Didascálias, Guerras do Alecrim e da Manjerona e uma lista que nunca o foi
Didascálias (do
grego didaskália = instrução, ensinamento) eram, na antiga Grécia, as instruções que os poetas dramáticos davam aos actores para a representação cénica.
Guerras do Alecrim e da Manjerona é o título de uma ópera joco-séria que foi apresentada em Lisboa no Carnaval de 1737.
Alguns séculos depois, em Macau, uma lista que se anunciava candidata ao sufrágio directo nas eleições de Setembro para a Assembleia Legislativa, e que apresentava a designação de Macau Século 21, veio retomar estes temas para, no final, vir a revelar-se um nado-morto.
Depois de rábulas inqualificáveis (as didascálias não existiram ou foram mal transmitidas), a fazerem corar de inveja os autores das Guerras do Alecrim e da Manjerona, a suposta lista, que tinha um mandatário que deixou de o ser, um cabeça de lista que passou a acumular as funções de cabeça de lista e mandatário, para depois não ser uma coisa nem outra e deixar tudo em aberto numa assembleia geral, realizada numa tarde de canícula no Jardim de São Francisco, participada por cerca de uma dezena de pessoas, essa suposta lista acabou rejeitada pela Comissão Eleitoral por terem sido detectadas rasuras nos documentos apresentados.
Tudo isto seria anedótico, jocoso, se a questão subjacente não fosse demasiado séria para ser objecto deste tipo de pantomima de muito mau gosto.
A minha assinatura terá sido uma das entregues para formalizar a hipotética candidatura.
Como expliquei, ao que era ao tempo mandatário, e ao então hipotético cabeça de lista, a minha assinatura configurava apenas a possibilidade que entendo todos terem de expressar as suas ideias, de as dar a conhecer, de enriquecer o debate político.
Não configurava, longe disso, uma promessa de voto.
Confesso que, depois de assistir a tão triste espectáculo, me arrependo de ter, de alguma forma, contribuído para que o mesmo tivesse tido lugar.
A Macau Século 21, a lista que nunca o foi, só serviu para prestar um serviço inestimável a todos aqueles que acham que a população de Macau não está preparada para o sufrágio directo e universal.
Se era essa a intenção, na mouche!
Se não era, só um comentário - shame on you!!
Também por aí dá para ver o nível de democracia que existe por aqui. De lamentar, mas pronto, fazer o quê?
ResponderEliminarPor aqui não há democracia, FireHead.
EliminarPonto final.
E, com atitudes destas, essa possibilidade fica cada vez mais longe.
Uma tristeza :(
Como não há? Não há eleições? :O
EliminarUmas eleições tão interessantes, tão disputadas, que os lugares do sufrágio indirecto já estão todos preenchidos.
EliminarE as eleições só se realizam no final de Setembro.
Estimado Amigo Pedro Coimbra,
ResponderEliminarEmbora viva em Macau vai fazer 50 anos não conheço esse Luis Pedruco, O Estorninho ainda tentou me convencer a assinar a lista, mas na política não me meto, nunca votei na minha vida, mas esta lista do século 21 nem cehgou a entrar, a malta de Macau é assim mete-se em tudo e só sai aquilo que se sabe.
Abraço amigo
Amigo Cambeta,
EliminarO problema é que, depois destes episódios, surgem inevitavelmente generalizações.
Os defensores do sufrágio directo, os portugueses e macaenses, coisas desse teor.
Se não fosse isso, seguia-se a ideia "as acções ficam com quem as pratica."
Assim, come tudo pela mesma medida.
Que coisa feia!
Aquele abraço!!
E viva a democracia.
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EliminarEsta é uma democracia muito sui generis, Mariposa Colorida.
Mais um exemplo de globalização: a asneira. Cá como aí e em quase todo o mundo.
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EliminarÉ efectivamente o que eu vejo mais globalizado, Carlos - a asneira, o disparate.
Que tristeza!
ResponderEliminarEstá tudo contaminado...
Bom resto de dia, Pedro
EliminarÉ o que diz o Carlos, São - é a globalização da asneira.
Todos os dias Deus nos dá um momento em que
ResponderEliminaré possível mudar tudo que nos deixa infeliz
e tristes.
Para isso precismos ter esperança e acima de
tudo muita fé .
Com esperança e fé tudo pode mudar dentro de nos
as coisas boas começa acontecer mudando toda nossa existência.
Esse é um instante mágico quando passamos a ter fé porque Deus
vem habitar dentro do nosso coração.
Estou deixando essas palavras por ter muito
carinho por você.
Desejo uma semana abençoada.
Beijos no coração,Evanir.
EliminarBonita mensagem, Evanir.
Beijinhos para si também
Parece que é igual em todo lado.
ResponderEliminarParabéns pelo estilo do texto, achei fabuloso.
Beijinho, Pedro.:)
A globalização do disparate como comenta o Carlos, ana.
EliminarEncontrei ontem o mandatário quando vinhe do ginásio.
No hard feelings.
Beijinho
Tristeza!
ResponderEliminarbeijinho e uma flor
Um espectáculo degradante, Adélia.
EliminarBeijinho
Por vezes as boas intenções morrem na praia. Mas não vejo porque o Pedro possa ficar arrependido, que pelo seu lado fez tudo o que podia, não tem culpa nenhuma dos ditos lideres do movimento terem roído a corda ou desistido...
ResponderEliminarBeijocas!
Eu fico aborrecido não é por terem desistido, Teté.
EliminarPor aí não havia problema.
Fico aborrecido, e triste, com o espectáculo degradante que deram e continuam a dar.
E que se reflecte em toda a comunidade.
Beijocas!