno ao abafar crescente dos valores locais em favor de um novo-riquismo provinciano e pimba.
A China a proibir os estrangeirismos e os nomes estrangeiros nos edifícios, enquanto Macau espera a inauguração do Parisian, entre o Venetian e o Studio City, todos na Strip do Cotai, e perfeitamente visíveis do One Grantai e do One Oasis.
E ainda há quem ponha em causa a aplicação do princípio um país, dois sistemas...
Ninguém põe isso em causa. A questão é que é mais primeiro sistema e menos segundo sistema... por enquanto. A tendência é para a chinesificação.
ResponderEliminarEm Macau parece que é ao contrário, FireHead.
EliminarDar uma olhadela de vez em quando ao primeiro sistema até é capaz de não ser má ideia.
Tem é que se perceber quando e em que matérias.
Existem momentos em que parece ser necessário corrigir excessos, mas nem sempre as políticas seguem o caminho mais correcto.
ResponderEliminarVotos de um bom dia.
As actuais autoridades centrais chinesas são um bocado bruscas e brutas no modo de agir, Luís.
EliminarMas, nesta mania dos estrangeirismos, até percebo que tenham que o ser.
Votos de um bom dia aí para Portugal também
Os ciclos repetem-se e ainda vamos ver a china voltar ao livrinho vermelho.
ResponderEliminarUm abraço e óptima Quarta-Feira.
Já esteve mais longe, Francisco.
EliminarUm abraço, uma óptima quarta-feira também
Realmente, não faz muito sentido!
ResponderEliminarCaminhos opostos, Diana Fonseca
EliminarTudo o que o Pedro aqui conta dava tema para a 'Mixórdia de Temáticas' do Ricardo Araújo Pereira.
ResponderEliminarAbraço
A situação é mesmo anedótica, António.
EliminarAquele abraço
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ResponderEliminarNão aos pirosos edifícios, do tipo Las Vegas decadente,
mas não fechar as portas à evolução da arquitetura e aos
trabalhos artísticos de mestres consagrados.
~~~ Beijinhos, Pedro. ~~~
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Mas era mesmo isso que se esperava que aqui acontecesse com a liberalização do jogo, Majo - a construção de edifício icónicos, assinados por gente de renome, gente que chama mais gente.
EliminarFoi o que fez Singapura com o Marina Bay Sands.
O que aconteceu aqui foi um pastiche parolo do que há em Las Vegas.
Inclusivamente pela mesma empresa (Las Vegas Sands).
Beijinhos
Compreendo e aprovo a atitude do governo chinês ! ... Um país e ainda mais a China, com tradições milenares, deveria procurar manter as suas características e não perder a sua identidade, mas não com dois pesos e duas medidas !
ResponderEliminarNa minha opinião não faz sentido a situação em Macau !
Abraço Pedro !
Xi Jinping passou-se da cabeça quando começou a ver réplicas de cidades europeias e espalharem-se pela China, Rui.
EliminarE reagiu à bruta.
Em Macau, quando foram negociados os contratos de concessão, à semelhança de Singapura, uma das exigências devia ser a construção de edifícios que viessem marcar a diferença.
Não foi, foram feitas cópias, e agora é demasiado tarde.
Aquele abraço